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Que fim levou o Megaupload, clássico site para baixar arquivos piratas?

by Fesouza
6 minutes read

O mercado de compartilhamento pirata de músicas, filmes, séries e outros tipos de arquivo teve um período de auge no começo da década de 2010 em termos de quantidade de serviços com essa finalidade. Entre todos os nomes, porém, um deles se destacava: o Megaupload.

O site permitia a criação rápida de links para o download de arquivos a uma velocidade estável e sem grandes limitações de uso. No auge da ferramenta, porém, uma operação policial envolvendo autoridades de dois países fez o projeto ser derrubado da noite para o dia.

Mas você sabe exatamente o que aconteceu com essa página e onde estão atualmente os arquivos que eram disponibilizados nessa plataforma tão popular? A seguir, o TecMundo explica como essa história se desenrolou.

Um fenômeno da internet

O Megaupload é o projeto mais importante de Kim Schmitz, que mais tarde ficou conhecido como Kim Dotcom. O empresário alemão sempre foi uma figura bastante controversa por acumular condenações de pequenos crimes virtuais e leva uma vida de ostentação nas redes sociais.

Em 2003, ele funda uma empresa de armazenamento de dados pela internet chamada Data Protect Limited. Percebendo o potencial de oferece esse serviço para o público geral e não só empresas, em 2005 ele muda o nome da companhia para Megaupload e expande o serviço, agora totalmente voltado para guardar arquivos na nuvem e liberar o download a partir de um link.

A facilidade no uso da ferramenta atraiu muitos usuários e logo essa se tornou uma das páginas principais para o compartilhamento não apenas de arquivos legalizados, mas também de materiais piratas. 

Por volta de 2011, a companhia já respondia ações judiciais nos EUA sob acusação de violação de direitos autorais.

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A interface clássica do Megaupload. (Imagem: TecMundo/Reprodução)

Ainda assim, o site superou rivais como torrent, programas de download de arquivos via P2P e outras formas de obtenção desses arquivos digitais, conquistando números impressionantes:

  • Dados revelados após a ação policial contra o site sugerem que o Megaupload gerava quase 4% de todo o tráfego da internet global pela quantidade de downloads realizados no começo da década de 2010;
  • Ele chegou a ser o décimo terceiro site mais acessado do planeta, com mais de 150 milhões de usuários cadastrados e um pico de 50 milhões de acessos diários;
  • O Brasil era o segundo país que mais acessava a página — que oficialmente ficava hospedada em Hong Kong, para escapar de ainda mais problemas com a lei;

Só em 2010, Dotcom teria obtido uma renda de mais de US$ 42 milhões com o site. E essa lucratividade alta sem repassar direitos aos donos dos materiais compartilhados é o que colocou um grande alvo no serviço.

A queda sem retorno do Megaupload

Mesmo os vários processos judiciais encarados pela empresa não poderiam preparar o Megaupload para o que aconteceria em 19 de janeiro de 2012.

Nesta data, Kim Dotcom e outros executivos do projeto foram presos a mando do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Segundo a acusação, a companhia enganou detentores de diretos autorais e autoridades do setor, deixando de repassar a eles cerca de US$ 500 milhões e obtendo lucro com o compartilhamento irregular de conteúdos.

Kim foi preso na região de Auckland, na Nova Zelândia, e teve até a coleção de carros de luxo apreendida em uma operação de grande porte de autoridades policiais locais. Na mesma data, o FBI determinou o fechamento do Megaupload e de qualquer outro site da mesma companhia. Dois meses depois, o site foi totalmente derrubado por ordem judicial.

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Dotcom em depoimento durante as primeiras audiências judiciais contra o site em 2014. (Imagem: Jason Oxenham/Getty Images)

As longas batalhas judiciais entre Dotcom e tribunais da Nova Zelândia e dos EUA seguem até hoje. O empresário contestou a truculência da ação policial e tentou evitar ao máximo a extradição, já que poderia encarar penas maiores no local de origem das acusações.

Após várias reviravoltas, em 2024 ele perdeu o último recurso que impediria que ele fosse levado aos EUA — Dotcom estava liberado por fiança há anos, mas sem poder deixar o país. 

Porém, nem mesmo esse capítulo teve um desfecho até o momento: ele teria sofrido um derrame no final de 2024 e atualmente está em recuperação em outra cidade neozelandesa, o que pode novamente paralisar o processo.

O Megaupload ainda existe?

Desde que foi fechado por ordem da Justiça dos EUA, ainda em 2012, o site não voltou mais ao ar e segue inativo desde então. A partir da prisão do fundador, os usuários da plataforma não tiveram mais acesso aos links disponibilizados para download e nem aos próprios dados armazenados no serviço.

Até hoje, essas informações não foram devolvidas e é bem possível que boa parte dos arquivos já se degradou e não pode mais ser acessada, já que os servidores podem ter sofrido danos permanentes ao longo de mais de uma década.

Como alternativa, o próprio Dotcom lançou um ano depois o Mega, outro serviço de armazenamento de arquivos e também muito usado para pirataria de filmes, séries, músicas e outros formatos. Ele se distanciou do projeto no mesmo ano, mas a página segue no ar até os dias de hoje — tendo começado do zero, sem herdar os arquivos até hoje perdidos do site original.

Você sabe que fim levou a NET, operadora que ajudou a popularizar a TV a cabo no Brasil? Confira a resposta nesta matéria!

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