Um novo estudo afirma ter reduzido problemas causados pela apneia do sono, mantendo as vias respiratórias desobstruídas durante o sono. Para isso, pesquisadores descobriram que basta soprar certos instrumentos de sopro, como aqueles em formato de concha, para evitar que a respiração seja interrompida durante o sono.
Pessoas que roncam muito alto, por exemplo, podem sofrer da apneia obstrutiva do sono (AOS) e podem parar de respirar diversas vezes durante a noite devido ao bloqueio das vias áreas causado pelos músculos voltados para a respiração.
Isso pode levar a um sono de baixa qualidade, ronco alto e cansaço durante o dia, além de aumentar riscos de desenvolver pressão alta, derrame e doenças cardíacas, afirma matéria da Smithsonian Magazine.
Normalmente, para tratar o problema, os pacientes utilizam um aparelho de pressão positiva contínua nas vias áreas (CPAP), que nada mais é que uma máscara que injeta ar pelas narinas durante o sono, mantendo-as abertas enquanto você dorme. E, sim, o tratamento funciona, mas é bem desconfortável, o que pode prejudicar ao longo da noite o uso correto do equipamento.
Prática cultural indiana se mostrou bem-sucedida
Então, por que não tentar um método bem diferente? Uma equipe do Eternal Heart Care Center and Research Institute, liderada pela pneumologista Krishna Sharma, investigou os sintomas da apneia do sono e como eles podem ser aliviados. No estudo, descobriram que soprar em uma concha, que na Índia é chamado de sopro de shankh, apresenta ótimos resultados.
O sopro de shankh é uma prática tradicional na cultura indiana, frequentemente usada em rituais religiosos e ioga. Simboliza auspiciosidade e acredita-se que purifica o ambiente. Textos iogues também o descreve como um exercício respiratório para fortalecer os pulmões e a garganta.
Krishna Sharma, pneumologista do Eternal Heart Care Center and Research Institute, em entrevista à Newsweek.
A Dra. Sharma ouviu relatos de pacientes que melhoraram dos sintomas da apneia do sono e que se sentiram mais descansados após praticarem o método e isso a levou a elaborar um estudo para testar a prática e encontrar uma nova terapia para pessoas que sofriam de AOS.
Os pesquisadores acompanharam 30 participantes com idades entre 19 e 65 anos e AOS moderada entre maio de 2022 e janeiro de 2024. O sono de todos foi monitorado e os voluntários precisavam responder sobre a qualidade do sono e seus níveis de sonolência durante o dia.
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Dezesseis participantes utilizaram o método de sopro de shankh e os outros quatorze aprenderam exercícios de respiração profunda. E todos precisavam praticar em casa o método por pelo menos 15 minutos diários, cinco dias por semana. Os voluntários foram reavaliados seis meses depois.
Quem soprou a concha apresentou redução nos sintomas
Como resultado, os participantes que sopraram a concha durante o período tiveram redução nos sintomas de AOS, quando comparados os resultados com outros estudos. De acordo com a Escala de Sonolência Epworth, eles se sentiram 34% menos cansados durante o dia, relataram ter dormido melhor e tiveram, em média, de quatro a cinco episódios de apneia a menos por hora.
Além disso, apresentaram níveis mais altos de oxigênio no sangue durante à noite, em comparação com os participantes que realizaram exercícios de respiração profunda.
Resultados do sopro de shankh:
- Redução nos sintomas de apneia obstrutiva do sono (AOS).
- 34% menos sonolência diurna (Escala de Epworth).
- Melhor qualidade do sono relatada.
- Em média, 4 a 5 episódios de apneia a menos por hora.
- Níveis mais altos de oxigênio no sangue durante a noite.
O que [o sopro da concha] provavelmente faz é fortalecer os músculos do rosto, numa espécie de faringe na região torácica. E é realmente uma prática regular. Existem outros estudos semelhantes que analisam outros instrumentos e outros exercícios, todos envolvendo basicamente o rosto e o pescoço, os músculos presentes para fortalecê-los e assim evitar que entrem em colapso à noite.
Kat Lederle, terapeuta do sono, que não participou do estudo, à BBC.
Apesar disso, é preciso cautela em comemorar os resultados devido ao tamanho reduzido da amostra do estudo, afirma Erika Kennington, chefe de pesquisa e inovação da organização sem fins lucrativos Ashtma + Lung U.K., que não participou do trabalho.
Ela afirma que não está claro que soprar uma concha pode realmente dar resultados, mas os resultados são interessantes para ajudar as pessoas a lidarem com o problema com um método acessível.
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