Ocorre terremoto na Antártida, embora não seja tão frequente ou intenso como em outras regiões do planeta. Os abalos sísmicos no Polo Sul, especificamente na Antártida, não diferem fundamentalmente dos que ocorrem em outras partes do planeta em termos de mecanismos de geração. E os tremores de terra também causam consequências por lá.
Eles resultam principalmente de movimentos tectônicos, atividades vulcânicas ou interações glaciais. No entanto, a frequência e a distribuição desses eventos na Antártida são influenciadas por fatores geológicos e climáticos únicos da região.
A Antártida está situada sobre uma placa tectônica relativamente estável, o que resulta em uma menor incidência de terremotos em comparação com áreas localizadas nas bordas das placas tectônicas.
Contudo, eventos sísmicos podem ocorrer devido a atividades vulcânicas, como observado no enxame sísmico de 2020 próximo ao vulcão submarino Orca Seamount, ou devido a movimentos de grandes massas de gelo, onde o deslocamento ou derretimento das geleiras pode induzir sismos conhecidos como “terremotos glaciais”.
A Antártida é um continente geologicamente ativo, com a presença de vulcões e falhas tectônicas. A maioria dos terremotos na Antártida são de baixa magnitude e estão relacionados à atividade vulcânica ou ao movimento das placas tectônicas sob o continente.
Tem terremoto na Antártida?
(Imagem: Henrique Setim / Unsplash)
Os tremores de terra na Antártida podem ser desencadeados por atividade vulcânica, já que possui vulcões ativos, como o Monte Erebus, que podem gerar tremores de terra quando o magma se movimenta sob a superfície.
Outro fator é o movimento das placas tectônicas. A Antártida faz parte da Placa Antártica, que se move lentamente em relação a outras placas tectônicas. Esse movimento pode causar terremotos, especialmente em áreas de falhas geológicas.
E por fim, por conta dos ajustes da crosta terrestre. O peso do gelo sobre o continente antártico pode causar deformações na crosta terrestre. Quando o gelo derrete ou se move, a crosta pode se ajustar, gerando pequenos tremores de terra.
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Devido à baixa magnitude da maioria dos terremotos na Antártida e à sua localização remota, os impactos são geralmente mínimos. No entanto, os tremores de terra podem causar deslizamentos de terra e rochas, fissuras e rachaduras no gelo, o que pode afetar a estabilidade das geleiras e plataformas de gelo e, em áreas com vulcões ativos, os terremotos podem influenciar a atividade vulcânica, como erupções ou emissão de gases.
Apesar da baixa frequência e intensidade dos terremotos na Antártida, é importante monitorar a atividade sísmica no continente para entender melhor a geologia da região e prever possíveis riscos. Para isso, existem estações sismológicas instaladas em diferentes partes da Antártida, que registram os tremores de terra e fornecem dados valiosos para os cientistas.
O enxame de terremotos da Antártida
Em 2020, a Antártida registrou um enxame de terremotos com mais de 85 mil tremores em um período de seis meses. Esse evento, possivelmente relacionado à atividade de um vulcão submarino chamado Orca Seamount, localizado no Estreito de Bransfield, entre as Ilhas Shetland do Sul e a Península Antártica.
O enxame de terremotos durou de agosto a novembro de 2020, com a maior parte dos tremores concentrados em setembro e outubro. A maioria dos tremores foi de baixa magnitude, variando de 1 a 4 na escala Richter. No entanto, foram registrados alguns terremotos de magnitude superior a 5. Os tremores se concentraram ao redor do vulcão submarino Orca Seamount, que até então era considerado inativo.
Cientistas acreditam que o movimento de magma sob o vulcão pode ter causado os tremores de terra. Essa hipótese é reforçada pela descoberta de que Orca Seamount está localizado em uma área de falhas geológicas, onde a placa tectônica Phoenix está deslizando sob a placa Antártica.
Embora a maioria dos tremores tenha sido de baixa magnitude, o enxame de terremotos na Antártida chamou a atenção da comunidade científica devido à sua intensidade e duração. Os principais impactos do enxame foram:
- Descoberta de um vulcão ativo: o enxame de terremotos levou à descoberta de que o vulcão Orca Seamount é geologicamente ativo, o que era desconhecido até então.
- Aumento do conhecimento sobre a geologia da Antártida: o estudo do enxame de terremotos forneceu aos cientistas informações valiosas sobre a geologia da Antártida, incluindo a atividade vulcânica e o movimento das placas tectônicas na região.
- Alerta para futuros eventos: o enxame de terremotos serve como um alerta para a possibilidade de futuros eventos sísmicos na Antártida, que podem ter impactos ainda maiores no continente e no meio ambiente.
Outros enxames de terremoto acontecem pelo mundo, mas não haviam sido registrados na Antártida antes de 2020. O Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, é conhecido por seus enxames de terremotos, que estão relacionados à atividade vulcânica da região. A Islândia, um país com alta atividade vulcânica, também registra enxames de terremotos com frequência.
Sim, a Antártida possui atividade vulcânica, incluindo erupções que liberam lava, fumaça e gases. O Monte Erebus, localizado na Ilha de Ross, é o vulcão ativo mais ao sul do planeta e é conhecido por seu lago de lava permanente, emitindo constantemente gases e vapores. Além do Monte Erebus, a Ilha Decepção, situada no arquipélago das Ilhas Shetland do Sul, é outro exemplo de atividade vulcânica na Antártida. Formada por uma erupção violenta há cerca de quatro milênios, a ilha permanece vulcanicamente ativa até hoje.
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