Reuniões virtuais são tomadas por bots de IA — e isso preocupa

Na era das reuniões virtuais, os humanos estão se tornando minoria. E a IA é quem domina o espaço.

Uma matéria do Washington Post revelou como em uma chamada recente no Zoom, Clifton Sellers, um empresário do Alabama, percebeu que dos 16 participantes da reunião, apenas seis eram pessoas reais — os demais eram bots de inteligência artificial encarregados de anotar, transcrever e resumir a conversa.

A cena ilustra uma nova fase nas dinâmicas corporativas, impulsionada pela disseminação de assistentes de IA em plataformas como Zoom, Google Meet, Microsoft Teams e aplicativos especializados como Otter.ai e Fathom.

Essas ferramentas vêm ganhando espaço nos escritórios digitais, mas também gerando desconforto, dúvidas sobre privacidade e novos dilemas de etiqueta profissional.

IA invade as reuniões online e levanta questões sobre privacidade, responsabilidade e o futuro da comunicação no trabalho (Imagem: Stock-Asso/Shutterstock)

Embora úteis para economizar tempo e evitar o desgaste de reuniões excessivas, os “anotadores de IA” já estão sendo usados em substituição a pessoas ausentes — sem que possam falar ou interagir.

Em alguns casos, apenas o bot comparece, como ocorreu com um repórter do Washington Post, que ficou sozinho na chamada com um robô mudo.

O que nos espera no futuro das reuniões digitais

  • A CEO do Zoom, Eric Yuan, já projeta o futuro: quer permitir que usuários criem “gêmeos digitais”, capazes de participar e interagir em reuniões no lugar de seus donos.
  • Para especialistas como Allie K. Miller, isso aponta para um mundo onde “nada será esquecido”
  • Ela alerta que a gravação constante muda o comportamento humano e pode inibir conversas mais francas.

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Ferramentas de inteligência artificial que gravam e resumem reuniões estão cada vez mais comuns (Imagem: Girts Ragelis/Shutterstock)

Limites da ética são desafiados

Questões legais também entram em jogo. Em muitos estados dos EUA, basta o consentimento de uma parte para gravar conversas — o que torna legal, mas nem sempre ético, o uso de bots sem aviso prévio. Em alguns casos, o gravador nem aparece como participante da reunião, tornando-se invisível aos demais.

Apesar dos benefícios, o excesso de dados pode gerar o efeito oposto ao pretendido. “Há uma perda de significado”, diz Neal Shah, CEO da CareYaya, que acumula milhares de transcrições, mas reconhece a dificuldade de extrair valor real delas.

Para educadores e líderes, como Kip Glazer, diretora de uma escola na Califórnia, a onda de bots levanta uma pergunta essencial: a reunião realmente precisava acontecer — ou um e-mail bastaria?

Segurança e transparência no ambiente de trabalho são colocadas em xeque devido a uma crescente presença de bots em reuniões por vídeo (Imagem: fizkes/Shutterstock)

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