Sem volta: NASA encerra missão na Lua; veja motivo

O Lunar Trailblazer da NASA encerrou sua missão à Lua. O satélite foi lançado no dia 26 de fevereiro a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9 com o objetivo de produzir mapas de alta resolução da água na superfície lunar, mas os operadores perderam contato com a espaçonave já no dia seguinte.

Sem comunicação, a equipe ficou impossibilitada de executar as operações do propulsor necessárias para manter o Lunar Trailblazer em sua trajetória de voo — e não conseguiu recuperar a missão.

“Embora não tenha sido o resultado que esperávamos, experiências em missões como a Lunar Trailblazer nos ajudam a aprender e a reduzir o risco de futuros satélites pequenos e de baixo custo realizarem ciência inovadora, enquanto nos preparamos para uma presença humana sustentada na Lua”, disse Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas na sede da NASA em Washington.

Lunar Trailblazer detectaria vestígios de gelo d’água na luz refletida (Imagem: Lockheed Martin/Divulgação)

Os mapas teriam apoiado futuras explorações robóticas e humanas da Lua, bem como interesses comerciais, além de contribuir para a compreensão dos ciclos da água em corpos sem ar em todo o sistema solar.

Apoio global

O problema teria sido causado por falta de energia: painéis solares da espaçonave não estavam orientados corretamente em direção ao Sol, o que fez com que suas baterias se esgotassem, segundo a Nasa.

Nos últimos meses, organizações globais se ofereceram para ajudar a recuperar o Lunar Trailblazer, monitorando o sinal de rádio para rastrear sua posição. Os dados indicam que a espaçonave se direcionava para o espaço profundo em rotação lenta.

Com o passar do tempo, os sinais de telecomunicações ficaram fracos demais para qualquer tentativa de resgate por meio de telemetria. “O apoio da comunidade global nos ajudou a entender melhor a rotação, a orientação e a trajetória da espaçonave. Isso nos deu a melhor chance de tentar retomar o contato”, disse Andrew Klesh, engenheiro de sistemas do projeto.

Com um de seus painéis solares implantado, o satélite ficou em uma sala limpa na Lockheed Martin Space para testes (Imagem: Lockheed Martin/Divulgação)

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Missão de aprendizados

Parte da tecnologia desenvolvida para a missão permanecerá no instrumento Ultra Compact Imaging Spectrometer for the Moon (UCIS-Moon) para futuros voos orbitais. Isso inclui o espectrômetro de imagens High-resolution Volatiles and Minerals Moon Mapper (HVM3), construído pela NASA para detectar e mapear a localização de água e minerais.

Já o instrumento Lunar Thermal Mapper (LTM) construído pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, poderá ser usado para coletar dados de temperatura e determinar a composição de rochas e solos de silicato, aprimorando a compreensão das variações do teor de água ao longo do tempo.

Mapeador Lunar de Voláteis e Minerais de Alta Resolução (HVM3) (Imagem: NASA/Divulgação)

“Estamos imensamente decepcionados por nossa nave espacial não ter chegado à Lua, mas os dois instrumentos científicos que desenvolvemos, assim como as equipes que reunimos, são de classe mundial”, disse Bethany Ehlmann, pesquisadora principal da missão no Caltech. 

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