A Razer, uma das marcas mais icônicas do universo gamer, está em constante transformação. Com o avanço das tecnologias sem fio, a empresa acredita que o futuro competitivo será livre de cabos, sem comprometer a velocidade ou a precisão, seja usando um mouse ou até um headset da marca.
Neste ano, o Voxel teve a oportunidade de visitar o escritório da Razer em São Paulo e testar alguns produtos disponíveis, além de conversar com alguns dos executivos responsáveis pelos periféticos, como Dexter Tan (Global Product Marketing Manager), Melvin Ng (Manager, Global Product Marketing) e Pebble Choo (Senior Product Evangelist for Razer mice products).
As respostas foram dadas em conjunto pelos três executivos, que compartilharam detalhes técnicos e visões sobre o futuro da marca.
“Nosso wireless é tão rápido quanto o cabo”
Para os executivos da Razer, o futuro dos games no PC é totalmente sem cabos, mesmo com os desafios competitivos. Quando se fala em periféricos gamer, latência ainda é um dos maiores temores dos jogadores competitivos, especialmente em jogos de tiro como Counter-Strike ou Valorant.
Mas, segundo a Razer, para seus produtos essa barreira já foi superada. “A Razer garante latência ultra-baixa e conexão estável mesmo em cenários competitivos graças à tecnologia Razer HyperSpeed Wireless”, explicam os executivos. “É um sistema que combina otimizações de hardware e firmware para oferecer desempenho que rivaliza com o de conexões com fio.”
O segredo está em uma série de ajustes internos que vão desde a antena personalizada, projetada para reduzir interferência e melhorar a eficiência de energia, até protocolos sem fio otimizados e algoritmos inteligentes de frequência. Na prática, o resultado é uma comunicação tão rápida que muitos profissionais de eSports já migraram completamente para dispositivos sem fio.
“Esses esforços garantem a capacidade de resposta e a confiabilidade que jogadores profissionais exigem — mesmo em torneios de alto nível”, reforçam.
Huntsman V3 Pro e o poder da luz
Um dos destaques recentes da marca é o Razer Huntsman V3 Pro, teclado que utiliza switches ópticos analógicos de segunda geração. Ao contrário dos tradicionais switches mecânicos (que usam contato metálico), os da Razer funcionam à base de feixes de luz.
“Imagine isso: você pressiona uma tecla e um feixe de luz passa imediatamente pelo switch, enviando o comando para o computador. Essa ausência de contato físico reduz o desgaste e garante durabilidade de até 100 milhões de cliques, o dobro do padrão da indústria.”
A nova geração também permite personalização completa da distância de atuação, de 0,1 a 4,0 mm, além do recurso Rapid Trigger, que redefine o ponto de ativação em tempo real, tornando o teclado ainda mais rápido em jogos de tiro.
Segundo os porta-vozes, o objetivo é oferecer velocidade, precisão e consistência: três fatores que podem decidir o resultado de uma partida profissional.
Snap Tap: foi “ban” que isso aconteceu
Entre as novidades testadas pelo Voxel, um dos recursos mais falados durante a apresentação foi o Snap Tap, tecnologia que permite redefinir teclas instantaneamente com base no toque, sem precisar soltar completamente o botão anterior, algo que agiliza movimentos em jogos FPS.
Alguns títulos competitivos como Counter-Strike baniram o uso dessa função, mas a Razer encara isso como um elogio, mesmo que diferente. “Adoramos ver isso acontecendo. É um sinal de que estamos no caminho certo, sempre inovando e elevando o padrão da indústria”, dizem.
“O produto vem sempre em primeiro lugar, e temos orgulho de trazer o Razer Snap Tap não apenas para a linha Huntsman V3 Pro, mas também para outros teclados e até os Razer Blades, via Razer Synapse 4.”
Headsets wireless e o FlowKnit
Um dos principais desafios da marca é convencer os jogadores tradicionais a migrarem dos headsets com fio para os modelos sem fio. A aposta da empresa é o Razer BlackShark V2 Pro, que vem equipado com HyperSpeed Wireless e promete desempenho idêntico ao de um headset conectado. “Nós testamos o V2 Pro com equipamentos de engenharia avançada e com jogadores profissionais”, afirmam os executivos. “Queríamos garantir que ele atendesse às exigências de desempenho, conforto e confiabilidade que esses atletas esperam.”
Além da conectividade, o headset se destaca pelo uso das almofadas FlowKnit de espuma viscoelástica, mais duráveis e respiráveis que o couro sintético tradicional, que costuma descascar com o tempo. Será que futuramente todos os produtos Razer terão o FlowKnit?
“As FlowKnit são nossas favoritas pela respirabilidade e conforto, mas cada headset é projetado com um propósito: o Kraken V4 Pro, por exemplo, usa couro sintético porque ele transmite melhor o feedback tátil do Razer Sensa HD Haptics”, explicam.
O melhor mouse é somente para destros?
O Razer DeathAdder V3 Pro é um dos melhores mouses do mercado, mas com um pequeno detalhe: a linha é direcionada para destros. Ao serem questionados sobre a escolha, os executivos enfatizaram que a performance e conforto vem em primeiro lugar.
“O DeathAdder foi otimizado para oferecer melhor apoio à palma da mão e uma postura natural, reduzindo fadiga em longas sessões. Esse design foi testado e validado por profissionais de eSports, como o Faker.”
Para quem prefere um formato ambidestro, a Razer mantém o Razer Viper como alternativa. “Para muitos jogadores, o DeathAdder é a escolha definitiva.”
Wireless é o futuro (e o público já entendeu isso)
Questionados sobre a aceitação dos periféricos sem fio, os executivos afirmam que o público está cada vez mais receptivo à essa mudança. “A recepção tem sido extremamente positiva. Embora os periféricos com fio ainda tenham seu espaço, vemos cada vez mais jogadores migrando para os modelos sem fio.”
Para a Razer, esse avanço é fruto direto da confiança conquistada ao longo dos anos e da busca por inovação. “Nosso foco está em oferecer o melhor produto possível, desde a escolha dos materiais e do design mecânico até a seleção de componentes e rigorosos testes de qualidade.”
Ao finalizar, os executivos ressaltaram que seus produtos ainda têm muito a evoluir. “O ‘definitivo’ nunca é o fim. Sempre existe espaço para fazer algo ainda melhor.” Resta agora aguardar para ver o que a empresa reserva para os próximos anos.