Com o avanço das mudanças climáticas, ondas de calor extremo estão se tornando mais comuns e perigosas. Pesquisadores estimam que o limite de sobrevivência humana ocorre em uma temperatura de bulbo úmido de 35 °C — índice que combina calor e umidade.
Acima desse ponto, o corpo não consegue se resfriar de forma eficiente, levando à insolação, falência de órgãos e, em poucas horas, risco de morte.
Mas o que é exatamente bulbo úmido?
- Essa medida considera temperatura e umidade do ar para indicar conforto térmico.
- A temperatura de bulbo úmido afeta o corpo humano de várias maneiras, principalmente devido à sua relação com a umidade e a capacidade do corpo de resfriar-se através da evaporação do suor.
- A medida é especialmente relevante para a previsão de riscos em situações de calor extremo e para a definição de medidas de segurança em atividades físicas e ocupacionais.
- Se a temperatura de bulbo úmido ficar acima dos 35ºC por mais de seis horas, até a pessoa mais saudável poderá ter problemas de saúde. Para você ter ideia, essa temperatura equivale a 45ºC com 50% de umidade – neste patamar, a sensação térmica é de 71ºC.

Onde o perigo já é realidade
- Estudos passados já comprovaram que regiões como o Vale do Rio Indo (Paquistão) e o Golfo Pérsico já registraram breves períodos com temperaturas de bulbo úmido próximas ou acima de 35 °C.
- Com o aquecimento global, esses eventos devem se tornar mais frequentes nas próximas décadas, especialmente no noroeste do México, norte da Índia, Sudeste Asiático e África Ocidental.
- “Mesmo que parássemos de emitir gases de efeito estufa hoje, o planeta ainda continuaria aquecendo”, alertou Colin Raymond, pesquisador da NASA, ao Live Science.
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Impacto vai além do calor direto
Especialistas ressaltam que esse limite pode subestimar os riscos. Idosos, pessoas com doenças crônicas ou sob medicação podem sofrer efeitos graves bem antes dos 35 °C de bulbo úmido. O calor agrava condições como pressão alta, insuficiência renal e problemas respiratórios.
Pope Moseley, pesquisador da Universidade Estadual do Arizona, chama o calor de “multiplicador de força da doença”, pois pode transformar problemas de saúde preexistentes em crises fatais.

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