Um novo estudo alerta que terremotos lunares podem atrapalhar as futuras missões para a Lua. Publicada na revista científica Science Advances, a pesquisa demonstra quais as chances de astronautas enfrentarem problemas em solo lunar e como evitá-los.
Os pesquisadores analisaram as mudanças ocorridas no vale Taurus-Littrow, onde a missão Apollo 17 pousou em 1972. A equipe se baseou em evidências visuais, como trilhas deixadas por pedras roladas e sinais de deslizamentos de terra, além de dados e amostras coletados pelos astronautas durante a missão.
Ao contrário do que se acreditava, esses traços em solo lunar não foram provocados por impactos de meteoritos. As descobertas sugerem que repetidos terremotos alteraram a paisagem da região nos últimos 90 milhões de anos.

Para confirmar sua hipótese, os cientistas modelaram em computador um terremoto de magnitude 3 na falha de Lee-Lincoln, que atravessa o local de pouso da Apollo 17. Embora essa intensidade seja considerada fraca na Terra, em solo lunar pode ser prejudicial para infraestruturas, sendo forte o suficiente para deslocar pedras e provocar deslizamentos.
Os pesquisadores afirmam que a chance de um tremor perigoso ocorrer em um único dia próximo a uma falha é de 1 em 20 milhões. Mas, ao longo de uma missão de 10 anos, essa probabilidade salta para 1 em 5.500, sendo um potencial perigo a longo prazo.
Perigos dos terremotos lunares podem ser evitados, dizem pesquisadores
A equipe destacou que as áreas estudadas podem estar sismicamente ativas e representar um perigo para futuras missões à Lua, principalmente a Artemis, da NASA, que planeja estabelecer humanos no satélite natural.
“O risco de algo catastrófico acontecer não é zero e, embora seja pequeno, não é algo que você possa ignorar completamente ao planejar uma infraestrutura de longo prazo na superfície lunar”, disse Nicholas Schmerr, geofísico da Universidade de Maryland e coautor do novo estudo, em um comunicado.

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Os autores sugerem que uma escolha cuidadosa do local de pouso e da construção das estruturas pode diminuir significativamente os perigos. Áreas como escarpas ou falhas recentemente ativas deverão ser evitadas. Segundo o estudo, quanto mais longe dessas formações, menor a chance de danos provocados por tremores.
“Queremos ter certeza de que nossa exploração da Lua seja feita com segurança e que os investimentos sejam feitos de uma forma cuidadosamente planejada”, concluiu Schmerr.
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