Quais lições os arquivos do assassinato de John F. Kennedy nos trouxeram?

Na terça-feira (18), a administração de Donald Trump liberou mais de 30 mil páginas de documentos – até então classificados ou censurados – que tratam do assassinato do ex-presidente John F. Kennedy.

Essas páginas, digitalizações de papéis da década de 1960, mostram textos datilografados e anotações manuscritas, oferecendo vislumbre profundo das atividades sensíveis da CIA ao longo dos anos. A seguir, conheça cinco lições que os arquivos do assassinato do ex-presidente trouxe, elencadas pelo The Wall Street Journal.

CIA resistiu, por anos, em liberar arquivos (Imagem: Reprodução)

Resistência da CIA à divulgação dos documentos do assassinato de Kennedy

  • Durante a investigação do assassinato, foram recolhidos milhares de documentos relacionados às operações globais da agência;
  • Ao longo das décadas, altos funcionários ponderaram sobre o impacto explosivo que certas revelações poderiam ter sobre programas de espionagem;
  • Em avaliação de 1995, por exemplo, um oficial alertou que confirmar a existência de uma estação da CIA na Tunísia prejudicaria o país em relação a seus vizinhos.

Longa investigação sobre Fidel Castro

  • Mais de uma década após o atentado, a CIA empreendeu investigação que durou vários anos para apurar a possível implicação do líder cubano Fidel Castro;
  • Embora não tenham sido encontradas provas conclusivas ligando o regime de Castro ao assassinato, um dos documentos recém-publicados detalha campanha prolongada de sabotagem e tentativas de assassinato patrocinadas pela agência;
  • Em um episódio, Castro se indignou ao saber dos esforços de atacar a indústria da cana-de-açúcar e de instalar bombas no sistema de esgoto durante um de seus discursos;
  • Operativos da CIA, com o apoio da máfia estadunidense, chegaram, inclusive, a considerar a possibilidade de matar Castro mediante o pagamento de US$ 100 mil (R$ 566,51 mil, na conversão direta).

Relação secreta entre o presidente mexicano e a CIA

  • Um dos documentos revela que o então presidente Lyndon Johnson foi informado sobre a estreita relação pessoal entre o chefe da estação da CIA no México e o presidente mexicano Adolfo López Mateos, que chegou a ser padrinho do agente em seu casamento;
  • Johnson recebeu a instrução de não mencionar essa ligação ao presidente;
  • Apesar de Mateos manifestar publicamente sua oposição à intervenção dos Estados Unidos em Cuba, ele estava discretamente envolvido em operações de vigilância telefônica promovidas pela CIA na Cidade do México e, segundo outro documento, chegou a expressar sua satisfação com a decisão de eliminar Castro.

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Escutas em reuniões com possível presença de Robert F. Kennedy

  • Em 1963, a CIA instalou equipamentos de escuta em residência localizada em área arborizada de Bethesda, Maryland (EUA), onde dois exilados cubanos se reuniriam com autoridades estadunidenses – possivelmente, incluindo o procurador-geral Robert F. Kennedy;
  • Memorandos que detalham a operação evidenciam o lado humano da espionagem: relatos de falhas de equipamento, desafios com pagamentos, burocracia e ajustes inesperados nos alvos da vigilância;
  • Entre as táticas, estava a ocultação de um gravador no sótão, porão ou garagem, com custo total em eletrônicos que ultrapassaria US$ 28 mil (R$ 158,62 mil) em valores atuais (uma única bateria, por exemplo, chegava a quase US$ 6 [R$ 33,99]);
  • A primeira tentativa de transmissão entre o local seguro e o posto de escuta fracassou, chegando ao ponto de um fornecedor acusar a agência de não cumprir com os pagamentos – mas, até o final de junho, os equipamentos passaram a funcionar de maneira satisfatória.
Escutas teriam sido inseridas em reuniões envolvendo exilados e, até, Robert F. Kennedy (Imagem: Reprodução)

Silêncio sobre as gravações de Oswald no México

  • Grande parte do mistério que cerca o assassinato de Kennedy está relacionada à estadia de Lee Harvey Oswald na Cidade do México (México), onde ele se encontrou com representantes das missões cubana e soviética;
  • A CIA registrou as conversas telefônicas de Oswald com autoridades desses países, mas afirmou ter destruído posteriormente essas gravações, de acordo com documento de 1998;
  • Contudo, quatro anos antes, a estação da CIA na Cidade do México havia solicitado à sede que evitasse a divulgação de informações sobre essas interceptações, alegando que isso poderia levar o México a reavaliar suas relações com os Estados Unidos;
  • A recomendação foi clara: “faça o que for possível para manter sigilo sobre as operações conjuntas anteriores com os mexicanos.

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