Você já sabe que a GeForce RTX 5090 é a placa de vídeo mais poderosa da atualidade, e verdade seja dita, até a Nvidia lançar sua próxima topo de linha, nada deve mudar. Talvez, o que você e muitas outras pessoas não saibam, é quão potente a RTX 5090 é, e como ela é um monstro de performance em forma de hardware.
No último mês pude testar a AORUS RTX 5090 MASTER Ice como minha placa de vídeo principal e digo com tranquilidade que precisaremos esperar alguns anos para essa GPU ser superada. Grandiosa, faminta por energia, e com desempenho extraclasse, esse é um dos melhores produtos que você pode comprar se tiver dinheiro sobrando.
Design e construção
Em janeiro, durante o anúncio da RTX 5090, a Nvidia surpreendeu a comunidade do hardware ao revelar o design revisado dos modelos Founders Edition, que está ainda mais leve e bonito. Por mais que as fabricantes pudessem seguir um caminho parecido, a AORUS decidiu manter o padrão grandioso da geração passada.
Com isso em mente, é fácil dizer que a AORUS RTX 5090 MASTER Ice é um real tanque de guerra. Por ser da linha Master, esse componente ostenta um design refinado e especialmente nessa cor branca, lindíssima. A parte frontal tem diversos recortes sutis e uma pintura metálica colorida nas bordas.
A visão lateral dessa placa contempla o clássico logotipo GeForce RTX e o da AORUS, já com uma iluminação RGB. Logo ao lado há um pequeno display LCD que o usuário pode personalizar com GIFs, imagens, e até determinadas estatísticas relevantes, como a temperatura da placa.
Nesta região da parte está localizado um componente de extrema importância para a RTX 5090: o conector 12V-2×6. Sim, o cabo tem um novo nome e não se chama mais 12VHPWR, como na RTX 4090. Essa conexão ainda consegue transmitir 600W de energia, mas comentarei sobre essa mudança no segmento de consumo nos próximos parágrafos.
Como toda boa placa de vídeo deveria ter, a RTX 5090 MASTER Ice da AORUS conta com um poderoso backplate na parte traseira para dissipar o calor e aumentar a beleza do produto. O mais interessante disso é que pelo menos um terço dessa traseira possui aletas, mostrando que o PCB da placa é bem menor que o projeto em si.
É legal observar como a Gigabyte trabalhou com uma mescla interessante de metal e plástico na carcaça, criando um produto bem robusto e com nenhum sinal de fragilidade. Isso, por outro lado, torna a placa bem pesada, mas na caixa a fabricante envia um kit de suporte facilmente anexado no gabinete para que o modelo não fique empenado.
Por falar nessa questão, a AORUS RTX 5090 MASTER Ice não é tão grande como eu pensava. Sim, ainda é um modelo avantajado, mas opera em 36 cm de comprimento e 15 de largura, possibilitando a instalação em inúmeros gabinetes, inclusive alguns mini-ITX e Mid-Tower menores.
A arquitetura Blackwell
Com o lançamento da série RTX 50 em janeiro, a Nvidia introduziu finalmente a esperada arquitetura Blackwell em produtos para uso doméstico. Inicialmente lançada para aceleradores de IA da empresa há quase um ano, a Blackwell é uma arquitetura que foca quase que inteiramente em inteligência artificial, aprendizado de máquina, etc.
Essa tecnologia é basicamente unânime no segmento de data centers como a mais poderosa atualmente, mas a portabilidade da arquitetura para as GeForce RTX 50 sofre algumas críticas. A exceção fica com a GeForce RTX 5090, que é um chip completíssimo com tudo — ou quase tudo — que esse conjunto de recursos tem a oferecer.
Modelo mais poderoso da família, a Nvidia equipou a RTX 5090 com o chip GB202 construído em uma litografia de 5 nanômetros no nó 4N FinFET da TSMC. Em tese, esse é o mesmo processo que a companhia utilizou lá em 2022 quando lançou a RTX 4090, também com os mesmos 5 nm.
Enquanto na RTX 5080 eu critiquei essa estratégia por parte do time verde, as críticas na RTX 5090 não se sustentam por uma série de razões. O primeiro motivo para isso está na quantidade de estruturas presentes no chip, e nesse caso a Nvidia inseriu incríveis 21.760 núcleos CUDA, ou seja, um aumento de 32% contra a RTX 5090.
