Uma vacina experimental universal mostrou resultados promissores na prevenção da recorrência de cânceres pancreáticos e colorretais ligados a mutações no gene KRAS, um dos alvos genéticos mais comuns e difíceis de tratar no câncer.
No ensaio clínico de Fase 1, publicado na revista Nature Medicine, 25 pacientes — 20 com câncer de pâncreas e 5 com câncer colorretal — receberam o imunizante ELI-002 2P após cirurgia e tratamento padrão.

Respostas do ensaio
- Cerca de 85% desenvolveram resposta imunológica contra o KRAS, e quase 70% também reagiram a outros alvos tumorais não incluídos na vacina.
- Pacientes com respostas mais robustas tiveram melhores resultados, com média de sobrevida de 29 meses e mais de 15 meses sem recorrência — números superiores aos obtidos normalmente em casos ressecáveis de câncer de pâncreas.
- Diferente de vacinas personalizadas, o ELI-002 2P é pronto para uso e utiliza peptídeos lipofílicos com uma “cauda” que se fixa nos gânglios linfáticos, potencializando a ativação das células imunológicas.
- Essa abordagem pode eliminar células cancerígenas residuais microscópicas, responsáveis por grande parte das recorrências.
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Câncer de pâncreas preocupa médicos
Os pesquisadores destacam que o câncer de pâncreas, com taxa de sobrevida em 5 anos de apenas 13% e até 80% de risco de retorno, é um dos casos mais urgentes para novas terapias. A equipe já conduz um ensaio de Fase 2 para comparar a eficácia da vacina com o acompanhamento padrão.
Especialistas afirmam que a possibilidade de atingir o KRAS com vacinas não personalizadas — antes considerada inviável — pode abrir caminho para avanços contra diferentes tipos de câncer.

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