Robôs jogam futebol, lutam e dançam na primeira ‘Olimpíada’ de humanoides na China

Mais de 500 robôs participaram dos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides 2025 encerrados no domingo (17) em Pequim, na China, evento que resultou em imagens bastante curiosas. As máquinas foram vistas jogando futebol, participando de provas de atletismo, partidas de tênis de mesa, lutas de boxe, apresentações de dança e muitas outras modalidades.

A competição, que também ficou conhecida como “Olimpíadas” dos robôs, reuniu 280 equipes de 16 países, entre os quais o Brasil, mostrando os avanços mais recentes em robótica e inteligência artificial. Segundo os organizadores, o evento permitiu testar tecnologias e coletar informações valiosas para o desenvolvimento de máquinas para diferentes utilidades.

Os jogos de futebol entre os robôs foram bastante disputados. (Imagem: Getty Images)

Quais foram os destaques dos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides?

Realizado no Oval Nacional de Patinação, construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 e palco de vários recordes, o campeonato de robôs humanoides envolveu diversos esportes tradicionais. Provas práticas como a classificação de medicamentos, serviços de limpeza e o manuseio de materiais também foram disputadas.

  • Nos jogos de futebol, acontecendo em um ritmo mais lento, cinco robôs com tamanho equivalente ao de crianças de sete anos estavam de cada lado, colidindo uns com os outros enquanto tentavam acertar a bola;
  • As provas de atletismo também chamaram a atenção, como na corrida de 1.500 m quando um dos humanoides “desmaiou” após acelerar o passo;
  • Nessa mesma competição, o modelo mais rápido superou os rivais com uma certa folga, completando o percurso em quase 6 minutos e 30 segundos, contra 3 minutos e 26 segundos do recorde mundial masculino;
  • Em uma luta de boxe, dois robôs de 35 kg se enfrentaram vestidos a caráter, com luvas e capacete, trocando ganchos de esquerda e direita, chutes e joelhadas, além de se mostrarem aptos a desviar dos golpes;
  • Já na prova de kung fu, um dos robôs lutadores tentou um golpe mais complicado, porém o movimento terminou com a máquina caindo de cara no chão, o que deixou alguns espectadores preocupados.

Em algumas das quedas, a intervenção humana foi necessária para colocar os humanoides de pé novamente. No entanto, muitos deles conseguiram se reerguer sozinhos, arrancando aplausos do público que pagou ingressos de até 580 yuans, o equivalente a R$ 438, pela cotação do dia, para ver as disputas de perto.

Os androides utilizados nos desafios são fabricados por marcas como Unitree, Fourier Intelligence e Booster Robotics. A equipe brasileira que participou do campeonato de futebol de robôs usou modelos T1 da Booster Robotics, aproveitando o torneio para desenvolver as capacidades de coordenação das máquinas.

Os robôs humanoides também mostraram talento para as provas de atletismo. (Imagem: Getty Images)

Robótica em alta na China

Um dos maiores mercados de robôs do mundo, o gigante asiático vem investindo pesado no desenvolvimento de humanoides. O país tem planos de disponibilizar 1 trilhão de yuans (R$ 756,1 bilhões) em apoio a startups de tecnologias, incluindo as de robótica e IA, nos próximos anos.

Recentemente, o país inaugurou uma loja que vende robôs parecidos com humanos, trazendo um amplo catálogo de opções para facilitar o acesso da população a esse tipo de máquina. Há modelos que jogam xadrez, realizam diversos trabalhos, imitam cães de estimação e até réplicas de figuras históricas como Albert Einstein.

Há pouco tempo, a China também sediou a primeira maratona de robôs humanoides do mundo. Já quanto ao evento ocorrido no último fim de semana, a expectativa é de que ele seja lembrado como um marco para a robótica, de acordo com o presidente da Confederação Ásia-Pacífico RoboCup, Zhou Changjiu.

“Estou realmente animado com o fato de a China estar sediando os primeiros Jogos Mundiais de Robôs Humanoides. É fazer história. Daqui a uma ou duas décadas, olharemos para trás e reconheceremos isso como o nascimento das Olimpíadas de robôs. Assim como os Jogos Olímpicos se originaram na Grécia Antiga, as gerações futuras verão Pequim como o berço das Olimpíadas de robôs modernos”, disse ele, em entrevista à agência de notícias Xinhua.

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