Viajar de carro pelo Brasil pode ser uma experiência única, mas também arriscada. Segundo levantamentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Confederação Nacional do Transporte (CNT), algumas das principais rodovias federais concentram altos índices de acidentes, mortes e problemas de infraestrutura.
Muitas estradas continuam entre as mais críticas do país, especialmente pela combinação de tráfego intenso, pista simples e condições climáticas adversas.
Neste artigo, reunimos as 10 rodovias mais perigosas do Brasil, de acordo com o Anuário 2024 da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que reúne dados oficiais sobre acidentes e ocorrências nas estradas do país.
Veja o top 10 das rodovias mais perigosas do Brasil
BR-101 (Santa Catarina: Morro dos Cavalos)

A BR-101 é uma das mais movimentadas rodovias federais do Brasil e, em Santa Catarina, concentra um dos trechos mais perigosos: o Morro dos Cavalos, entre Palhoça e Paulo Lopes.
O fluxo chega a ultrapassar 390 mil veículos em datas de pico, embora o volume médio diário gire em torno de 22 mil fora de temporada. As encostas instáveis tornam a região vulnerável a deslizamentos e quedas de barreiras, que frequentemente resultam em interdições e congestionamentos quilométricos.
Em abril de 2024, por exemplo, um deslizamento bloqueou totalmente a via por mais de 50 horas, evidenciando a fragilidade da infraestrutura diante do intenso tráfego turístico e logístico.
BR-116 (SP–PR: Régis Bittencourt)

Conhecida como Régis Bittencourt, a BR-116 é fundamental para ligar São Paulo a Curitiba e segue até o Rio Grande do Sul. O trecho da Serra do Cafezal é historicamente lembrado pelos acidentes graves e pelas dificuldades do relevo.
A rodovia recebe cerca de 127 mil veículos por dia, sendo grande parte caminhões de carga. Neblina, pista escorregadia e curvas acentuadas aumentam o risco de acidentes, mesmo após a duplicação de trechos críticos.
Antes das obras, o Cafezal registrava congestionamentos que podiam se estender por horas e acidentes fatais eram frequentes. Ainda hoje, áreas de escape são acionadas constantemente por motoristas em perigo.
BR-381 (MG: Rodovia da Morte)

Popularmente conhecida como “Rodovia da Morte”, a BR-381 corta Minas Gerais e conecta Belo Horizonte a Governador Valadares, além do trecho Fernão Dias, que liga São Paulo à capital mineira.
Em média, passam cerca de 25 mil veículos por dia, mas o alto fluxo de caminhões, as curvas acentuadas e os aclives e declives tornam a viagem extremamente perigosa.
O histórico de colisões frontais e saídas de pista justifica o apelido da rodovia, que há anos lidera o ranking de letalidade em Minas Gerais.
BR-040 (RJ–MG–GO–DF)

A BR-040 conecta o Rio de Janeiro a Brasília, passando por Minas Gerais e Goiás. O trecho da Serra de Petrópolis é especialmente crítico, com curvas fechadas, clima instável e risco de deslizamentos.
Apesar de projetos de duplicação, como a Nova Subida da Serra, muitas obras foram paralisadas, mantendo a rodovia vulnerável. Os acidentes graves na região são constantes e fazem parte da rotina de quem cruza esse eixo rodoviário estratégico.
BR-153 (Transbrasiliana)

Cortando o Brasil do Tocantins ao Rio Grande do Sul, a BR-153, conhecida como Transbrasiliana, é estratégica para o transporte de cargas e passageiros. Apesar disso, boa parte da rodovia ainda é composta por pista simples, o que aumenta o risco de colisões frontais em ultrapassagens.
Os fluxos variam conforme o estado, mas os registros de acidentes graves se repetem em diferentes trechos. Em 2024, a BR-153 ficou entre as que mais contabilizaram mortes, chamando atenção da PRF e motivando intensificação da fiscalização.
BR-163 (MT–MS–PA)

A BR-163 é um dos principais corredores logísticos do país, conectando o agronegócio do Centro-Oeste ao porto de Santarém, no Pará. Durante a safra, o tráfego de caminhões se multiplica, e a ausência de duplicação em diversos trechos aumenta os riscos.
Além disso, no Norte, chuvas intensas tornam a pista escorregadia e favorecem acidentes. Conhecida como “corredor da morte”, a rodovia registra engavetamentos e tombamentos frequentes, sobretudo em Mato Grosso do Sul. É também uma das que mais contabiliza mortes por ano.
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BR-316 (AL–PE–PI–PA)

Ligando Maceió a Belém, a BR-316 passa por áreas urbanas densamente povoadas, como regiões metropolitanas do Nordeste e do Pará. O tráfego elevado se mistura com travessias locais, veículos de carga e transporte urbano, o que torna a via uma das mais perigosas do país.
A pista simples em boa parte do trajeto contribui para ultrapassagens arriscadas e colisões frontais. Em 2024, a PRF destacou os trechos do Piauí como críticos, com registros recorrentes de acidentes fatais.
BR-364 (GO–MT–RO–AC)

Conectando o Centro-Oeste à Amazônia Ocidental, a BR-364 tem longas retas, pista simples e grande fluxo de caminhões. A combinação torna ultrapassagens perigosas uma prática comum e arriscada.
Durante o período chuvoso, a situação piora, principalmente em Rondônia e no Acre, onde a rodovia se transforma em palco de colisões graves e tombamentos. Não à toa, ela é considerada uma das mais letais do Norte do país.
BR-277 (Paraná)

A BR-277 cruza o Paraná, ligando Foz do Iguaçu ao litoral, passando pela Região Metropolitana de Curitiba. O volume de veículos é intenso, tanto em áreas urbanas quanto nas rotas turísticas e logísticas.
A rodovia sofre com neblina frequente, que já foi responsável por engavetamentos de grandes proporções. O caso mais grave ocorreu em 2020, em São José dos Pinhais, quando 8 pessoas morreram após um engavetamento em meio à neblina densa.
BR-262 (MS–MG–ES)

Cortando o Brasil de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, até Vitória, no Espírito Santo, a BR-262 é uma das rodovias mais movimentadas para transporte de cargas, especialmente minério e grãos.
No Pantanal, a presença de fauna na pista aumenta o risco de atropelamentos, enquanto em Minas Gerais e Espírito Santo, o grande volume de caminhões torna as colisões frontais recorrentes.
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