Sempre ouvimos que existem animais com excelente capacidade olfativa, como os cães, por exemplo, que têm narizes infinitamente mais aguçados do que os nossos. Mas um novo estudo revela que o olfato humano também é superpoderoso e pode detectar até 1 trilhão de aromas.
No ar, existem inúmeras partículas odoríferas. Na inalação, o nariz capta essas partículas por meio do epitélio olfatório – que fica na cavidade nasal – enquanto os receptores olfativos identificam essas partículas e emitem impulsos elétricos que são enviados para o cérebro. Ele, por sua vez, fica responsável pela identificação dos aromas.
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A maioria dos aromas é composta por muitos odorantes. Um cheiro de café, embora pareça à primeira vista muito único e concentrado, é composto por inúmeras moléculas odoríferas distintas. Por isso, entender como o olfato humano processa as informações complexas contidas dentro de um aroma é um caminho para descobrir mais sobre o funcionamento do cérebro humano.
Quantos aromas o olfato humano é capaz de detectar?

Até pouco tempo, havia uma ideia de que os humanos poderiam sentir apenas 10 mil aromas. Com base em cálculos e em estudos sobre os grupos e gamas de odores feitos nos anos 1920, chegou-se a essa conclusão, mas nem todos os pesquisadores estavam satisfeitos e conformados com essa máxima.
Por isso, um estudo foi realizado pela Universidade Rockefeller, em Nova York, a fim de investigar o tema, e os pesquisadores descobriram que o olfato humano é capaz de distinguir até 1 trilhão de aromas.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores recrutaram um grupo de 26 pessoas que tinham entre 20 e 48 anos. E vale dizer que eram pessoas comuns quando o assunto é o olfato, não eram degustadores de vinho, nem perfumistas.
Para a pesquisa, foram selecionadas 128 moléculas de odor que foram misturadas para gerar fragrâncias únicas contendo 10, 20 ou 30 componentes diferentes. Cada voluntário recebeu três frascos: dois deles eram idênticos e o terceiro continha outra mistura. Durante a inalação dos aromas, os participantes deveriam indicar qual era o frasco que continha a mistura diferente.

Em média, se os componentes da fórmula variassem em mais de 50%, os cientistas perceberam que as pessoas conseguiam distinguir os aromas como diferentes. Quando os dados foram analisados, extrapolando quantas condições diferentes dos 128 odores uma pessoa conseguiria diferenciar, chegou a uma média de 1 trilhão de odores.
Nem todos os participantes tiveram o mesmo desempenho. O olfato humano menos bem-sucedido no estudo foi capaz de sentir 80 milhões de aromas únicos, enquanto que o mais bem avaliado foi capaz de diferenciar mais de 1 trilhão de odores.
O resultado desse estudo gerou novas questões para os pesquisadores, como, por exemplo, se existem certas combinações de odores que sejam indistinguíveis, apesar de serem muito diferentes ao nível molecular.
“As pessoas foram convencidas da ideia de que os humanos são ruins em detectar cheiros. Portanto, essas descobertas devem dar um impulso de confiança a toda raça humana”, disse a neurobióloga Leslie Vosshall que coordenou o estudo em comunicado.
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