Atualmente, mais de 12 mil satélites orbitam o planeta, sendo muito importantes para a economia global. No entanto, satélites sequestrados, como um que foi tomado por hackers no dia que a Rússia fazia seu desfile do Dia da Vitória, podem ter um papel diferente, mas muito mais sinistro.
Nesse caso, o satélite tomado por hackers era voltado para serviços de televisão, com os invasores transmitindo imagens do desfile russo para os cidadãos da Ucrânia. A mensagem era clara: demonstrar o poderio militar russo e alertar que uma guerra não é mais decidida unicamente no solo, mas também está tomando os céus sob nossas cabeças.
Um satélite desativado pode levar a problemas gigantescos, como queda nas comunicações, falhas em sistemas GPS e até prejudicar sistemas de segurança em terra.
Se você impedir a capacidade de comunicação de um satélite, poderá causar uma interrupção significativa. Pense no GPS. Imagine se uma população o perde-se, e a confusão que isso causaria.
Tom Pace, CEO da NetRise, em entrevista à Associated Press.
Satélites têm papel crítico que vai além da comunicação
- Mais de 12 mil satélites estão em operação no mundo.
- Satélites têm papel crucial em operações militares, inteligência e comércio mundial.
- Funções militares: detectar lançamentos de mísseis, controlar espaços aéreos e monitorar terrenos.
- Satélites podem ser usados para desestabilizar economias e regiões sem disparar armas.
- Hackers exploram falhas, softwares desatualizados e engenharia social para invadir sistemas.
- Durante a guerra da Ucrânia, Moscou foi acusada de tentar invadir a Viasat, prejudicando comunicações militares e civis.
- O ataque à Viasat afetou não só a Ucrânia, mas também outras áreas da Europa.
Planos para derrubar toda a rede de satélites
A tentativa de desativar ou tomar posse de satélites também é vista como uma demonstração de força, como ocorre até hoje com o parque de armas nucleares em posse de alguns países. De acordo com a publicação, “autoridades de segurança nacional afirmam que a Rússia está desenvolvendo uma arma nuclear espacial projetada para destruir praticamente todos os satélites em órbita baixa da Terra de uma só vez”.
No entanto, autoridades dos Estados Unidos negaram a informação depois que o deputado republicano Mike Turner fez um alerta público sobre essa tecnologia. Ele pediu que o Departamento de Defesa desse explicações sobre a suposta arma, afirmando que, se ela realmente estivesse sendo criada, isso iria contra um acordo internacional que proíbe o uso de armas de destruição em massa no espaço.
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Para o deputado, a arma poderia inutilizar satélites por até um ano e teria efeitos devastadores na economia mundial, podendo levar a uma guerra nuclear. O fato, é que no caso de um ataque desses, Rússia e China, e todos os outros países do mundo, também seriam afetados.
Se essa arma nuclear antissatélite fosse colocada no espaço, seria o fim da era espacial. Ela nunca deveria ser autorizada a ir para o espaço Sideral. Esta é a Crise dos Mísseis de Cuba no Espaço.
Mike Turner, deputado republicano de Ohio, em entrevista à Associated Press.
Minerais e outros materiais podem leva a conflitos futuros
A Lua e outros asteroides contam com minerais e outros materiais valiosos para países que buscam desenvolver novas tecnologias ou investir em fontes de energia alternativas. Segundo a Associated Press, a NASA tem planos de enviar um reator nuclear à lua.
Estamos em uma corrida para a Lua, em uma corrida com a China para a Lua. Para ter uma base na Lua precisamos de energia e da posse de alguns locais da Lua […] Queremos chegar lá primeiro e reivindicar isso para os Estados Unidos.
Sean Duffy, administrador interino da NASA
O satélite artificial é rico em minerais, especialmente hélio-3, que acredita-se que possa ser usado na fusão nuclear para a geração de energia. Por isso, o controle da Lua pode ser fundamental para guiar o futuro das superpotências.
China e Rússia também divulgaram planos de implementarem usinas nucleares na Lua, enquanto os Estados Unidos estão retomando o planejamento de missões à Lua e Marte.
Na verdade, muitas outras nações estão desenvolvendo seus programas espaciais, visando ganhos comerciais e para abandonar a dependência de redes de satélites estrangeiros. Os projetos, além de caros, podem acirrar disputas regionais e levar a novas ameaças de ataques, como o ataque ao satélite ucraniano, em um mundo cada vez mais dividido.
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