Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 mantém o ritmo do 1+2 e mostra que ainda há fôlego no skate arcade! Confira a análise do Voxel

Quase cinco anos depois do excelente remake de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, a franquia retorna novamente com uma nova coletânea: Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 — mas, desta vez, o desafio foi ainda maior.

Desenvolvido pela Iron Galaxy Studios, o novo remake expande o trabalho iniciado pela Vicarious Visions em THPS 1+2, oferecendo uma experiência tão viciante quanto memorável — ainda que com algumas decisões questionáveis ao longo do caminho.

Tony Hawk’s™ Pro Skater™ 3 + 4 | Accolades Trailer

The wait is over – The legendary franchise is back with Tony Hawk’s™ Pro Skater™ 3 + 4. Drop in today! pic.twitter.com/tgGUrtLTty

— Tony Hawk’s Pro Skater (@TonyHawkTheGame) July 11, 2025

Com uma coleção generosa de níveis reformulados (assim como inéditos), skatistas clássicos e contemporâneos e novas opções de personalização, o remake duplo chega em ritmo de big spin, mirando tanto os nostálgicos quanto os novatos.

A missão da Iron Galaxy foi equilibrar nostalgia, modernização e coesão entre dois títulos com propostas bem diferentes. O resultado é um pacote robusto, divertido e respeitoso com o legado da franquia — mas que também faz escolhas que podem dividir opiniões.

Voxel passou os últimos dias testando Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 — até, literalmente, dar calos nos dedos. As impressões você confere a seguir, mas a conclusão é clara: mesmo com seus tropeços, THPS 3+4 é um presente para fãs antigos e uma ótima porta de entrada para uma nova geração de “skatistas virtuais”.

O arcade continua mais vivo do que nunca

A base mecânica de THPS 3+4 segue a mesma do remake anterior, com animações refinadas, responsividade aprimorada e todas as manobras modernas incluídas desde o início. Isso significa que movimentos como Revert, Spine Transfer, Wallplant e Skitching estão à disposição — mesmo nos mapas de THPS3

A jogabilidade também se destaca mais uma vez, e é tão fluida, viciante e incrivelmente satisfatória quanto se imagina. Combinar grinds, flips, grabs e manuais continua sendo um prazer inenarrável — e quanto mais o jogador conhece os mapas, mais recompensadora a experiência se torna. Então, certamente, os veteranos que jogaram os clássicos terão uma certa vantagem nesse aspecto.

Embora o sistema de manobras funcione muito bem na maior parte do tempo, há algumas ressalvas: o Spine Transfer (manobra de trocar de pistas enquanto o skatista está no alto), por exemplo, ainda apresenta inconsistências, principalmente ao transferir entre rampas de alturas diferentes. 

Bem, não é nada que comprometa a jogabilidade, mas são pequenos tropeços em um sistema que, no geral, se mantém incrivelmente polido e satisfatório.

Modo carreira traz duas metades em um só formato

Um dos maiores desafios do novo remake estava na estrutura de THPS4, já que o original abandonava o cronômetro tradicional e adotava um sistema de objetivos livres, ativados por NPCs.

No entanto, esse aspecto foi abandonado e a solução encontrada pela Iron Galaxy foi unificar o formato: ambos os jogos agora seguem o modelo de dois minutos por fase, com uma lista fixa de objetivos para completar.

Certamente, isso garante mais consistência e evita a fadiga de longas sessões — mas também homogeniza a experiência. Bem, o lado positivo é que isso se torna um alívio para quem busca algo mais direto, já que partidas rápidas e metas objetivas são os focos da jogatina.

Ainda que exista o vazio deixado pela liberdade do clássico THPS4, as opções de multiplayer, o suporte a criação de parques e a possibilidade de jogar com amigos no online preenchem esse espaço com variedades e desafios à altura.

Os mapas de THPS4 ainda contêm vestígios de seus objetivos originais, agora reimaginados dentro do novo formato. Em alguns casos, isso funciona bem — em outros, a adaptação parece ter simplificado demais a proposta.

A eliminação da interação com NPCs e o desaparecimento de certas missões criativas retiram um pouco da identidade do quarto jogo. Ainda assim, o modo carreira é longo, recheado de conteúdo, e introduz os Tours Solo — que trazem desafios específicos para cada skatista após a conclusão da campanha principal.

