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Tesla cita Musk e ‘bom senso’ para tenta anular multa em júri por acidente com o Autopilot

by Fesouza
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A montadora Tesla ainda não desistiu da derrota que sofreu nos tribunais dos Estados Unidos pelo envolvimento do sistema Autopilot em um acidente fatal. Os advogados da companhia entraram com um recurso para questionar a multa, o andamento do julgamento e até as evidências usadas contra ela ao long do processo.

No documento da apelação, os advogados citam que o julgamento é “um tapa na cara da lei básica de responsabilidade civil da Flórida, do devido processo legal e do bom senso“. Eles ainda argumentam que punir a marca resultaria no “resfriamento de inovação, segurança contra danos nas estradas e um convite a futuros júris para punirem fabricantes que trazem novos recursos de proteção” aos consumidores.

Em nota, os advogados de acusação alegam que o recurso é “o último exemplo do desprezo completo da Tesla e de Elon Musk pelo custo humano da tecnologia defeituosa deles” e prometem brigar contra a anulação do caso.

Tesla escondeu provas e quer ignorar promessas de Musk

  • A série de argumentos da defesa da Tesla incluem tentativas de descreditar a acusação e reclamações sobre o julgamento como um todo. Os principais pontos incluem críticas por supostamente “sobrecarregar” o júri com uma “enxurrada de evidências altamente prejudiciais”, mas que a montadora considera “irrelevantes” para o caso.
  • No geral, os advogados alegam que a acusação apresentou uma imagem negativa demais da Tesla para o júri, o que teria enviesado a tomada de decisão;
  • As provas criticadas incluem acusações graves de que a Tesla transferiu e apagou de propósito evidências sobre o uso do Autopilot e outros dados do veículo envolvido no acidente — a ponto de especialistas terceirizados serem contratados para conseguir os dados que a marca disse não ter, mas que na verdade havia escondido;
  • A montadora também alega no recurso que declarações do CEO da Tesla, Elon Musk, não deveriam ser consideradas por “prejudicarem” a Tesla. Em várias oportunidades, o bilionário citou características e qualidades do modo Full Self Driving em segurança e confiabilidade, mas os advogados dizem que condenar isso “desincentivaria empresas a fazerem projeções visionárias” sobre tecnologias muito aguardadas;
  • Os pedidos são para anular o caso, refazer o julgamento ou ao menos reduzir de forma significativa as punições em dinheiro;

Relembre o caso

O acidente em questão ocorreu em 2019 nos EUA. Naibel Benavides Leon, que foi atropelada e morreu no local, e Dillon Angulo, namorado da vítima e que teve ferimentos graves permanentes, foram atingidos por um Tesla Model S mesmo parados ao lado do próprio veículo em um acostamento.

O automóvel tinha acesso ao Autopilot como software de assistência de direção autônoma e, na hora da batida, o condutor estava abaixado para pegar o celular que caiu do painel do veículo. A Tesla rejeitou um acordou de US$ 60 milhões (ou R$ 324 milhões), o que a fez encarar o tribunal pela primeira vez sob esse tipo de acusação.

A wrecked Tesla.
O acidente aconteceu em 2019 e envolveu um carro que estava parado em um acostamento. (Imagem: US District Court for the Southern District of Florida)

No veredito, ela foi considerada culpada por 33% do incidente, em especial pela falta de ação para impedir a batida, enquanto o motorista — que sobreviveu e aceitou um acordo — foi responsabilizado pela maior parte do dano. A marca, porém, ficou com o maior pagamento em dinheiro a ser feito.

Quer saber mais sobre a atual crise da Tesla e por que ela está perdendo espaço no mercado de carros elétricos? Confira esta análise do TecMundo!

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