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Quer bloquear anúncios? As redes sociais descobriram como lucrar com a sua saúde mental

by Fesouza
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Você já deve ter percebido que, ao fazer buscas por um determinado produto ou serviço, começa a receber uma enxurrada de anúncios relacionados.

É assim que os algoritmos funcionam. Eles identificam o tema da pesquisa para oferecer anúncios personalizados, de acordo com o interesse do usuário. E, obviamente, isso também ocorre quando uma mulher começa a pesquisar assuntos relacionados à gravidez.

Duas mãos seguram delicadamente a silhueta de um feto humano, transmitindo um senso de proteção e fragilidade. O fundo rosa suave contrasta com a fumaça vermelha que parece emanar do feto, criando um efeito visual intenso. A composição simboliza a vida em formação e sua vulnerabilidade.
Mulheres que sofreram abortos espontâneos foram bombardeadas por anúncios sobre gravidez quando buscaram apoio nas redes sociais. STEKLO/Shutterstock

Anúncios personalizados causam angústia e sofrimento

Anúncios direcionados fazem parte da estratégia comercial das mídias sociais e, na maioria das vezes, oferecem uma experiência satisfatória. Mas e quando acontece exatamente o contrário?

Foi o caso de Sammi Claxon, que descreveu à BBC como se sentiu ao ver anúncios relacionados a bebês após sofrer um aborto espontâneo.

Assim que você recebe o resultado positivo, você se sente como uma mãe. Você tem esse plano para o futuro na cabeça e, quando isso te é tirado, é horrível.

Sammi Claxon em entrevista à BBC

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Ao procurar as redes sociais em busca de apoio, Sammi foi bombardeada por anúncios relacionados à gravidez, o que a levou a se afastar das redes para preservar sua saúde mental.

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A Meta anunciou que lançaria um serviço de assinatura para usuários do Reino Unido que não querem ver anúncios, no valor de 2,99 libras (R$ 22) por mês. Imagem: Chinnapong/Shutterstock

Facebook cessa o envio de anúncios usando dados pessoais

O caso de Sammi não é isolado. Tanya O’Carroll também foi impactada por anúncios personalizados no Facebook ao descobrir que estava grávida.

Ela afirma à BBC que se sentiu irritada e moveu uma ação judicial contra o Facebook, argumentando que o sistema de publicidade da empresa se enquadra na definição de marketing direto do Reino Unido, garantindo aos usuários o direito de se opor ao recebimento desses anúncios.

A Meta tentou refutar a tese, afirmando que os anúncios são direcionados a grupos e não a indivíduos, portanto, não se enquadrariam como marketing direto. A Autoridade de Proteção de Dados do Reino Unido discordou. Tanya afirma que a empresa parou de usar seus dados para direcionar anúncios, mas ela é um caso único entre mais de 50 milhões de usuários da rede no Reino Unido.

Meta oferece um modelo de assinatura para evitar o envio de anúncios

  • São inúmeros os casos que mostram que mulheres que perderam seus bebês continuam sendo impactadas por propaganda. São anúncios de aplicativos de acompanhamento e produtos de maternidade que apenas fazem com que se lembrem da dor que sentiram.
  • Para tentar resolver a situação, a Meta anunciou que lançaria um serviço de assinatura para usuários do Reino Unido que não querem ver anúncios, no valor de 2,99 libras (R$ 22) por mês, obrigando famílias a pagar para não serem impactadas por anúncios indesejados.
  • Além disso, a empresa explica que os usuários podem bloquear o acesso a tópicos de anúncios que não desejam receber. No entanto, esses tópicos são considerados insuficientes, principalmente por não incluir a opção “gravidez”. Desativar a categoria mais próxima, “parentalidade”, parece não resolver.

Usuários indicam que continuam recebendo propaganda voltada para gravidez, mesmo tendo bloqueado a opção e marcado os anúncios como spam.

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Mesmo marcando o anúncio como spam não é garantia que aquele assunto voltará a aparecer em novos anúncios. Imagem: Viktoria Kurpas / Shutterstock

Marcar conteúdo como spam não funciona

Ex-funcionários da Meta explicaram à BBC que o sistema de marcação de conteúdo como spam muitas vezes não funciona, e que a prioridade da empresa é aumentar o engajamento e a receita.

Eles adoram dizer que se importam, mas o que importa é atrair mais usuários para suas plataformas, para que possam ganhar mais dinheiro.

Arturo Bejar, ex-funcionário da Meta, à BBC

Bejar explica que, em alguns casos, “os relatórios de ajuda estavam sendo descartados porque eram muitos”.

Em resposta, um porta-voz da Meta afirmou: “Nossos sistemas são projetados para compartilhar o conteúdo mais relevante e útil, mas não são perfeitos e alguns anúncios podem ocasionalmente parecer insensíveis ou mal colocados.”

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