Um novo estudo internacional revela que alguns Sistemas Avançados de Assistência à Condução (ADAS), apesar de reduzirem colisões, podem levar motoristas a dirigirem de forma mais imprudente.
Pesquisadores dos EUA e de Hong Kong analisaram dados telemáticos de quase 200 mil veículos de uma grande montadora e constataram mudanças no comportamento dos condutores de acordo com o tipo de alerta emitido pelo sistema.
Estudo levantou dados preocupantes
- Motoristas que utilizavam apenas sistemas com alertas urgentes, como o de colisão frontal e saída de faixa, apresentaram um aumento de 5% em excesso de velocidade e 6% em frenagens bruscas, em comparação com motoristas sem nenhum ADAS.
- Já os que usavam somente avisos informativos, como o de detecção de ponto cego, mostraram comportamento oposto: 9% menos excesso de velocidade e 7% menos frenagens bruscas.
- Os autores sugerem que alertas urgentes ativam respostas automáticas e rápidas (Sistema 1 do cérebro), levando os motoristas a confiar demais nos sistemas e relaxar na atenção.
- Já os alertas informativos incentivam uma reflexão mais consciente (Sistema 2), promovendo um estilo de direção mais cuidadoso — especialmente entre mulheres, que responderam melhor a esse tipo de alerta.
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Sistemas reduzem acidentes, mas motoristas ficam confiantes demais
Apesar das mudanças comportamentais, todos os sistemas estudados contribuíram para reduzir acidentes: os com alertas urgentes diminuíram colisões em 15%, e os informativos, em 19%.
Ainda assim, os pesquisadores recomendam que montadoras desenvolvam tecnologias que reduzam os efeitos colaterais de confiança excessiva, talvez com alertas menos intrusivos.
O estudo foi publicado na revista Production and Operations Management.
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