Mapas clássicos totalmente reimaginados, enquanto o inédito também se faz presente

A seleção de mapas segue o que os fãs esperam, com todos os estágios icônicos de THPS3 e THPS4 devidamente restaurados. Todos possuem seus próprios segredos para explorar e isso continua sendo algo bem divertido de fazer — apesar de desafiador em alguns casos.

Fases como Rio, Los Angeles, Suburbia, Alcatraz, Tokyo, São Francisco e Aeroporto foram recriadas com texturas extras, fidelidade e capricho, mantendo o DNA dos originais, mas com visuais atualizados para 2025. A verticalidade, o design inteligente de gaps e as possibilidades de exploração continuam sendo destaques aqui.

Mas não há nada que não possa melhorar, não é mesmo? Os três novos estágios desenvolvidos pela Iron Galaxy para complementar o pacote são surpresas extremamente agradáveis.

O Parque Aquático, o Estúdio de Cinema e o Pinball (estágio final secreto) demonstram criatividade e se integram bem ao restante da seleção. São arenas desenhadas com foco em combos, objetivos e segredos, mostrando que o estúdio compreendeu o espírito do design original.

O Parque Aquático em particular foi uma das fases que mais joguei e nem vi a hora passar. Há uma grande variedade de obstáculos inteligentes que, se bem usados, podem desencadear combos absurdos. Isso sem mencionar a possibilidade de dar grind em tobogãs gigantescos que se entrelaçam pela fase toda. É realmente muito divertido!

Trilha sonora: boas adições, mas menos marcante

A música sempre foi parte vital da identidade de Tony Hawk’s Pro Skater, e 3+4 traz de volta várias das faixas clássicas, agora acompanhadas de artistas contemporâneos. A seleção é variada e cumpre bem o papel de embalar as manobras, embora falte um pouco do impacto cultural e da curadoria afiada que fizeram da trilha de 1+2 um sucesso.

A trilha sonora de Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4, que inclui 64 faixas, conta com apenas 10 músicas dos títulos originais. Portanto, isso significa que 54 delas são inéditas.

As 10 músicas que retornaram são favoritas dos fãs, incluindo faixas como “96 Quite Bitter Things” do CKY, “My Adidas” do Run-DMC e “Ace of Spades” do lendário Motorhead. Algumas das minhas favoritas, no entanto, não estão inclusas no pacote — como “TNT” do AC DC e “By The Time I Get To Arizona” do Public Enemy.

Ainda assim, há destaques e boas surpresas — incluindo o “Vai Vendo”, do Marcelo D2, e “Real Thing” do Turnstile. A inclusão de artistas mais novos ajuda a atualizar o repertório, mas alguns jogadores veteranos podem sentir falta de músicas mais emblemáticas ou da seleção mais icônica dos remakes anteriores. Na verdade, não custava nada adicionar pelo menos mais uma do Charlie Brown Jr.

O maior elenco de skatistas de toda a franquia

Certamente, o que seria de um jogo de skate sem os lendários skatistas, não é mesmo? Nesse aspecto, THPS 3+4 acerta em cheio e conta com uma seleção robusta de atletas clássicos e modernos.

Tony Hawk, Bam Margera, Rodney Mullen e outros nomes tradicionais estão presentes, ao lado de novos profissionais como Yuto Horigome e querida Fadinha Rayssa Leal — que, inclusive, foi uma escolhe unânime na Iron Galaxy. A diversidade é celebrada: há mais mulheres, skatistas internacionais e opções variadas de estilo.

Vale mencionar a lista de skatistas desbloqueáveis, que renderam alguns crossovers de peso para Tony Hawk’s Pro Skater 3+4. Doom Slayer e Revenant de DOOM e Michelangelo das Tartarugas Ninjas não fazem só participações pontuais e também têm seus próprios kits de habilidades temáticas.

Além disso, a criação de skatistas personalizados segue presente, com opções visuais amplas, incluindo roupas de marcas reais, como Vans e Volcom, tatuagens, modelagens de shape e muito mais. Também está de volta o sistema de pontos para evoluir atributos e desbloquear habilidades.

