Sonda da NASA fotografa a Terra e a Lua a 290 milhões de km de distância

Programada para chegar ao asteroide Psyche em 2029, a sonda da NASA que leva o mesmo nome registrou recentemente imagens impressionantes da Terra e da Lua a cerca de 290 milhões de quilômetros de distância. 

As fotos de longa exposição (até 10 segundos) foram feitas nos dias 20 e 23 de julho, durante testes de rotina dos instrumentos científicos da missão, mostrando o planeta e seu satélite natural como pontos brilhantes refletindo a luz do Sol em meio a estrelas da constelação de Áries.

Sobre o asteroide alvo da missão Psyche:

  • 16-Psyche foi o 16° asteroide descoberto na história, tendo sido observado pela primeira vez em 1852, pelo astrônomo Annibale de Gasparis, que o nomeou em homenagem à deusa grega da alma;
  • Com formato de batata, a rocha tem um diâmetro médio estimado em 226 km;
  • O objeto é classificado como um asteroide tipo M, o que significa que é formado majoritariamente por rochas de origem metálica, principalmente ferro e níquel, muito semelhante ao núcleo da Terra.
Representação artística da sonda Psyche, da NASA, na órbita do asteroide 16-Psyche. Crédito: buradaki – Shutterstock

O instrumento de imagem multiespectral, responsável pelas capturas, foi desenvolvido para analisar o asteroide 16-Psyche em diferentes comprimentos de onda, revelando pistas sobre a composição da rocha. Estruturas semelhantes às da Lua ou do asteroide Vesta podem indicar se o objeto guarda informações valiosas sobre a formação de planetas rochosos com núcleo metálico, como a Terra.

Missão da NASA coleciona “cartões postais” do Sistema Solar

De acordo com um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, o processo de calibração é essencial para que os instrumentos funcionem corretamente ao chegarem ao destino. Por isso, eles escolhem corpos celestes que refletem luz solar de forma semelhante ao alvo da missão, além de objetos cujo espectro já é bem conhecido. 

No início deste ano, o equipamento também registrou Júpiter e Marte, que têm espectros mais avermelhados, diferentemente dos azuis característicos da Terra. Esses testes permitem comparar dados e garantir que o imageador esteja operando como planejado.

Foto da Terra e da Lua feita pela sonda Psyche, da NASA, a cerca de 290 km de distância em julho de 2025, enquanto calibrava seu instrumento de geração de imagens. Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU

Segundo Jim Bell, coordenador das câmeras gêmeas da sonda na Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, a equipe pretende seguir testando em outros alvos. “Podemos observar Saturno ou Vesta para continuar a verificação. É como se estivéssemos coletando ‘cartões postais’ do Sistema Solar e passando cada um por nossa linha de calibração”. O objetivo é garantir precisão máxima quando a espaçonave finalmente entrar em órbita ao redor do asteroide Psyche.

Além das câmeras, outros equipamentos também passaram por verificações no fim de julho. O magnetômetro e o espectrômetro de raios gama e nêutrons foram testados com sucesso, em uma rotina que se repete a cada seis meses. 

Leia mais:

Por que a viagem até o asteroide Psyche não é feita em linha reta

O próximo marco da missão será em maio de 2026, quando a sonda usará a gravidade de Marte como um “estilingue” para acelerar a viagem.

A espçonave Psyche está percorrendo um caminho em espiral ao redor do Sol para receber um impulso da gravidade de Marte em 2026, que vai ajudá-la a alcançar o asteroide 16-Psyche em 2029. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Embora a rocha seja localizada no Cinturão de Asteroides, que fica a cerca de 300 milhões de km da Terra, entre as órbitas de Marte e Júpiter, a viagem não é feita em linha reta. A espaçonave segue uma órbita em torno do Sol, aproveitando manobras gravitacionais (como a ajuda do Planeta Vermelho no ano que vem) para ganhar velocidade e poupar combustível.

Sendo assim, quando completar a jornada iniciada no lançamento, em outubro de 2023, a sonda Psyche terá percorrido 1,6 bilhão de quilômetros até o enigmático “asteroide de ouro”.

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