Raios: a faísca que pode ter dado início à vida na Terra?

Cientistas podem estar mais próximos de desvendar um dos maiores mistérios da ciência: como a vida começou na Terra. Uma nova pesquisa sugere que os raios (relâmpagos que tocam o solo), há bilhões de anos, podem ter sido a faísca inicial para isso.

A grande questão sobre a origem da vida é entender como os elementos essenciais, como nitrogênio e carbono, se formaram na Terra primitiva. Existem três teorias principais:

o impacto de asteroides e cometas;

as emissões de aberturas no fundo dos oceanos;

os raios – relâmpagos que atingiam a superfície. 

De acordo com uma equipe de químicos da Universidade de Harvard, a última hipótese parece ser a mais promissora.

Diagrama acima mostra: A) Relâmpagos nuvem-solo (raios) na Terra primitiva vs. uma configuração eletroquímica de plasma usada neste trabalho; B) Componentes-chave de uma configuração eletroquímica de plasma (entreferro) usada para conduzir descargas interfaciais sob condições ambientais controladas. Crédito: Proceedings of the National Academy of Sciences (2024)

Segundo os pesquisadores, os raios poderiam ter gerado altas concentrações de moléculas reativas, criando as condições necessárias para que a vida surgisse e se desenvolvesse. Esses resultados foram publicados recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Leia mais:

Vida na Terra: nova descoberta pode mudar o que sabemos

“Quase colapso” do campo magnético da Terra ajudou evolução da vida no planeta

Quanta vida já existiu na Terra?

Ideia de que os raios permitiram a vida na Terra é antiga

A ideia de que os raios desempenharam um papel fundamental na origem da vida não é nova. Em 1953, o químico Harold Urey e seu aluno Stanley Miller conduziram um experimento famoso, conhecido como Urey-Miller. Eles simularam relâmpagos em uma mistura de metano, amônia, hidrogênio e água, substâncias que acreditavam compor a atmosfera da Terra jovem. Como resultado, obtiveram aminoácidos, essenciais para a vida – saiba mais aqui.

Esquematização do Experimento Urey-Miller. Crédito: YassineMrabet / Creative Commons

Hoje, no entanto, sabe-se que a atmosfera primitiva da Terra era diferente, composta principalmente por dióxido de carbono e nitrogênio. Por isso, a equipe de Harvard decidiu atualizar o experimento de Urey-Miller, simulando relâmpagos em condições mais realistas.

No laboratório, os pesquisadores recriaram relâmpagos em uma atmosfera que imitava a Terra primitiva e observaram as reações químicas resultantes. Eles descobriram que o dióxido de carbono foi convertido em monóxido de carbono e ácido fórmico, enquanto o nitrogênio se transformou em nitrato, nitrito e amônio. Em outras palavras, os raios criaram os elementos básicos necessários para a vida.

Conforme destaca um comunicado de Harvard, embora os relâmpagos não tenham, por si só, gerado a vida, eles podem ter preparado o terreno para que ela surgisse – uma descoberta importante na busca por entender a nossa própria origem e a de tudo o que é vivo na Terra.

O post Raios: a faísca que pode ter dado início à vida na Terra? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Related posts

Por que Pennywise nunca sai de Derry? Série da HBO tem explicação

Lembra do TARS? Robô de “Interestelar” agora existe na vida real!

Xbox Game Pass recebe Black Ops 7 e mais jogos esta semana! Veja lançamentos