Um dos eventos astronômicos mais impressionantes do ano acontece neste domingo (7) – ou segunda-feira (8), dependendo do fuso horário. Visível para mais da metade do planeta, o eclipse lunar total vai durar 3 horas, 29 minutos e 24 segundos, com pouco mais de 1h e 20 minutos de totalidade – quando ocorre a chamada “Lua de Sangue”. E, na ocasião, será possível ver Saturno perto da grande protagonista da noite.
De acordo com o TimeAndDate, quem estiver na maior parte da Ásia, na faixa oriental da África e no oeste da Austrália poderá acompanhar o eclipse completo, do início ao fim, inclusive a esperada “Lua de Sangue”. Já observadores no restante do continente africano, em boa parte da Europa e em outras áreas da Austrália verão ao menos um trecho da parcialidade ou da totalidade.

Infelizmente, aqui no Brasil, não serão observadas nem a fase total nem a parcial. Apenas um pequeno trecho do nordeste terá acesso à fase penumbral do eclipse (que tem um escurecimento quase imperceptível da Lua). Como o evento começa às 13h27 (pelo horário de Brasília) e termina às 16h56, ou seja, em plena luz do dia, nem isso será possível ver.
Mas, não precisa se preocupar, pois o Olhar Digital vai exibir o eclipse ao vivo em todas as plataformas, transmitindo imagens captadas em tempo real nos lugares onde o fenômeno será visível, a partir das 14h.
O que é a “Lua de Sangue”
- Eclipses lunares só acontecem quando a Lua está na fase de cheia, passando parcial ou completamente pela sombra da Terra;
- Um eclipse lunar ocorre quando a sombra do planeta “esconde” a Lua, que fica escura e, portanto, invisível no céu durante alguns minutos;
- Isso acontece porque a Terra se posiciona exatamente entre a Lua e o Sol, projetando sua sombra sobre o nosso satélite natural;
- Existem três tipos de eclipse lunar: o total (com a Lua totalmente encoberta), o parcial (em que apenas parte dela é escondida pela sombra da Terra) e o penumbral (quando a sombra do planeta não é suficientemente escura para reduzir o brilho da Lua, que fica meio acinzentada).

O apelido “Lua de Sangue” vem da cor avermelhada que ela adquire durante o eclipse total. Isso acontece porque a luz do Sol, ao atravessar a atmosfera terrestre, é filtrada e desviada, deixando a sombra da Terra com um tom avermelhado que tinge a superfície lunar.
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Saturno brilha ao lado do eclipse
Durante o eclipse lunar, uma “estrela” amarelada brilhante poderá ser vista próxima da “Lua de Sangue”. Na verdade, não se trata de uma estrela, e sim de Saturno.
Eles vão compartilhar a mesma ascensão (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre) às 17h20 de segunda-feira (8) – fenômeno chamado de conjunção. No entanto, já estarão bem próximos na noite anterior, garantindo um charme a mais ao grande espetáculo.

Mesmo sem direito à “Lua de Sangue”, o par também embeleza a paisagem celeste no Brasil. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, do ponto de vista de São Paulo, por exemplo, os dois podem ser observados a partir das 19h36, posicionados 11° acima do horizonte na direção leste. Então, às 00h52, eles atingem o ponto mais alto no céu, 69° acima do horizonte a norte, desaparecendo ao amanhecer, por volta das 5h35, quando estiver 18° acima do horizonte a oeste.
A Lua e Saturno não estarão próximos o bastante para serem vistos juntos com um telescópio, mas serão observáveis a olho nu ou com um par de binóculos.

Enquanto a Lua estará em magnitude de -12.7, a de Saturno será de 0.6, com ambos na constelação de Peixes. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Fatos sobre Saturno e seus anéis:
- Sexto planeta a partir do Sol, Saturno é o segundo maior do Sistema Solar, com cerca de 120,5 mil km de diâmetro – quase 10 vezes maior que a Terra;
- Formados por pedaços de gelo e rocha, acredita-se que os anéis sejam restos de corpos celestes destruídos pela intensa gravidade do planeta;
- Embora se estendam por impressionantes 282 mil km a partir da superfície de Saturno, essas estruturas têm espessura vertical de apenas 10 metros em algumas áreas.
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