Qual a diferença de MT/s e MHz na memória RAM? Entenda as unidades

Por muito tempo, sempre vimos em sites, divulgações de produtos e até em lojas de hardware para PC diferentes configurações de pentes de memória RAM. Esses componentes sempre (ou quase sempre) indicavam um número de frequência em Hertz (Hz), como 2400Hz, para demonstrar sua potência. 

No entanto, essa unidade está sendo gradualmente substituída por MT/s em alguns lugares, principalmente com a chegada e popularização das memórias no formato DDR5. O que mudou? Por que mudou? Há uma nomenclatura definitivamente correta? A seguir, confira mais detalhes sobre cada um dos termos e seus significados.

O que é MHz?

De forma bem simples, Hertz (Hz) é uma medida de frequência, mais especificamente em ciclos por segundo quanto estamos falando de computação. Se temos uma média de 1 Hz, temos um ciclo a cada segundo; e se temos 1 MHz, a quantidade de ciclos por segundo é de um milhão (ou 1.000.000 ou 10^6), que é justamente a escala de ”Mega”. 

A noção de que isso se trata de uma frequência de ciclos é bem importante nesse caso, mas vamos chegar nessa explicação depois. 

Quando falamos de pentes de memória RAM, todos eles têm um clock com uma frequência de operação específica. Esse número vai definir a sua velocidade e largura de banda para dados trocados entre a CPU. 

Nesse momento o leitor pode estar pensando: ”Claro, sempre procuro pela frequência das memórias, até comprei um kit de 3200 MHz para o meu PC, simples, certo?!” Acontece que esse valor de 3200 (por exemplo) não se refere à frequência de operação, mas sim aos MT/s. Tecnicamente, a frequência é a metade desse valor em memórias modernas. 

E o que são Mega Transfers por segundo (MT/s)?

Até o início dos anos 2000, associar os valores de MHz e MT/s fazia todo o sentido. No entanto, a partir do surgimento das memórias DDR, essa equivalência direta não existe mais. 

DDR é uma sigla para Double Data Rate, um novo tipo de memória RAM que tem uma característica muito importante: cada ciclo de memória é capaz de ter até duas transferências. Dessa forma, o número de transferências em apenas um segundo efetivamente dobra. Esse tipo de memória está presente até hoje, com as novas versões DDR4 e DDR5, mas esse princípio se mantém o mesmo. 

Antes dos DDR, as memórias SDR tinham uma equivalência exata entre a frequência de operação e a taxa de transferência máxima. Se um módulo SDR opera em 100MHz, ele é capaz de realizar 100MT/s. Se um módulo DDR opera em 100MHz, ele é capaz de realizar 200MT/S. 

Transferências em memórias SDR vs DDR

 

Na operação da memória RAM, a frequência varia em uma crescente e uma decrescente sequencialmente e cada conjunto crescente + decrescente representa um ciclo de frequência. As memórias DDR conseguem operar uma transferência em cada etapa desse ciclo, o que dobra a taxa de transferências por segundo. 

Se você ainda está confuso com todas essas informações, pois está acostumado com sempre ler e ouvir valores em MHz, vale baixar o CPU-Z e conferir a frequência das memórias. O valor mostrado em Hz é justamente metade do que o valor que normalmente é atribuído aos Hz, mas que, na verdade, representa os MT/s. 

Frequência de 1333 MHz de uma memória DDR4 2666 (MT/s)

Existem também memórias QDR (Quad Data Rate) além das tradicionais DDR, que fazem quatro transferências a cada ciclo de frequência. Ou seja, em memórias QDR (que são mais usadas em servidores) se a frequência de operação é de 1500 MHz, ela opera com até 6000 MT/s.

Uma diferenciação bem importante que justifica o uso de MHz e MT/s separadamente é o fato de que as frequências em Hz nas memórias consistem em ciclos constantes. As memórias sempre estão operando na frequência em que estão estabelecidas, mas nem sempre todas as transferências possíveis são feitas. Assim, a memória pode usar um ciclo para fazer transferências ou não, dependendo da demanda. 

O que devo usar para RAM, MHz ou MT/s?

Para ser mais tecnicamente correto, a melhor forma de se referir a esses valores é justamente a partir da unidade MT/s, como expliquei ao longo desse artigo. 

No entanto, marcas e lojas estão adotando uma solução interessante que é simplesmente não escrever nenhuma das unidades na divulgação. Estamos já muito acostumados com os valores e sabemos como, em geral, maior é melhor, então muitas vezes só anunciar uma memória como DDR4 3600, por exemplo, já informa o suficiente ao consumidor. 

Em determinados lugares também já é possível ver o uso do MT/s, principalmente em memórias DDR5. Além disso, mesmo onde observamos o uso dos MHz, sabemos agora que o valor ao lado dessa unidade se refere, na verdade, aos MT/s. 

E aí, o que você achou dessa mudança nas unidades? Comente nas redes sociais do Voxel!

Related posts

Nvidia adquire mais de 214 milhões de ações da Intel

Aiper lança robôs sem fio para limpeza de piscinas no Brasil

Meta compra startup Manus para acelerar desenvolvimento de IA