Review: Donkey Kong Bananza acerta em cheio com gameplay divertido e exploração recompensadora

Embora Mario Kart World tenha sido o grande destaque de lançamento do Switch 2, não dá para negar que Donkey Kong Bananza é o jogo que realmente acabou animando muita gente com o novo console. Afinal, em vez de ser uma sequência de uma franquia que já conhecemos muito bem, esse é um título totalmente inédito e centrado em um personagem que não ganha o total protagonismo há algum tempo. 

Com um visual repaginado para o nosso querido gorila e um gameplay que foge da fórmula estabelecida pela Rare há tantos anos, Donkey Kong Bananza realmente tem tudo para nos surpreender. A gente teve a oportunidade de testar o jogo antecipadamente e te contamos as nossas principais impressões na análise logo a seguir!

Bananas de sobra

Logo de cara, Donkey Kong Bananza nos coloca para aprender o gameplay sem qualquer demora. Nosso papel é minerar o terreno para encontrar diferentes tipos de recursos. Para isso, você pode simplesmente socar qualquer parte do cenário para destruí-lo, algo que se torna muito viciante rapidamente, diga-se de passagem

Em seguida, a trama finalmente ganha algum destaque, nos mostrando que a malvada corporação VoidCo está roubando bananas de todas as camadas do mundo e que nosso papel é impedi-los. Fazemos isso ao lado de Pauline, uma garota de 13 anos que não parece ter muitas memórias de quem é ou que aconteceu com ela antes de conhecer Donkey Kong.

Eu não vou revelar muito sobre a história em si, já que apesar de não ser tão complexa, ainda é muito mais divertida de se acompanhar por si próprio. Até porque ela acaba sendo bem diferente da antiga trama que envolvia Donkey Kong (que era, na verdade, o gorila que agora conhecemos como Cranky Kong) raptando Pauline no primeiro jogo de arcade de 1981. Tudo o que precisa saber é que DK e Pauline fazem essa jornada por diversas camadas do mundo com a intenção de chegar ao núcleo para salvar as bananas e, no fim, voltarem para suas vidas tranquilas na superfície.

O ciclo de gameplay em si gira em explorar todas as subcamadas, cada uma sendo essencialmente um mundo diferente, para ajudar os residentes de cada local e se aproximar mais do grande vilão Void Kong e seus capangas, Poppy Kong e Grumpy Kong. Como esperado, cada subcamada possui um tema diferente, assim como estamos acostumados a ver em jogo do Mario, por exemplo. Os temas variam de coisas mais normais como neve, floresta ou praia até algo mais criativo, como um mundo de chocolate.

Em cada subcamada, você pode coletar ouro, bananas, moedas e fósseis, sendo que cada recurso tem um uso importante para sua jornada. Com ouro, você pode criar abrigos, comprar itens e criar atalhos, só para citar alguns exemplos. Já os fósseis, que são exclusivos de cada região, te permitem comprar visuais com diferentes vantagens para DK e Pauline. Com moedas você pode comprar mais bananas e com as bananas é possível destravar habilidades para o nosso protagonista.

Isso definitivamente te incentiva a explorar ainda mais cada mundo, algo que por si só já é bem divertido, já que há coisas escondidas por todo canto. Além dessa exploração aberta que nos lembra tanto Super Mario Odyssey, há alguns desafios contidos bem diversificados, te levando para fases clássicas de plataforma, resolução de puzzles ou lutas contra inimigos em um tempo limite. Como dá para imaginar, conteúdo é o que não falta, especialmente se você quiser fazer tudo em cada subcamada antes de seguir para a próxima.

Hora da Bananza!

É claro que o que realmente faz o jogo brilhar é a Bananza, uma transformação temporária que Donkey Kong destrava bem cedo em sua aventura. Há diferentes tipos de Bananza, mas para esse review, citaremos apenas três para não estragar as surpresas que o jogo possui. Com a Bananza Kong, você fica muito mais poderoso, com a Bananza Zebra, você fica mais veloz e com a Bananza Avestruz, é possível voar por curtos períodos de tempo. Todas as Bananzas também podem ser aprimoradas com pontos de habilidades, seja para deixar seus poderes mais potentes ou para ganhar novos tipos de golpes.

Como você já pode imaginar, as Bananzas são essenciais não só para lidar com inimigos ou com lutas de chefes, mas também para explorar as subcamadas do game, especialmente para alcançar locais que são inacessíveis para a versão normal do Donkey Kong. Felizmente, não há muitas restrições para ativar a Bananza, considerando que você só precisa encher sua barra de energia com pedaços de ouro que coleta do terreno.

