Remédio para diabetes e emagrecimento pode ficar mais potente

Uma nova descoberta pode fazer com que os remédios populares para diabetes e perda de peso funcionem melhor com doses menores. Cientistas da Universidade de Michigan descobriram que uma rede de proteínas presente no nosso sistema nervoso central pode ser a chave para tornar os medicamentos mais eficazes e ainda reduzir os efeitos colaterais.

Os detalhes do estudo foram publicados pela revista científica Journal of Clinical Investigation.

A chave para potencializar o efeito dos medicamentos está no sistema nervoso

No nosso sistema nervoso, principalmente na superfície dos neurônios do cérebro, existem dois tipos de proteínas que controlam a forma como o corpo gerencia a ingestão de alimentos e a utilização de energia necessária para manter a saúde. Elas são a melanocortina 3 (MC3R) e a melanocortina 4 (MC4R).

A chave para melhorar os efeitos dos medicamentos para diabetes e perda de peso está na superfície dos neurônios.” – Imagem: ColiN00B/Pixabay.

Ambas atuam em várias frentes, desde a identificação de reservas de energia do organismo até a sinalização de saciedade. Devido à sua função, os cientistas suspeitaram que essas proteínas poderiam potencializar os efeitos de medicamentos para diabetes com potencial para tratar a obesidade.

Esse tipo de remédio é classificado como agonistas do GLP-1 e funcionam como um hormônio da saciedade, informando ao cérebro quando o intestino está cheio. Fármacos desse grupo incluem semaglutida (por exemplo, Ozempic) e tirzepatida (por exemplo, Mounjaro).

Experimentos com ratos confirmam a teoria

Para confirmar a teoria de que as proteínas do sistema nervoso poderiam potencializar os medicamentos, os cientistas realizaram testes de laboratório com quatro grupos de ratos.

Normais, geneticamente modificados para não produzir MC3R, que receberam bloqueadores de MC3R, e aqueles que receberam substâncias para aumentar a atividade de MC4R.

É importante destacar que o MC3R regula naturalmente o MC4R. Ou seja, se a atividade de um é bloqueada, a do outro aumenta e vice-versa.

Independentemente do caso, a manipulação das proteínas tornou os ratos mais sensíveis aos medicamentos GLP-1.

Aqueles com maior atividade de MC3R ou menor atividade de MC4R apresentaram até cinco vezes mais perda de peso.

Além disso, áreas do cérebro que causam náuseas – um efeito colateral dos medicamentos – não mostraram alterações significativas.

Medicamentos GLP-1 combinados com um tipo específico de substância ativadora das proteínas da saciedade podem aumentar até cinco vezes a eficácia dos tratamentos. – Imagem: 279photo Studio/Shutterstock

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Na prática, que benefícios a descoberta pode gerar?

As evidências sugerem que combinar medicamentos GLP-1 com um tipo específico de substância ativadora (agonista) pode aumentar até cinco vezes a eficácia dos tratamentos, sem aumentar os efeitos colaterais indesejados. Isso pode permitir doses menores para pacientes sensíveis ou melhorar os resultados em pacientes que não respondem aos tratamentos atuais.

Apesar dos estudos terem sido realizados em camundongos, os pesquisadores acreditam que esses resultados podem ser aplicáveis aos humanos, devido à similaridade do sistema estudado. Novas investigações e testes clínicos são necessários antes da aplicação prática dessas descobertas.

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