Uma tecnologia criada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, em 2007, pode trazer um grande alívio para centros de dados e outros serviços de IA que dependem de grande quantidade de energia para funcionar.
O sistema de perfuração por ondas milimétricas permite o acesso a rochas superaquecidas — em torno de 400°C — normalmente encontradas nas profundezas do subsolo terrestre. E virou expertise da Quaise Energy, desenvolvedora líder de energia geotérmica superquente em escala de rede.
Recentemente, a empresa anunciou a perfuração bem-sucedida a uma profundidade de 100 metros usando a tecnologia no centro do Texas. Os trabalhos vêm sendo feitos em parceria com a empresa de petróleo e gás Nabors Industries, que financia o projeto.
A companhia também recebeu aportes da Prelude Ventures, Engine Ventures, Safar Partners, Mitsubishi e Collab Fund, captando um total de US$ 103 milhões, segundo a CNBC.
Como funciona?
O sistema utiliza um potente girotron para remover rochas pela primeira vez sem a necessidade de equipamentos de perfuração — uma alternativa às brocas convencionais, que têm dificuldade com rochas duras e quentes, como granito e basalto.
Antes de 2025, o método só havia sido testado em laboratório, com furos de apenas alguns centímetros de profundidade. A empresa planeja concluir uma usina piloto no oeste dos EUA já em 2028. O acesso a rochas mais quentes em áreas mais profundas do subsolo vai permitir uma geração de energia mais eficiente do que as usinas geotérmicas tradicionais.
“A Terra possui um enorme reservatório de energia limpa — energia que pode mudar fundamentalmente a forma como abastecemos o nosso mundo, se conseguirmos alcançá-la”, disse Carlos Araque, CEO e Presidente da Quaise Energy.
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Pauta do futuro
A agenda de energia geotérmica vem ganhando apoio de autoridades, incluindo do Secretário do Departamento de Energia dos EUA, Chris Wright, como observa a CNBC.
Em março, durante um evento do setor em Washington, D.C, ele afirmou que a tecnologia pode se tornar uma grande aliada para o crescimento da inteligência artificial e da manufatura, além de reduzir os preços da eletricidade.
Recentemente, o governo americano manteve o financiamento para a energia geotérmica como parte do Emergência Energética Nacional, que também prioriza o desenvolvimento de energia nuclear e hidrelétrica no país.
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