* Por Guilherme Bacellar
Nos Estados Unidos, tradicionalmente após o Dia de Ação de Graças, a Black Friday só chegou ao Brasil em 2010, mas logo ganhou espaço no orçamento dos brasileiros. Segundo um levantamento, realizado em agosto de 2022 pelo Instituto Ipsos, a pedido do Google, 71% da população afirmou que pretende gastar um pouco mais neste ano.
Lojas físicas e online, supermercados e, até mesmo, prestadores de serviços promovem descontos que podem durar a semana toda ou mesmo uma quinzena inteira. Neste ano, as expectativas são altas e positivas para o crescimento das vendas, que virão turbinadas ainda mais pela Copa do Mundo fora de época.
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Enquanto consumidores escolhem seus produtos e lojistas anunciam suas ofertas, um outro grupo já está pronto há tempos para aproveitar o festival de promoções: os fraudadores. Geralmente, esse “exército da fraude” começa a agir pelo menos três meses antes da Black Friday, mapeando padrões de compras, coletando informações de acesso e dados pessoais de consumidores por meio de phishing (mensagens que simulam descontos e outras vantagens por SMS, links patrocinados, e-mails etc.), desenvolvendo sites falsos, criando lojas laranjas em marketplaces, solicitando cartões em bancos com identidade falsa, entre outras táticas.
Para cada nova tecnologia, ou novo meio de pagamento, os criminosos estudam formas para vencer barreiras e aplicar golpes. A lista é enorme e, por isso, empresas e profissionais que atuam no mercado de cibersegurança também se antecipam para conseguir frear esses possíveis crimes. Assim, enquanto consumidores pesquisam preços para achar as melhores promoções previamente à data, os criminosos organizam os mecanismos para aproveitar as distrações dos consumidores e ficar com os valores das compras ou, até mesmo, conseguir acesso a contas bancárias e aos dados de cartão de crédito.
Recentemente, a Unico, empresa líder em identidade digital no país, realizou uma pesquisa sobre a jornada de compra no e-commerce com consumidores frequentes no meio online. Quase 60% dos respondentes afirmaram que fazem compras online pelo menos duas vezes por mês.
A pesquisa também trouxe um dado preocupante: quase a metade dos consumidores, 45%, nunca receberam a compra, 23% sofreram roubo de dados bancários ou clonagem de cartões e 15% sofreram roubo das credenciais de acesso ou tiveram a conta hackeada. Como se não bastassem essas dores de cabeças em dias comuns, a Black Friday é a segunda data com mais índices de tentativas de fraudes, superando o Natal e o Dia das Mães.
Empresas e bancos têm oferecido mais conteúdos educativos para que clientes e colaboradores possam identificar os golpes – o que é excelente. Além disso, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) apontou que a expectativa é a de que, até o final do ano, os bancos invistam R$ 35 bilhões em novas tecnologias. Open finance, inteligência artificial, segurança cibernética e softwares para melhor o atendimento e o relacionamento com os clientes são alguns exemplos.
Pode parecer utópico dizer “adeus às fraudes”, mas é possível oferecer muito mais segurança nas operações digitais, garantir a privacidade e, ao mesmo tempo, deixar que o cliente tenha uma experiência rápida e fluída. Sabe qual é a chave para que toda e qualquer transação seja mais segura? Nossa face.
Para se ter uma dimensão de como o nosso rosto é “forte”, mais de 13,5 milhões de tentativas de golpes foram bloqueadas dentre os clientes da Unico, entre janeiro e setembro de 2022. Diferentemente do reconhecimento facial, que muitas pessoas utilizam para desbloquear a tela do celular, a tecnologia da biometria facial é capaz de mapear as características do rosto e transformá-las em um código único.
Esse código gerado é, então, comparado à base da Unico, que retorna se a pessoa é ou não a verdadeira dona do CPF vinculado àquela compra ou conta bancária. Todo esse processo acontece em segundos e, a partir dele, o acesso aos aplicativos e sites é negado se houver qualquer irregularidade.
Lojistas, bancos, locadoras de automóveis, empresas de logística, não importa o segmento ou serviço, o caminho é o mesmo. Se há proteção na transação, a nossa parte, como consumidores, é ter atenção para não cair em iscas que os fraudadores deixam, como e-mails suspeitos, links com grandes promoções, mensagens por aplicativos etc. Unindo forças, do lado das empresas e dos consumidores, poderemos dizer: adeus, “Black Fraude”, e feliz, Black Friday!
*Pesquisador de cibersegurança e fraudes da Unico, empresa líder em identidade digital no Brasil.
Imagem: Bro Crock (Shutterstock)
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