🖥️ GPU | RTX 5090 | RTX 5080 | RTX 4090 |
---|---|---|---|
Arquitetura | Blackwell 2.0 | Blackwell 2.0 | Ada Lovelace |
Chip | GB202 | GB203 | AD102 |
Processo de Fabricação | 5 nm (TSMC) | 5 nm (TSMC) | 5 nm (TSMC) |
CUDA Cores | 21.760 | 10.752 | 16.384 |
TMUs | 680 | 336 | 512 |
ROPs | 176 | 112 | 176 |
RT Cores | 170 | 84 | 128 |
Tensor Cores | 680 | 336 | 512 |
SMs | 170 | 84 | 128 |
Frequência Base | 2,01 GHz | 2,30 GHz | 2,23 GHz |
Frequência Boost | 2,41 GHz | 2,62 GHz | 2,52 GHz |
Capacidade / Tipo de Memória | 32 GB GDDR7 | 16 GB GDDR7 | 24 GB GDDR6X |
Largura de Banda da Memória | 1.792 GB/s | 960 GB/s | 1.008 GB/s |
Interface de Memória | 512-bit | 256-bit | 384-bit |
Clock da Memória | 28 Gbps | 30 Gbps | 21 Gbps |
TGP | 575 W | 360 W | 450 W |
Conector de Energia | 12V-2×6 | 12V-2×6 | 1x 16-pin |
Data de Lançamento | 30 de janeiro de 2025 | 30 de janeiro de 2025 | 12 de outubro de 2022 |
Preço de Lançamento | R$ 19.999 | R$ 9.999 | R$ 14.999 |
Outros aspectos do chip também tiveram incrementos interessantes, como nos TMUs, Tensor Cores e nos núcleos RT, que continua como foco da Nvidia. Um dos segmentos que teve reduções foi o das frequências, que vai até 2,4 GHz em boost, mas isso não significa tanta coisa, visto que o chip traz mais estruturas para aguentar o tranco.
Contudo, há uma mudança extremamente importante nas RTX 50: a chegada do GDDR7. Com a GeForce RTX 5080 e os demais exemplares da linha, a Nvidia deixou a tecnologia GDDR6X de lado e inseriu memórias recentes no protocolo GDDR7, que permitem mais velocidade no carregamento de dados, como texturas em alta resolução.
Além do GDDR7 mais rápido, a RTX 5090 tem um diferencial muito importante no aumento de memória. Essa GPU dobra a quantidade de VRAM e chega com 32 GB para entusiastas do hardware, embora ainda não faça muita diferença para os gamers, mas pode ajudar profissionais.
Setup de testes
Antes de entrar nos benchmarks, é preciso comentar sobre o nosso setup de testes. A AORUS RTX 5090 MASTER Ice foi testada com os seguintes componentes:
- Processador: AMD Ryzen 7 9800X3D
- Placa-mãe: B650M AORUS Elite AX
- RAM: 32 GB Kingston Renegade (2×16) 6.400 MT/s
- SSD: XPG S70 Blade 1 TB
- Fonte: GIGABYTE P1000GM 1.000W
- Cooler: Corsair iCUE Link Titan 360 RX RGB
- Gabinete: Corsair 5000D
Além disso, todos os games foram testados em qualidade máxima para entender até onde essa GPU pode levar o jogador. Inclusive, os benchmarks em jogos foram realizados somente em 4K, já que esse é um modelo estritamente pensado para essa resolução.
Benchmarks sintéticos
Sem mais papo-furado, é hora de colocar a AORUS RTX 5090 MASTER Ice para suar, e nada melhor do que começar com a nossa tradicional leva de benchmarks sintéticos. Aqui, a ideia é entender até onde o chip dessa poderosa placa de vídeo pode ir em aplicações complexas que demandam muito de qualquer computador.
Para a surpresa de zero pessoas, a RTX 5090 topo de linha da AORUS simplesmente deixa suas concorrentes comendo poeira. No Steel Nomad, benchmark para computadores de alto nível, a GPU escancara quase o dobro de pontos que a RTX 5080 FE e literalmente dobra contra a Radeon RX 9070 XT.
