Semáforos desligados, transporte público interrompido, trânsito caótico. E carros autônomos da Waymo parados em ruas e cruzamentos. Um grande apagão atingiu São Francisco (EUA) no sábado (20). No pico, entre 120 mil e 130 mil clientes ficaram sem energia, segundo a concessionária.
Ao longo do fim de semana, fotos e vídeos dos robotáxis imóveis se espalharam pelas redes sociais. Diante da situação, a Waymo suspendeu temporariamente o serviço de transporte na cidade e só voltou a operar no domingo (21).
Apagão virou teste de estresse para robotáxis da Waymo
O apagão começou no sábado após um incêndio numa subestação elétrica, segundo informações oficiais. A falta de energia derrubou semáforos em várias regiões e afetou o sistema de transporte público da cidade. O cenário foi tão crítico que autoridades locais chegaram a pedir que moradores evitassem circular pelas ruas, a menos que fosse realmente necessário.
Foi nesse cenário que SUVs autônomos usados no serviço de transporte da Waymo começaram a aparecer parados. Em cruzamentos sem sinalização funcionando, os veículos ficaram imóveis, enquanto motoristas humanos se acumulavam atrás deles ou tentavam desviar.
Imagens dos carros bloqueando vias viralizaram, alimentando críticas e comparações com veículos conduzidos por humanos. Alguns usuários chegaram a postar vídeos de carros com Full Self Driving (assistência de direção) da Tesla circulando normalmente.
Power outage took out the waymos RIP pic.twitter.com/DPte8oOGku
— Vincent Woo (@fulligin) December 21, 2025
Power out in SF and the @Waymo’s are causing a MASSIVE jam in North Beach 🤣 pic.twitter.com/fuvhprlyma
— Iago Maciel (@_iagomaciel) December 21, 2025
Pouco depois, a Waymo confirmou que havia suspendido temporariamente o serviço em São Francisco. Em nota enviada à imprensa, a empresa afirmou que a decisão buscava manter os passageiros seguros e garantir que equipes de emergência tivessem acesso livre às ruas durante o apagão.
Retomada do serviço não encerra dúvidas sobre os limites da autonomia
A operação começou a ser retomada apenas no domingo à tarde, quando a Waymo anunciou que voltaria a oferecer corridas na região da baía. A empresa reconheceu que o apagão foi um evento amplo, que causou engarrafamentos generalizados e afetou não só os carros autônomos, mas toda a mobilidade da cidade.
Segundo a Waymo, seus veículos são projetados para tratar semáforos apagados como cruzamentos de quatro paradas, em que todos devem parar antes de seguir. O problema, explicou a empresa, é que a escala do apagão foi grande demais, o que fez com que alguns carros permanecessem parados por mais tempo do que o esperado enquanto tentavam entender o ambiente ao redor.
Há também um fator menos visível, mas crucial: conectividade. Durante o apagão, torres de celular ficaram fora do ar ou sobrecarregadas, já que muitos moradores perderam o acesso ao Wi-Fi. Isso pode ter limitado a comunicação dos veículos com os sistemas da empresa e atrasado decisões em situações mais complexas.
Em casos considerados “fora do padrão”, os carros da Waymo podem pedir ajuda a operadores humanos remotos, que analisam imagens, mapas e dados dos sensores para orientar o veículo. Esse suporte, porém, depende de banda e estabilidade de rede. Justamente o que faltou durante o apagão.
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O episódio não é inédito. Situações semelhantes já foram registradas em outras cidades e em falhas anteriores de semáforos. Portanto, isso reforçando que, por enquanto, carros autônomos ainda dependem muito mais da infraestrutura urbana do que parecem à primeira vista.
(Essa matéria usou informações de TechCrunch e The Verge.)
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