Uma das Rotas de Integração Sul-Americana, que liga o Amazonas aos portos do Peru, Equador e Colômbia, ficará pronta ainda este mês. É o que afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ao g1.
O projeto prevê cinco rotas que atravessam o Brasil em direção a países vizinhos, com o objetivo de aumentar o comércio entre eles e com a Ásia (principalmente com a China).

Rota deve ficar pronta este mês
Segundo Tebet, ao g1, uma das Rotas de Integração Sul-Americana ficará pronta ainda em novembro, com a finalização das obras de dragagem do Alto Solimões. O trecho em questão é a Rota 2, chamada “Amazônica”, que vai ligar Amazonas aos portos do Equador, Peru e Colômbia.
Outras três rotas têm previsão de conclusão até o final do ano que vem, totalizando quatro dos cinco trechos previstos no projeto.
A ministra ainda afirmou que a rota “era absolutamente precária há dez anos”, com carência de alfândegas, sinalizações e fronteiras, o que impedia a passagem de navios. O projeto saiu do papel com a inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Investimentos públicos e privados (inclusive de bancos da América Latina e concessionárias de aeroportos da região) já somam R$ 3,8 bilhões.
O resultado também é positivo. A rota já trouxe balança comercial favorável e o programa como um todo tem expectativa de dobrar o comércio na América do Sul.

O que são as Rotas de Integração Sul-Americana
A ideia do projeto surgiu em maio de 2023, quando presidentes sul-americanos se encontraram em Brasília a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir melhorias na conexão da região.
Coube ao Ministério do Planejamento e Orçamento dialogar com os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com outros países para pensar em melhorias nesse sentido. Com isso, foram definidas cinco rotas que atravessem o Brasil rumo ao Oceano Pacífico:
- Amazônica: sai de Manaus (Amazonas) em direção aos portos do Equador, Peru e Colômbia, passando pelo Rio Solimões em território brasileiro até o Oceano Pacífico. A conclusão está prevista para este ano;
- Ilha das Guianas: sai de Manaus (Amazonas) e passa por Roraima, Pará e Amapá em direção à Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela, com escoamento para o Oceano Atlântico. A conclusão está prevista para 2026;
- Quadrante Rondon: passa pelos estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e pelo Peru e Bolívia, em direção ao Oceano Pacífico. A conclusão está prevista para até 2027;
- Bioceânica de Capricórnio: sai do Oceano Atlântico, passando por São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, no Brasil, em direção ao Oceano Pacífico através do Paraguai e Chile. A conclusão está prevista para 2026;
- Bioceânica do Sul: sai do Oceano Atlântico, passando por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, em direção ao Oceano Pacífico, passando pelo Chile. A conclusão está prevista para 2026.

Para que servem as rotas?
O objetivo do programa é promover o comércio e o escoamento de importações e exportações entre o Brasil e países vizinhos. Além disso, deve melhorar a relação comercial com países asiáticos através do Oceano Pacífico, principalmente a China.
Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, em 2002, quando a agenda da integração sul-americana entrou em discussão, o Brasil importava US$ 8,7 bilhões dos vizinhos da América do Sul e US$ 8 bilhões dos asiáticos. Já nas exportações, os valores ficavam em US$ 7,4 bilhões em bens e serviços para os países da América do Sul e US$ 8,8 bilhões aos asiáticos.
Desde então, os números aumentaram. As exportações chegaram a US$ 152,4 bilhões em 2023 só para a Ásia e US$ 40 bilhões para os vizinhos da América do Sul.
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