Com Port Royal, a RTX 5090 também faz suas demais concorrentes comerem poeira, novamente chegando perto de dobrar o nível de desempenho. Esse teste, inclusive, é um termômetro bem interessante para ficar de olho, visto que o benchmark utiliza Ray Tracing em tempo real nas renderizações.
O Time Spy Extreme é um teste um pouco mais conservador e demonstra a menor diferença da AORUS RTX 5090 MASTER Ice contra os outros modelos da nossa lista. Em contrapartida, o Time Spy padrão escancara uma diferença gigantesca de mais de 25 mil pontos contra a RTX 5080 FE.
Testes profissionais
Como eu sempre saliento, o Voxel não tem foco em falar tanto sobre atividades profissionais relacionadas com componentes de computador. Todavia, é muito importante lembrar que essencialmente as séries com final 90, e até mesmo as antigas GTX Titan, são modelos domésticos topo de linha, mas pautados para entusiastas e profissionais.
Nesse cenário, nada mais justo do que colocar a AORUS RTX 5090 MASTER Ice para enfrentar o Blender, popular software de renderização 3D. A GPU novamente mostra quase o dobro de performance contra a RTX 5080, tanto nos testes Monster, Junkshop e Classroom, que são cenas renderizadas pela GPU.
Já no SPECViewperf, software focado em cenas ainda mais complexas para profissionais de engenharia, arquitetura e medicina, a distância é um pouco menor. Um dos motivos que pode explicar essa diferença entre o SPEC e o Blender é a utilização de mais memória por parte do Blender — que a RTX 5090 ostenta com 32 GB.
Testes em 4K
Finalmente, partindo para os testes na resolução 4K, não é surpresa dizer que a AORUS RTX 5090 MASTER Ice desempenha de forma monstruosa. Literalmente, nenhum game performa mal com essa placa de vídeo, algo já esperado dado o preço elevado e o tier premium em que o produto se encontra.
E finalmente consigo citar uma GPU em que Alan Wake 2 rodou com média acima dos 60 FPS. Na verdade, o game da Remedy bateu uma média de 81 quadros por segundo, algo incrivelmente raro, principalmente pelo fato deste teste não utilizar nenhuma técnica de upscaling.
Em Assassin’s Creed: Shadows, que também vem se mostrando um bom desafio para os PCs, o resultado é bem similar ao de AL2. Por outro lado, Black Myth: Wukong conseguiu uma diferença bem exemplar contra a RTX 5080 e, novamente, contra a Radeon RX 9070 XT.
Cyberpunk 2077 também tem uma excelente performance, mas que não me surpreende tanto dada a proximidade do game com tecnologias da Nvidia. Por fim, Red Dead Redemption 2 simplesmente deslancha com uma absurda quantidade de frames por segundo.
Ray Tracing e Upscaling
A AORUS RTX 5090 MASTER Ice já se mostrou imbatível na resolução 4K e não faz sentido testar essa placa de vídeo em resoluções mais baixas, como o 1440p. No entanto, a Nvidia segue promovendo os recursos de Ray Tracing e inteligência artificial dessa placa vídeo entusiasta.
Junto ao anúncio das GeForce RTX 50, a Nvidia também anunciou o DLSS 4 (Deep Learning Super Sampling) com o Multi-Frame Generation (MFG). Similar ao Frame Generation (FG) da geração passada, essa tecnologia usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para criar quadros intermediários na imagem e aumentar a performance, com a diferença que a nova tecnologia cria até 3 quadros adicionais.
Falar em bons resultados aqui é basicamente ‘chover no molhado’, então é justo dizer que a RTX 5090 amassa qualquer concorrência com seu MFG. Isso é extremamente nítido em Cyberpunk 2077 que somente com DLSS equilibrado e Ray Tracing no Ultra já bate quase 70 FPS de média.
Com o gerador de múltiplos quadros da Nvidia, esse resultado é abismal. Mesmo com o Traçado de Raios ativado, a placa de vídeo consegue fazer entre 357 e incríveis 617 FPS nos modelos 2x e 4x, respectivamente. Não há muito o que comentar, e os números contam toda a história.
