Se você acompanha o Olhar Digital (ou é só um grande fã de música), deve ter visto que as vendas de discos de vinil superaram as de CDs e DVDs em 2023. No entanto, o aumento levantou preocupações relacionadas à sustentabilidade, já que os vinis são feitos de PVC, um tipo de plástico.
Uma startup do Reino Unido achou uma solução para conciliar a valorização da mídia física e da nostalgia à reciclagem: um disco de vinil vegetal – mas que não perde nada para o tradicional.
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Disco de vinil x plástico
Segundo o New Atlas, a startup Evolution Music calcula que são cerca de 180 milhões de unidades de discos de vinil produzidas anualmente. Se todas elas tiverem cerca de 140 g e qualidade padrão, são necessárias 30 mil toneladas de PVC.
Isso não chega perto da produção de plástico de outras indústrias, é claro, mas é uma quantidade considerável adentrando o meio ambiente – especialmente quando isso pode ser reduzido para zero.
Essa é a proposta da startup: criar um vinil vegetal, sem nenhuma adição de plástico.
Marc Carey, CEO da Evolution Music, apresentando o “vinil vegetal” (Foto: Evolution Music/Reprodução)
Vinil vegetal
O produto foi batizado de EvoVinyl e é predominantemente feito de cana-de-açúcar (além de alguns “ligantes minerais naturais” e corantes);Entre as vantagens, o disco pode ser fabricado usando os mesmos materiais da produção de uma unidade tradicional. A única mudança é que, por conter um bioplástico, a temperatura de prensagem precisaria ser mais baixa;Para além da economia de plástico, se uma produtora de discos de vinil resolver mudar para a alternativa vegetal, terá 30% de economia de energia na fábrica (pelo menos é o que diz o CEO da Evolution Music, Marc Carey);Ele ainda completa que a opção vegetal leva 50% menos tempo para imprimir do que um disco tradicional;Para melhorar, os resíduos da produção do disco de vinil digital podem ser aproveitados para fazer outros discos, dessa vez reciclados.(Foto: Evolution Music/Reprodução)
E o som?
Claro, o grande chamativo do disco de vinil tradicional é o som excepcional. A Evolution Music garante que isso não vai mudar.
Rob Cass, um veterano de produção musical, revelou que testou a qualidade do som do vinil vegetal e ficou sem palavras quando soube que era feito inteiramente de plantas. Peter Thomas, fabricante de alto-falantes da PMC, teve a mesma reação e descreveu o produto como “indistinguível do vinil tradicional”.
A PMC, inclusive, investiu na startup em prol do meio ambiente. Agora, a Evolution Music fará algumas edições limitadas em comemoração ao Dia da Terra, com esperança de que mais artistas e gravadoras vão se interessar.
Para os ouvintes, não há preocupação: o vinil vegetal roda na vitrola tradicional.
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