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SpaceX deve desenvolver satélites do Domo de Ouro dos EUA, diz site

by Fesouza
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A SpaceX, empresa de Elon Musk, deve fechar um contrato de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,5 bilhões) com o Pentágono para desenvolver satélites do Domo de Ouro, o escudo antimísseis dos Estados Unidos, segundo o Wall Street Journal

O projeto, anunciado pelo presidente Donald Trump no começo de 2025, prevê uma rede com centenas de satélites capazes de detectar e neutralizar mísseis inimigos antes que atinjam o território americano. 

A SpaceX deve liderar a parte espacial do programa, graças à sua experiência com o sistema Starlink e à capacidade de lançar satélites em ritmo acelerado. Mas a parceria desperta preocupações dentro do governo, que teme dependência excessiva de Musk na área de defesa.

Domo de Ouro: o escudo para reforçar defesa dos EUA no espaço – e onde Musk entra nessa história

O Domo de Ouro é o projeto mais ambicioso da nova política de defesa dos Estados Unidos. Concebido para criar uma barreira espacial contra mísseis e drones inimigos, ele combina tecnologias de rastreamento, comunicação e interceptação em tempo real. 

No centro desse plano está a SpaceX, de Elon Musk, escolhida para desenvolver parte essencial da infraestrutura do sistema: uma rede de satélites que funcionará como os “olhos e ouvidos” do escudo norte-americano.

O acordo bilionário entre SpaceX e Pentágono

O investimento foi aprovado em julho, dentro de um pacote de gastos e impostos assinado por Donald Trump. Mas o nome da SpaceX só veio à tona agora.

Fachada da sede de SpaceX
A SpaceX, de Elon Musk, foi escolhida para desenvolver parte essencial da infraestrutura do Domo de Ouro dos EUA (Imagem: Findaview/Shutterstock)

O sistema, chamado de “air moving target indicator”, deve contar com até 600 satélites capazes de identificar mísseis e aeronaves inimigas em tempo real.

O WSJ destaca que essa parceria reforça a presença de Elon Musk na segurança nacional dos EUA. Isso porque a SpaceX também participa de outros programas estratégicos, como o Milnet, voltado a comunicações militares sigilosas, e uma segunda rede de observação de veículos terrestres. 

A capacidade da empresa de produzir e lançar satélites com rapidez dá vantagem sobre concorrentes tradicionais, como Lockheed Martin e Northrop Grumman. E foi decisiva para garantir o contrato. 

O governo vê na SpaceX um exemplo da integração entre o setor privado e as forças armadas para acelerar o desenvolvimento tecnológico e garantir superioridade no espaço.

O fator Musk

Apesar da confiança na capacidade técnica da SpaceX, o protagonismo de Musk na defesa americana preocupa militares e parlamentares. Dentro do Pentágono, há receio de que o país se torne dependente demais de uma única empresa

Colossus 2: o ambicioso projeto de Elon Musk no sul dos EUA
No Pentágono, há receio de que a segurança nacional dos EUA dependa demais de Elon Musk (Imagem: Photo Agency/Shutterstock)

O temor é que isso reduza a concorrência e encareça contratos, além de dar poder excessivo ao bilionário (que já se envolveu em polêmicas ao ameaçar interromper serviços ligados à NASA e à Starlink, diga-se). 

Para evitar concentração, o Departamento de Defesa tenta diversificar fornecedores, contratando empresas como Boeing, Palantir, Anduril e York Space Systems em outros segmentos do Domo de Ouro e de satélites militares.

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O Domo de Ouro

Anunciado em maio de 2025, o Domo de Ouro (Golden Dome) é o projeto mais ambicioso do governo Trump na área militar. Inspirado no Domo de Ferro de Israel, o sistema foi concebido para detectar, rastrear e destruir mísseis inimigos antes que alcancem o território americano. 

A ideia é combinar satélites em órbita, sensores terrestres e interceptadores de alta precisão, criando uma espécie de “cúpula” protetora sobre os Estados Unidos. 

O plano responde ao avanço de armamentos de China, Rússia, Coreia do Norte e Irã, apontados pela Agência de Inteligência de Defesa como ameaças crescentes nos últimos anos.

Imagem de bandeira dos Estados Unidos colocada na frente de tela inicial do site sobre o Domo de Ouro
O Domo de Ouro é o projeto mais ambicioso do governo Trump na área militar dos EUA (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Além disso, o projeto é considerado um divisor de águas na estratégia espacial dos EUA, ao transferir boa parte da defesa para fora da atmosfera. No modelo proposto, satélites de vigilância identificam lançamentos inimigos em segundos, enquanto algoritmos e radares calculam a trajetória e acionam mísseis interceptores. 

Essa arquitetura promete reagir de forma mais rápida que os sistemas atuais, que ainda dependem de radares terrestres. Segundo o Pentágono, a meta é ter uma resposta automatizada e integrada, conectando dados de múltiplas fontes – do espaço, do ar e do solo – numa única rede de defesa.

No entanto, o desafio é o custo e a viabilidade técnica. Trump afirma que o Domo de Ouro exigirá US$ 175 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão), mas projeções independentes estimam que apenas a parte espacial pode chegar a US$ 542 bilhões (R$ 3,1 trilhões) nos próximos 20 anos. 

Em paralelo, especialistas duvidam que o sistema possa ser concluído até 2029, prazo que coincide com o fim do mandato de Trump. Para analistas, o sucesso do Domo de Ouro depende não só do dinheiro, mas também da cooperação entre o governo e empresas privadas.

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