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Telescópio revela segredos de cometa gigante descoberto por brasileiro

by Fesouza
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Uma equipe de astrônomos detectou atividade molecular no cometa C/2014 UN271 (Bernardinelli-Bernstein). Ele tem esse nome por ter sido descoberto pelo brasileiro Pedro Bernardinelli e pelo norte-americano Gary Bernstein. E é o maior e o segundo mais distante cometa ativo já observado vindo da Nuvem de Oort.

Por meio do conjunto de radiotelescópios ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), no Chile, os pesquisadores observaram esse cometa gigante quando ele ainda estava a mais da metade do caminho até Netuno.

Para você ter ideia, o cometa estava a 16,6 vezes a distância entre a Terra e o Sol. A descoberta foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters recentemente.

Raio-X de um gigante gelado: como é o cometa C/2014 UN271

O cometa C/2014 UN271 é um gigante. Ele tem aproximadamente 140 quilômetros de diâmetro. Isso é mais de dez vezes o tamanho da maioria dos cometas conhecidos. Até agora, pouco se sabia sobre o comportamento de objetos tão frios e distantes.

O cometa Bernardinelli-Bernstein, co-descoberto pelo brasileiro Pedro Bernardinelli, foi confirmado como o maior de todos os que já observamos na história
O cometa Bernardinelli-Bernstein foi confirmado como um dos maiores já observados (Imagem: Reprodução/Dark Energy Survey)

As novas observações revelaram jatos complexos de gás monóxido de carbono saindo do núcleo do cometa. Esta é a primeira evidência direta do que impulsiona sua atividade tão longe do Sol.

Essas medições nos mostram como esse enorme mundo gelado funciona.

Nathan Roth, autor principal do estudo e pesquisador da American University e do Centro Espacial Goddard da NASA, ao National Radio Astronomy Observatory

Esses “padrões de liberação explosiva de gases” levantam “novas questões” sobre como o cometa vai mudar conforme se enfia no nosso sistema solar, explicou Roth.

À medida que o C/2014 UN271 se aproxima do Sol, espera-se que mais gases congelados comecem a se vaporizar. Isso deve revelar ainda mais sobre sua composição primitiva e sobre as origens do sistema solar.

Por dentro do estudo

O telescópio ALMA observou o C/2014 UN271 ao captar luz proveniente do gás monóxido de carbono em sua atmosfera e calor (emissão térmica), mesmo quando o cometa ainda estava muito distante do Sol.

Telescópio ALMA, no Chile
Cientistas conseguiram focar no sinal fraco vindo do cometa graças à alta sensibilidade do telescópio ALMA (Imagem: NSF/AUI/NSF NRAO/ B.Foott)

Graças à alta sensibilidade e resolução do ALMA, os cientistas conseguiram focar no sinal extremamente fraco vindo desse objeto gelado e distante.

Com base em observações anteriores do ALMA, que já haviam estimado o tamanho do núcleo do UN271, os novos dados permitiram medir o sinal térmico para calcular melhor o tamanho do cometa e a quantidade de poeira ao redor do seu núcleo.

  • Os valores obtidos confirmam que esse é o maior cometa da Nuvem de Oort já encontrado.

Essa descoberta marca a primeira detecção de emissão molecular nesse cometa gigante. E oferece uma rara oportunidade de estudar a química de objetos vindos das regiões mais distantes do nosso sistema solar.

Descobertas como essa ajudam a responder questões fundamentais sobre a origem da Terra e da água em nosso planeta. Além disso, trazem pistas de como ambientes favoráveis à vida podem se formar em outros lugares do Universo.

Leia mais:

Sol dispara sequência de explosões em direção à Terra

Uma grande mancha solar voltada para a Terra se tornou, nos últimos dias, uma fonte intensa de explosões. Em menos de 24 horas, ela disparou várias erupções solares, incluindo eventos de classe M (moderados) e outros menores, da classe C.

A mais forte delas aconteceu no domingo (15), às 15h25 (pelo horário de Brasília). Ela alcançou o nível M8.46, quase entrando na classe X, categoria mais poderosa.

Telescópio revela segredos de cometa gigante descoberto por brasileiro
Erupção solar M8.46 ocorrida no domingo (15) causou apagão de rádio na Terra. Crédito: SDO/AIA

Além da radiação, que atingiu rapidamente a Terra, essa erupção na mancha solar AR4114 provocou uma ejeção de massa coronal (CME), que é uma imensa nuvem de plasma e campo magnético expelida pelo Sol.

Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, parte dessa CME está a caminho da Terra. As previsões indicam que um dos flancos da nuvem pode atingir o planeta nesta quarta-feira (18).

Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.

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