Essa variedade de Bananzas, recursos e puzzles tornam a jornada em algo muito divertido e até difícil de parar de jogar. Eu tive que me apressar um pouco para entregar a análise a tempo, mas recomendo que vocês explorem tudo o que for possível antes de seguir para outras áreas do jogo, já que isso definitivamente torna a experiência em algo mais completo e que aumenta bem mais o seu número de horas com o título.

Para quem é fã de longa data de Donkey Kong, eu diria que explorar um pouco de tudo é algo imperdível, já que você encontrará diversos easter eggs e referências diretas para os jogos anteriores do gorila. Isso vale tanto para personagens clássicos fazendo aparições especiais, como para fases inteiras que estão ali para recriar memórias especiais vindas diretamente da década de 1990. O mesmo pode ser dito sobre a música, afinal, além de uma trilha sonora inédita deliciosa, o game também conta com alguns dos temas mais conhecidos da história de DK.

Algo que também sempre gosto de mencionar em reviews é a localização de jogos em nosso idioma, algo cada vez mais comum em títulos da Nintendo. Em Donkey Kong Bananza, não só temos uma excelente localização do texto em português, como a voz de Pauline também está devidamente dublada em nossa língua.

Pequenos problemas

É claro que nem tudo é um mar de rosas, ou talvez de bananas nesse contexto especial. Há alguns probleminhas que, apesar de pequenos, precisam ser mencionados. Na parte técnica, há muitos momentos em que ocorre o famoso pop-in, ou seja, quando objetos ou partes do cenário aparecem aos poucos na tela quando você vai se aproximando de uma área. Isso não acontece a toda hora, mas quando ocorre, sempre é difícil de ignorar. 

Fora isso, a câmera atrapalha às vezes, especialmente quando você está cavando um túnel e ela não te mostra as coisas de forma clara. Também há momentos em que a iluminação fica estranha e escura, como se você estivesse debaixo da terra mesmo quando está na superfície. Vale comentar que o jogo rodou muito bem, apresentando quedas de frames apenas em pouquíssimos momentos para mim.

De qualquer forma, acredito que os problemas que mencionei sejam relativamente fáceis de arrumar quando o jogo for lançado, se é que já não vão ser consertados em um patch do dia de lançamento como tantas empresas costumam fazer. Além disso, eu citaria a falta de dificuldade como algo que pode incomodar fãs de Donkey Kong que estão mais habituados aos desafios que seus jogos forneciam antigamente. Tanto as lutas com inimigos como os desafios secundários são relativamente fáceis, então a diversão acaba pendendo mais para o lado da exploração, coleta de recursos e resolução de puzzles mesmo. Isso não é nem um pouco ruim, para deixar claro, só é uma proposta diferente e que se alinha melhor com jogos 3D do Mario, por exemplo.

Obviamente, o jogo também conta com um preço bem salgado e que definitivamente será o maior impedimento para os fãs brasileiros. Como a Nintendo não costuma fazer grandes promoções na loja digital, talvez o melhor negócio aqui seja esperar por um desconto melhor na versão física do game eventualmente.

Vale a pena?

Com apenas alguns defeitos técnicos, Donkey Kong Bananza é um jogo que acerta em praticamente tudo o que pretendia fazer e entregar aos fãs do gorila. É refrescante ver o personagem recebendo um jogo inédito e, especialmente, em uma fórmula diferente do estávamos habituados a ver desde a década de 1990.

Embora não seja um game que exija precisão e grande habilidade dos jogadores, Donkey Kong Bananza compensa isso com uma experiência extremamente divertida, viciante, cheia de segredos a serem encontrados e emocionantes homenagens à toda história do personagem que deu início ao caminho de sucesso da Nintendo 44 anos atrás.

Donkey Kong Bananza é um jogo que acerta em praticamente tudo o que pretendia fazer.

Nota do Voxel: 90

Pontos positivos (prós):

  • Gameplay muito divertido e viciante
  • Estilo de arte belíssimo
  • Diversas referências e homenagens à história de Donkey Kong
  • Muitos segredos e colecionáveis espalhados por cada mapa
  • Excelente trilha sonora

Pontos negativos (contras):

  • Há probleminhas técnicos com pop-ins e com a iluminação
  • O jogo é bem fácil e se sente falta de algum desafio

A review de Donkey Kong Bananza foi realizada no Nintendo Switch 2 com uma cópia cedida pela Nintendo Brasil. O game chega exclusivamente ao console em 17 de julho.

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