Muita gente aprendeu na escola que a Terra possui apenas quatro oceanos. Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico sempre foram os nomes ensinados nos livros de geografia. Mas, desde 2021, essa lista oficial mudou e passou a incluir um quinto oceano.
A decisão partiu da National Geographic, que reconheceu o Oceano Antártico (ou Southern Ocean) como a quinta grande massa oceânica do planeta. A medida encerrou décadas de debate sobre as águas que circundam a Antártida e passou a estampar oficialmente os mapas publicados pela instituição.
O que diferencia o Oceano Antártico
Enquanto os demais oceanos são definidos pelas massas de terra que os cercam, o Oceano Antártico é singular: sua delimitação ocorre por um poderoso sistema de correntes marítimas. O Corrente Circumpolar Antártica (ACC), estabelecido há cerca de 34 milhões de anos, circula ao redor do continente e forma uma espécie de anel invisível em torno da Antártida.
Essa corrente é responsável por águas mais frias e menos salgadas ao sul do paralelo 60°S. Por muito tempo, geógrafos divergiram sobre se essa região deveria ser considerada apenas uma extensão dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, ou se representava um oceano independente.
Reconhecimento oficial e disputas
O nome Southern Ocean já havia sido aprovado em 1999 pelo U.S. Board of Geographic Names. Em 2000, suas fronteiras foram propostas à Organização Hidrográfica Internacional (IHO), mas, até hoje, não há consenso definitivo.
Segundo declarou o geógrafo Alex Tait à National Geographic, “o Oceano Antártico sempre foi reconhecido por cientistas, mas como nunca houve acordo internacional, nunca o reconhecemos oficialmente”. A decisão de 2021 rompeu, portanto, com a tradição da instituição de seguir estritamente a nomenclatura definida pela IHO.
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Importância ambiental e desafios
Além de atualizar os mapas, o reconhecimento busca chamar atenção para o ecossistema único e vulnerável do novo oceano. A pesca industrial já é um problema crônico na região, e a expectativa é que a nova classificação contribua para ampliar iniciativas de conservação.
O futuro, porém, permanece incerto. As águas da Antártida estão aquecendo, e o derretimento das calotas de gelo preocupa cientistas em todo o mundo. O impacto dessas mudanças sobre o Oceano Antártico ainda é desconhecido, mas especialistas destacam que a preservação desse ambiente será crucial diante dos efeitos do aquecimento global.
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