A Rockstar Games, estúdio responsável por GTA 6 e tantas outras “pedradas” da indústria de games, esclareceu o motivo por trás da recente onda de demissões que afetou dezenas de funcionários no Reino Unido e no Canadá. Após acusações do sindicato britânico IWGB de que os desligamentos estariam ligados a tentativas de sindicalização, a desenvolvedora afirmou que as demissões ocorreram por conta do vazamento de informações confidenciais da empresa.
A Rockstar é bastante conhecida por sua postura rígida em relação à confidencialidade e já havia enfrentado polêmicas semelhantes em 2022, quando GTA 6 teve uma série de vídeos de desenvolvimento vazados online. Segundo o estúdio, as recentes demissões não têm relação com o movimento sindical, mas sim com a quebra de políticas internas de segurança.
A nova crise ocorre enquanto o estúdio se prepara para o lançamento de GTA 6, o jogo mais aguardado de todos os tempos que chega no dia 26 de maio de 2026. Enquanto lida com possíveis vazamentos, a companhia tenta conter discussões internas sobre condições de trabalho e privacidade corporativa.
Segundo Rockstar, vazar informações confidenciais é uma “conduta grave”
Em comunicado enviado ao Bloomberg, a Rockstar afirmou que as demissões foram motivadas por “má conduta grave”, relacionada ao compartilhamento de informações internas em fóruns públicos.
“Na semana passada, tomamos medidas contra um pequeno grupo de indivíduos que distribuíram e discutiram informações confidenciais em um fórum público, o que viola as políticas da nossa empresa”, informou o estúdio.
A empresa reforçou que as ações não têm relação com o direito dos funcionários de se sindicalizarem. “Isso não teve nenhuma relação com o direito das pessoas de se sindicalizarem ou de participarem de atividades sindicais”, acrescentou a nota. A Rockstar destacou que proteger seus projetos e dados é essencial, especialmente diante da magnitude e das expectativas em torno de GTA 6.
A declaração também busca afastar suspeitas de práticas antissindicais levantadas após a denúncia do IWGB. A Rockstar e sua controladora, a Take-Two Interactive, reiteraram que apoiam os direitos dos funcionários, mas não toleram o descumprimento de regras de confidencialidade.
De acordo com fontes próximas da empresa, o vazamento teria ocorrido em um canal externo que incluía pessoas sem vínculo com a empresa. A Rockstar não revelou quantos funcionários foram desligados, mas a estimativa é de que o número ultrapasse 30 pessoas.
O estúdio também afirmou que seguirá revisando suas políticas internas de segurança e reforçando treinamentos para evitar novos incidentes.
Para presidente sindical da Grã-Bretanha, Rockstar adotou práticas antissindicais
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Independentes da Grã-Bretanha (IWGB), Alex Marshall, contestou a explicação da Rockstar e classificou as demissões como práticas antissindicais. Segundo ele, o estúdio estaria “com medo de que funcionários dedicados discutissem em particular o exercício de seus direitos por um ambiente de trabalho mais justo e uma voz coletiva”.
Marshall acrescentou que a Rockstar estaria priorizando “a repressão sindical em vez de focar no desenvolvimento de GTA 6”, criticando a postura da empresa diante de tentativas de organização interna. O IWGB também afirmou que estuda novas medidas legais contra o estúdio.
Essa não é a primeira vez que o sindicato britânico entra em conflito com grandes empresas de games. Recentemente, a organização também criticou o estúdio Build a Rocket Boy, de MindsEye, por uma série de demissões que, segundo eles, ignoraram a experiência e o bem-estar dos trabalhadores.
A controvérsia reacende o debate sobre condições de trabalho na indústria dos jogos, que tem visto um aumento nos movimentos sindicais em empresas como Microsoft, Activision Blizzard e SEGA. Com isso, a polêmica envolvendo as demissões na Rockstar e o vazamento de informações de GTA 6 continua gerando discussões acaloradas na comunidade.
E você, o que acha da decisão da empresa? Comente nas redes sociais do Voxel e do TecMundo!