Lembrando que skatistas desbloqueáveis, assim como roupas, skates, músicas e outros acessórios, podem ser adquiridos na loja do jogo com dinheiro conquistado ao cumprir os objetivos das fases.

Multiplayer e modos adicionais foram bons acréscimos, mas com ressalvas

Já no que diz respeito ao multiplayer, ele é funcional e traz partidas online com suporte a cross-play — além de modos clássicos como Graffiti, Score Challenge e modos livres. Felizmente, como o jogo já estava em acesso antecipado de dois dias para quem adquiriu a Deluxe Edition, foi bem tranquilo de encontrar sessões.

Há também o modo HAWK, no qual jogadores escondem e procuram letras no mapa, e a opção de Free Skate online, onde é possível encontrar alguns jogadores realmente habilidosos que elaboram combos absurdos em sequência. Ainda assim, algumas ausências chamam atenção: não é possível, por exemplo, votar nos mapas entre as partidas.

A criação de parques está mais intuitiva do que nunca, com opções de remix, inserção de objetivos, rampas dinâmicas e NPCs. As possibilidades são amplas, e a comunidade deve se beneficiar disso com pistas criativas a longo prazo — assim como aconteceu em Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que até hoje rende um “caldo” na criação de pistas. 

Também estão presentes os modos Speed Run, Tours Solo e desafios especiais — incluindo objetivos extras e medonhos Expert Challenges que exigem habilidades refinadas que não é qualquer “mero mortal” que possui.

Rodando liso

Visualmente, Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 não busca realismo, mas entrega um estilo artístico limpo, colorido e coerente com a proposta arcade — e tudo bem, afinal, esse não é o objetivo da experiência, embora seja tudo muito competente. A iluminação, os efeitos e a modelagem dos skatistas são ótimas, embora a Iron Galaxy pareça reutilizar parte do material do 1+2

Fases como Rio e Pinball impressionam pela atmosfera — enquanto outras, como o Zoológico, perdem um pouco de vida em comparação ao original.

No PS5, o jogo roda com fluidez no modo Fidelidade, mas também conta com opção de Performance disponível. Durante os testes, não foram observados problemas sérios de travamento ou bugs relevantes. A execução é estável e agrada desde o primeiro momento.

Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 traz a experiência definitiva com o skate arcade

Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 não é apenas uma continuação do remake de 1+2, é um projeto mais ambicioso, que tenta consolidar duas eras distintas da franquia em uma experiência coesa.

Não é um remake perfeito, nem uma reimaginação revolucionária. É, antes de tudo, um jogo divertido, respeitoso com sua herança e incrivelmente viciante — como era de se esperar.

A Iron Galaxy acerta em cheio na jogabilidade e oferece um pacote rico em conteúdo. Ao mesmo tempo, perde parte da identidade de THPS4 ao optar por uniformizar sua estrutura. 

A trilha sonora é boa, mas menos marcante do que antes, enquanto o multiplayer funciona, mas poderia ser mais completo. Ainda assim, para veteranos e novatos, THPS 3+4 é uma celebração digna do legado de Birdman e da cultura do skate nos videogames.

Nota do Voxel — 90

No fim das contas, tudo o que a gente quer é voltar para aquele ciclo repetitivo de mandar um combo absurdo, cair, levantar e tentar tudo de novo. E nesses quesitos, Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 acerta em cheio.

Pontos positivos

  • Experiência definitiva com a franquia Tony Hawk’s
  • Elenco gigantesco de skatistas, incluindo crossovers de peso
  • As fases reimaginadas são ótimas, enquanto as inéditas são ainda melhores
  • Opções de customização variadas para os skatistas e criação de pistas

Pontos negativos

  • Ausência da liberdade do THPS4 original homogeniza um pouco a experiência
  • Trilha sonora é ótima, mas não tem o mesmo peso dos jogos originais (e nem do 1+2)
  • Multiplayer é legal, mas não consegue ser mais divertido que a campanha

A review do game foi realizada com a versão de PS5 do game, com uma chave cedida pela desenvolvedora. Lembrando que o título já está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Game Pass, PC e Switch 2, também incluído na assinatura Game Pass. Curtiu a análise de Tony Hawk’s Pro Skater 3+4? Já está mandando manobras por aí? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!

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