Suncatcher: projeto do Google quer levar data centers para o espaço

O Google apresentou um projeto para construir data centers de uma forma inovadora no futuro. A ideia da empresa é criar uma constelação de satélites que atue como servidores em rede.

Chamada de Project Suncatcher, a iniciativa ainda está em fases conceituais e foi revelada a partir de um artigo ainda sem revisão por pares publicada por pesquisadores. A ideia é vista como uma pesquisa do tipo moonshot — algo ousado e difícil, como o pouso na Lua, mas que busca solucionar problemas de grande porte usando a tecnologia.

O projeto busca atender a longo prazo a atual demanda crescente do mercado de inteligência artificial (IA) e também questões energéticas geradas por servidores, que consomem muita água e eletricidade e estão cada vez mais concentrados em algumas regiões.

Como transformar satélites em data centers

A ideia por trás do Suncatcher é basicamente criar um conjunto de satélites que atuem como servidores no espaço, solucionando vários dos problemas atuais dessa indústria. Na prática, eles atuariam como a Starlink, a operadora de internet de Elon Musk, porém apenas para o fornecimento de infraestrutura em nuvem.

  • Os satélites funcionarão a partir da energia solar, uma fonte limpa e de alto aproveitamento no espaço, que reduziria até a exigência por baterias;
  • Eles ficariam muito mais próximos uns dos outros para garantir uma conexão mais estável, possivelmente a uma altitude de 650 km;
  • Os principais componentes de cada equipamento seriam os Tensor Processing Units, ou TPUs, chips já usados para acelerar treinamento, criação e processamento de IA na nuvem.

Os desafios técnicos atuais envolvem fazer com que a constelação se comunique entre si e com a Terra a partir de conexão banda larga de baixa latência e também resistir contra a radiação emitida no espaço — obstáculo que já é reduzido pela empresa em testes que ela considerou “promissores”.

Outro problema encarado pela empresa para tirar o Suncatcher do papel está nos custos gerais desse tipo de operação. Por enquanto, não é vantajoso financeiramente construir, lançar e manter satélites tão poderosos e equipados com TPUs se comparado com a construção de data centers convencionais.

Porém, o Google acredita que a balança econômica deve se inverter na metade da década de 2030 e já pretende começar testes práticos. Uma parceria com a empresa Planet deve lançar dois protótipos ao espaço nos próximos dois anos para começar a experimentar a viabilidade em larga escala.

Outra questão relevante envolvendo cada vez mais satélites em órbita é o lixo espacial e o que acontece quando eles param de operar. Saiba mais sobre o tema neste artigo

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