Próxima fronteira da música? IA gera canções com uso comercial liberado

A startup ElevenLabs lançou uma tecnologia capaz de gerar músicas por meio de inteligência artificial (IA). Segundo a empresa, conhecida por suas ferramentas de áudio com IA, o conteúdo está liberado para uso comercial.

O anúncio é uma guinada para a startup. Isso porque até então a empresa era mais conhecida por desenvolver soluções de texto para fala, bots de conversação e tradutores que funcionam com voz.

Agora, a ElevenLabs entra no mercado de geração de músicas por meio de IA.

Nova IA da ElevenLabs gerou música sobre jornada ‘de Compton ao Cosmos’

A ElevenLabs divulgou amostras geradas pela nova ferramenta. Entre elas, estava um rap com voz sintética que falava sobre “ambição no bolso” e uma jornada “de Compton ao Cosmos”.

  • A empresa descreve essa amostra (a terceira no carrossel exibido na página sobre a ferramenta) assim: “Hip hop consciente com batidas jazzy, transientes nítidos e flow experimental.”
ElevenLabs divulgou amostras de músicas geradas pela sua nova IA (Imagem: Reprodução/ElevenLabs)

“É perturbador ouvir um computador reproduzindo a linguagem e a influência de artistas como Dr. Dre, N.W.A. e Kendrick Lamar, que realmente viveram as experiências que essa tecnologia tenta emular”, observou Amanda Silberling numa matéria do site TechCrunch.

Para treinar o novo modelo, a ElevenLabs firmou parcerias com as plataformas Merlin Network e Kobalt Music Group, que representam artistas como Adele, Nirvana, Beck e Childish Gambino. 

Segundo a Kobalt, os músicos precisam autorizar o uso de suas obras. E os acordos incluem divisão de receita e proteção contra uso indevido.

“Nossos clientes se beneficiam diretamente deste acordo de várias maneiras importantes: ele abre uma nova fonte de receita em um mercado em crescimento, inclui divisão de receita para que participem dos lucros, oferece fortes proteções contra infração e uso indevido e apresenta termos favoráveis comparáveis aos oferecidos a outros detentores de direitos autorais de publicação e gravação”, afirmou um porta-voz da empresa ao TechCrunch.

Polêmicas

Apesar dos acordos, o uso de músicas para treinar modelos de IA ainda gera polêmica. As startups Suno e Udio, por exemplo, foram processadas pela RIAA, associação que representa a indústria fonográfica dos EUA, em 2024. 

As empresas em questão foram acusadas de usar músicas protegidas por direitos autorais sem permissão. Agora, ambas negociam acordos com grandes gravadoras.

IA e criatividade

Além do debate sobre limites éticos e legais da música gerada por IA, existem discussões mais amplas sobre a relação entre a tecnologia e a criatividade humana (e os impactos de uma sobre a outra).

IA pode ser considerada criativa? Questão filosófica divide especialistas  (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Entre os pontos discutidos neste debate, estão:

  • IA cria ou copia? Uma das grandes questões é se a IA realmente cria algo novo ou apenas remixa dados dos quais foi treinada;
  • Quem é o autor? Se uma música, imagem ou texto é gerado por IA, quem detém os direitos autorais? O programador, o usuário ou nenhum deles?
  • A possibilidade da IA desvalorizar o trabalho humano, substituindo músicos, ilustradores, redatores e outros profissionais criativos.

Afinal, IA pode ser considerada criativa? Essa questão filosófica divide especialistas. 

  • Alguns argumentam que a criatividade envolve intenção, consciência e emoção, características que uma IA não possui;
  • Outros propõem que a IA deve ser vista como uma extensão das ferramentas criativas humanas – uma espécie de pincel, só que mais proativo e inteligente.

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