A Figma, plataforma de design colaborativo na nuvem, fez sua estreia na bolsa nesta quinta-feira (31) e se tornou uma das maiores aberturas de capital do setor de tecnologia nos últimos anos. A ação, negociada sob o ticker FIGA na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), começou a ser cotada a US$ 36, mas rapidamente disparou e fechou o dia com valorização de 36%, elevando o valor de mercado da empresa para cerca de US$ 19,8 bilhões.
O movimento marca um retorno marcante para a Figma, que esteve no centro das atenções após o cancelamento da tentativa de aquisição pela Adobe por US$ 20 bilhões. O negócio foi barrado por autoridades regulatórias nos Estados Unidos e na Europa, e agora, com o IPO bem-sucedido, a companhia mostra fôlego para seguir crescendo de forma independente.

Recuperação após o impasse com a Adobe
O CEO da Figma, Dylan Field, reconheceu que o processo de venda frustrada teve um impacto negativo sobre a moral da equipe. Em entrevista ao The New York Times, ele afirmou que o cancelamento foi “profundamente decepcionante” e que alguns funcionários ficaram desmotivados com a incerteza. “Mas fomos muito honestos sobre o que estava acontecendo. E também ouvimos bastante”, disse.
A abertura de capital, segundo ele, foi vista internamente como uma nova oportunidade de reafirmar o propósito da empresa. A Figma levantou cerca de US$ 600 milhões com a oferta inicial, e pretende usar os recursos para investir em novos produtos e funcionalidades.
Avaliação de mercado e impacto no setor
- A estreia pública da Figma gerou grande repercussão no mercado financeiro.
- De acordo com o The Wall Street Journal, a empresa agora figura entre os principais IPOs do setor de tecnologia dos Estados Unidos nos últimos anos, superando as expectativas de investidores e analistas.
- O TechCrunch destacou que a capitalização de mercado chegou a US$ 45 bilhões durante o pico das negociações, antes de se estabilizar.
- Esse desempenho reforça a confiança do mercado no modelo de negócios da Figma, baseado em colaboração em tempo real e acessibilidade em nuvem, características que se tornaram ainda mais relevantes com a popularização do trabalho remoto e híbrido.
Visão do CEO sobre inteligência artificial
Além dos números, Dylan Field também se posicionou sobre temas mais amplos do setor de tecnologia. Em entrevista à CNBC, ele afirmou que não vê a inteligência artificial como uma ameaça iminente à humanidade. “Não acho que superinteligência seja algo que vá acontecer no curto prazo. Não vejo isso como um risco existencial atual”, declarou.

Field destacou ainda o papel da IA como ferramenta de apoio para designers e desenvolvedores. Para ele, o objetivo da tecnologia deve ser potencializar a criatividade humana, e não substituí-la. Ele comparou o avanço da IA à chegada das câmeras digitais: “A fotografia digital não acabou com a arte. Pelo contrário, ela a democratizou”.
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Caminho independente e novos desafios
Com a operação de venda para a Adobe agora no passado, a Figma mira o futuro como empresa de capital aberto. A expectativa é que a nova fase traga maior visibilidade e recursos para enfrentar concorrentes como Canva, Microsoft e outras plataformas de produtividade e design.
O sucesso do IPO também reacende o interesse do mercado em outras empresas privadas do setor que avaliam abrir capital. Para a Figma, no entanto, o desafio é manter o ritmo de inovação e crescimento sem o respaldo de um gigante como a Adobe.
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