Review: Possessor(s) encanta com beleza e gameplay demoníacos

Presentes no imaginário popular desde sempre, os demônios constantemente são tema de produções no mundo dos filmes, séries e games. O estúdio Heart Machine, conhecido por Hyper Light Drifter, resolveu entrar nessa onda maléfica com um jogo peculiar: Possessor(s).

Anunciado no ano passado, o jogo te coloca em uma cidade em quarentena controlando Luca, uma estudante local. A garota precisou fazer um pacto com o demônio Rhen para sobreviver após uma grande explosão.

Misturando pancadaria e exploração no estilo metroidvania, o jogo encanta pela jogabilidade viciante e visual bem trabalhado, mas também comete alguns deslizes. Confira, a seguir, como foi minha experiência no game na análise completa.

Uma história demoníaca

A narrativa de Possessor(s) tem como grande ponto central uma megacorporação que estava usando energia demoníaca para descobrir uma nova forma de poder sustentável. No entanto, um acidente acaba colocando toda a cidade de Senzu em colapso.

Neste momento, Luca acaba perdendo as pernas em uma explosão, e vê no demônio Rhen, que estava aprisionado, uma forma de sobreviver. A dupla fecha um pacto que concede super-habilidades para a hospedeira, que precisa levar seu novo “amigo” para casa.

O problema é que a explosão liberou forças demoníacas na cidade, que agora está em quarentena. Neste ambiente inóspito e devastado, o jogador deve lutar com demônios de diferentes tipos e explorar o mapa no estilo metroidvania, que esconde vários segredos.

A narrativa progride ao realizar missões e encontrar memórias, que podem ser tanto de Luca quanto de Rhen. Assim, o jogador descobre o passado de ambos os personagens, enquanto a dupla busca formas de sobreviver e seguir em frente na destruição.

A narrativa não é nada inovadora e tampouco espetacular, principalmente em um ano como 2025, repleto de grandes games. Ainda assim, o estilo do jogo pode cativar quem é fã do estúdio ou busca uma experiência de metroidvania com uma vibe melancólica e demoníaca.

Gameplay que mistura metroidvania com Smash Bros

Na parte do gameplay, o jogo mistura o tempero clássico dos metroidvanias com um combate inspirado em jogos como Super Smash Bros. As lutas envolvem combos que normalmente permitem jogar os inimigos contra a parede e aproveitar o ambiente durante as lutas.

No entanto, a parte mais interessante fica para o aproveitamento do ambiente urbano no gameplay. Tanto as armas principais quanto itens especiais usados por Luca são coisas cotidianas: você começa jogando com um par de facas de cozinha, por exemplo.

O conjunto de armas principais inclui também itens como um taco de baseball e uma guitarra elétrica. Já os aparatos secundários incluem um mouse que joga inimigos para cima e um celular que emite ondas de choque.

Essa mesma vibe também está presente nos inimigos que você encontra no caminho, desde vasos de flores possuídos até arquivos infectados por energia demoníaca. Um dos meus favoritos é uma criatura formada por um monitor de PC e diversos mouses, que são arremessados e viram ratos que te perseguem.

Ao derrotar inimigos, o jogador coleta uma energia chamada Croma, que pode ser usada pra comprar itens de NPCs que você encontra pelo caminho. O jogo também conta com um inventário simples e a possibilidade de modificar armas com vantagens, tudo bem direto e fácil de assimilar.

Na parte da exploração, o jogo segue a cartilha clássica dos metroidvania 2D, com um mapa que se expande e revela seus segredos quando o jogador chega em cada área, ou descobre novas habilidades. O game conta com um sistema de missões principais e secundárias, o que garante objetivos que te levam para cada canto do mapa e ajudam a não ficar totalmente perdido na exploração.

Enquanto o jogo possui facilitadores como marcações e viagem rápida, em alguns momentos, o jogo claramente poderia ter mais assistências para ajudar novatos, já que traz uma história cativante e um combate simples. Essa barreira de ocasionalmente se perder torna o jogo um pouco menos amigável para quem está começando no gênero, mas é algo que pode ser contornado com guias no pós-lançamento.

Outro ponto que seria interessante é uma roda de armas, facilitando a troca de equipamentos durante o combate, que ocasionalmente pode se tornar repetitivo. Com uma solução que permitisse trocar rapidamente os itens, certamente o combate seria mais elaborado e traria mais opções para o gameplay.

Visual encanta, mas poderia ser melhor

Quando o assunto é visual, Possessor(s) encanta com suas cores e melancolia. O jogo possui belos gráficos e uma apresentação de cair o queixo para o seu escopo.

O visual de Luca é um show à parte, com cores vibrantes que contrastam bem com o ambiente obscuro em que o jogo se passa. O demônio Rhem também é bem carismático, assim como outros personagens que aparecem no decorrer da história.

O jogo também conta com uma ótima trilha sonora e performance que, por aqui, não deixou a desejar. Enquanto jogar na RTX 5080 da Nvidia é um show, o título também funcionou direitinho em um notebook com a GTX 1050 Ti e no Steam Deck.

A maior decepção fica para o jeito que a história é contada, sem dublagem e com foco na exibição de texto em tela. Enquanto isso é bastante comum para indies desse escopo, não dá pra negar que a narrativa seria consideravelmente mais imersiva com um cuidado a mais.

Vale destacar, também, que a movimentação da personagem ocasionalmente parece meio truncada, principalmente em transições, como ao subir escadas. É apenas um detalhe que poderia ser melhorado, mas que claramente não afeta muito a experiência.

Vale a pena?

Possessor(s) é um metroidvania de entrada interessante para quem está querendo conhecer o gênero e aproveitar uma história com personagens interessantes e um visual bonito. O game acaba decepcionando em alguns aspectos e pode te deixar perdido em algumas ocasiões.

Em um ano repleto de grandes lançamentos de qualidade, o jogo também não brilha tanto quanto outros nomes de peso. Ainda assim, no geral, a aventura pode ser interessante para fãs do gênero, principalmente no PC, onde o título sai pelo convidativo preço padrão de R$ 54,99.

Nota: 80

Prós:

  • Combate viciante;
  • Armas e inimigos criativos;
  • História engajante com belos visuais;
  • Exploração clássica de metroidvania.

Contras

  • Falta de dublagem e história focada em textos;
  • Movimentação é meio travada, mas nada que mate a experiência;
  • Podia ter combate e exploração mais avançados.

Uma cópia de Possessor(s) para PC foi cedida pela Devolver Digital para review. Além do computador, o jogo também está disponível para PS5.

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