A ficção científica não se limita a prever o futuro. Ela também revisita tecnologias do passado, cria universos alternativos e discute impactos sociais de inovações. Dentro desse cenário surgiram subgêneros conhecidos como “punks”, que combinam estética, crítica social e tecnologia para imaginar mundos distópicos, utópicos ou retrofuturistas.
Cada vertente utiliza um período histórico ou um tipo de tecnologia como base para criar universos próprios. O cyberpunk e o steampunk são os mais populares, mas vários outros surgem como ramificações temáticas. A seguir, veja como cada gênero funciona e o que torna cada um deles único.
Os principais gêneros punk
Cyberpunk

O cyberpunk é o mais conhecido entre os subgêneros da ficção científica. Ele apresenta futuros distópicos onde megacorporações controlam governos, economias e a vida cotidiana. As cidades aparecem superpovoadas, violentas e tecnologicamente avançadas. A estética combina implantes cibernéticos, inteligências artificiais, modificações corporais e redes digitais que moldam todas as interações sociais.
O gênero discute vigilância, liberdade individual e os efeitos da tecnologia quando o progresso deixa a maioria da população à margem.
Obras marcantes incluem Neuromancer (livro), Ghost in the Shell (anime/filme), Akira (anime/filme), Matrix (filme) e Cyberpunk 2077 (jogo).
Steampunk

O steampunk imagina um mundo movido a vapor, inspirado na Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX. Suas narrativas apresentam engrenagens, mecanismos complexos e máquinas ornamentadas que combinam tecnologia avançada com estética vitoriana. Dirigíveis, locomotivas, autômatos e invenções mecânicas compõem esses cenários retrofuturistas.
Algumas obras incorporam fantasia, magia ou alquimia, criando uma mistura entre ciência e imaginação.
Entre os exemplos estão Dishonored (jogo), Final Fantasy VI (jogo), BioShock Infinite (jogo), Hugo Cabret (filme), Wild Wild West (filme), Last Exile (anime) e Arcane (animação).
Outros subgêneros
Dieselpunk

O dieselpunk se inspira na estética e na tecnologia dos anos 1920 a 1950. O gênero apresenta motores a diesel, aço, art déco e elementos de film noir, criando um retrofuturismo marcado pela Segunda Revolução Industrial e pelos conflitos mundiais da época.
As histórias exploram sociedades militarizadas, consumo acelerado de recursos naturais e tecnologias pesadas que dominam o cotidiano. Veículos blindados, aeronaves robustas, armas experimentais e propaganda política caracterizam o estilo.
Entre os exemplos estão Porco Rosso (anime/filme), Capitão América: O Primeiro Vingador (filme), The Rocketeer (filme), The Legend of Korra (animação), Fallout (jogo), Wolfenstein (jogo), Iron Harvest (jogo) e Final Fantasy VII (jogo).
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Solarpunk

O solarpunk segue o caminho oposto do cyberpunk. Ele imagina futuros otimistas, sustentáveis e baseados em energia renovável. A tecnologia aparece como aliada da natureza, e as sociedades buscam reduzir impactos ambientais, criar cidades verdes e implementar soluções de energia limpa.
A estética aposta em arquitetura orgânica, cores claras e uso intensivo de vegetação integrada ao espaço urbano
Entre os exemplos estão Solarpunk (antologia/livro), Dear Alice (curta/animação), Terra Nil (jogo) e romances como Ecotopia (livro), The Dispossessed (livro) e Always Coming Home (livro).
Biopunk

O biopunk redireciona o foco para a biotecnologia. Ele explora engenharia genética, mutações, organismos sintéticos e experimentos científicos que alteram corpos humanos. Suas narrativas abordam dilemas éticos, manipulação do DNA e impactos da ciência sobre a identidade.
Entre os exemplos estão Neon Genesis Evangelion (anime), BioShock (jogo), Scorn (jogo), Naked Lunch (livro/filme), Gattaca (filme) e Vesper (filme).
Nanopunk

O nanopunk imagina sociedades transformadas pela nanotecnologia. A manipulação da matéria em escala microscópica altera a medicina, a indústria e o ambiente. O gênero discute riscos e avanços desse nível de engenharia.
Obras representativas incluem Prey (livro), Crysis (jogo), Generator Rex (animação), Transcendence (filme), G.I. Joe: The Rise of Cobra (filme), Ant-Man (filme), Deus Ex (jogo), Metal Gear Solid (jogo), Nier: Automata (jogo) e Red Faction (jogo).
Atompunk

O atompunk recria a estética da Idade Atômica, entre 1945 e 1969. Ele se inspira na corrida espacial, no otimismo tecnológico e nos visuais futuristas da época. Esse gênero apresenta carros cromados, trajes espaciais clássicos, cidades modernistas e armamento experimental.
Entre os exemplos estão Fallout (jogo), Atomic Heart (jogo), Os Incríveis (filme), Logan’s Run (filme) e outras obras influenciadas pela era de ouro da ficção científica.
Clockpunk

Um derivado do Steampunk, o clockpunk volta à tecnologia renascentista e aposta em engrenagens, mecanismos de precisão e invenções inspiradas em Da Vinci. Ele cria mundos pré-industriais movidos por engenhos mecânicos e criatividade artesanal.
Exemplos incluem Assassin’s Creed II (jogo), Dishonored 2 (jogo) e Da Vinci’s Demons (série).
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