Em Alan Wake 2 a história não é muito diferente, e o aclamado game do escritor homônimo cai na lábia da RTX 5090. Por incrível que pareça, somente o DLSS/FSR em modo equilibrado com Ray Tracing no máximo já é suficiente para rodar o game acima de 70 FPS.
Com o Multi-Frame Generation a situação fica absurdamente boa, com uma média superior aos 200 frames ao ativar a geração de quadros máxima. É realmente um passeio no parque para essa placa de vídeo.
Consumo e aquecimento
A AORUS RTX 5090 MASTER Ice tem uma performance incrível em games e aplicações complexas, mas tudo isso tem um custo elevado — além do preço, claro. O custo, nesse caso, se reverbera no consumo de energia.
Segundo a Nvidia, o chip da RTX 5090 tem consumo máximo de 575W, algo que pode variar conforme o modelo de diferentes fabricantes. O que não muda é a recomendação da fonte de 1.000W ou mais. Em nosso teste de estresse, a GPU bateu o teto de incríveis 573W em um benchmark sintético. Para você ter noção, esse é um aumento de 77% em comparação com a RTX 5080 Founders Edition.
Um detalhe interessante do meu monitoramento é que quase 550W desses 573W consumidos passaram pelo novo cabo 12V-2×6. Sim, a Nvidia alterou o polêmico 12VHPWR para esse novo formato, que, na verdade, mantém a mesma conexão, mas traz melhorias no encaixe e alimentação.
Isso liga um alerta para os compradores de qualquer RTX 5090: conecte o cabo direito. Não importa se você usará o 12V-2×6 ou o adaptador que vem na caixa, certifique-se que tudo está devidamente encaixado. Mesmo com as mudanças realizadas, não é incomum ver relatos de conectores derretendo com toda essa brutalidade na transmissão energética.
Como o consumo de energia é alto, é plausível acreditar que o chip da RTX 5090 esquenta bastante. Sim, isso é verdade, e também é exatamente por isso que a AORUS RTX 5090 MASTER Ice tem um sistema de dissipação fortíssimo com ótimas ventoinhas, o backplate, várias aletas e heatpipes espessos.
No fim, nossos testes registraram um pico de até 77 °C, mas que nas minhas jogatinas fica abaixo dos 70 °C sem dificuldade. Vale lembrar que nossos testes visam estressar ao máximo esses componentes e nem sempre representam uma situação totalmente real de uso.
Vale a pena comprar a AORUS RTX 5090 MASTER Ice?
A AORUS RTX 5090 MASTER Ice é uma das melhores placas de vídeo que você pode comprar no varejo brasileiro, e ponto final. Não somente pelo chip da RTX 5090 ser uma maravilha do hardware, o projeto da AORUS entrega robustez, beleza, personalização, e um ótimo sistema de resfriamento.
Como eu já disse, e repito, a GeForce RTX 5090 é uma monstruosidade em forma de componente de computador. É a personificação do legado pioneiro que a Nvidia constrói há décadas e certamente estará no hall da fama das GPUs. Isso, claro, até o time verde lançar sua próxima topo de linha nos próximos anos.
No entanto, nada que seja tão bom assim nesse mundo é de graça. A RTX 5090 não chega nem perto de ser a exceção, mas sim a regra. A RTX 5090 custa entre R$ 17.000 e R$ 25.000 no varejo brasileiro, isolada como a placa de vídeo mais cara e poderosa do mundo.
Esse é um daqueles produtos para uma camada muito pequena da população brasileira, que ou tem muito dinheiro para gastar, ou necessita completamente de um chip assim para trabalhar — que é mais justificável. A AORUS RTX 5090 MASTER Ice, em especial, custa R$ 20 mil cravados, e se você já vai gastar uma bolada, que seja nesse modelo excelente da Gigabyte.
A pergunta que fica é: você realmente precisa de uma RTX 5090? Ao passo que é extremamente poderosa, eu simplesmente não consigo indicar essa placa para qualquer pessoa, a não ser profissionais. Convenhamos, uma RTX 5080 já vai te satisfazer muito bem e chega a custar menos da metade do preço.
Mas e você? Compraria a GeForce RTX 5090 nesse modelo da AORUS ou prefere uma abordagem mais simples e barata? Continue ligado no site do Voxel para análises completas de placas de vídeo, processadores, e muito mais.