Transição energética deveria ser ensinada nas escolas, defende especialista

A transição energética consiste na mudança de sistemas baseados em combustíveis fósseis para um modelo mais sustentável, priorizando fontes renováveis como solar e eólica. Este processo é considerado fundamental para combater as mudanças climáticas.

No entanto, essa importante alteração não depende apenas de infraestrutura ou inovação tecnológica. Ela exige também compreensão, engajamento e uma mudança de comportamento da sociedade, o que começa pela educação das pessoas.

Maior conhecimento pode ser fundamental na luta contra as mudanças climáticas (Imagem: Aphelleon/Shutterstock)

Brasileiros precisam ser capazes de tomar decisões conscientes

  • Em artigo publicado no portal The Conversation, o professor Alexandre Beluco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defende que ensinar o uso racional da energia é formar cidadãos capazes de tomar decisões conscientes sobre consumo, sustentabilidade e justiça social.
  • Quando a energia “mora na vizinhança”, diz o pesquisador, ela deixa de ser um serviço invisível e passa a ser um instrumento de educação, cidadania e decisão coletiva.
  • Dessa forma, a descentralização da geração elétrica pode impulsionar uma transição energética mais justa, participativa e enraizada nos vínculos locais.
  • Os benefícios dessa mudança são gigantescos, ainda mais em um país com tamanho potencial na geração de energia limpa.

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Brasil pode liderar transição energética no mundo (Imagem: tigerstrawberry/iStock)

Transição energética não pode ser imposta

Alexandre Beluco afirma que quando bairros, escolas e associações locais passam a gerar e gerenciar sua própria eletricidade, o sistema deixa de ser opaco e distante. Ele se torna visível, compreensível e, acima de tudo, compartilhado. Ele cita que projetos como Procel Educação, da Eletrobras, e Energia que Transforma, do Instituto Ideal, mostraram que escolas públicas podem ser espaços estratégicos para essa formação.

Quando alunos aprendem sobre eficiência energética, fontes renováveis e impactos ambientais, eles não apenas mudam hábitos — eles influenciam suas famílias, seus bairros e suas comunidades. A energia, nesse contexto, deixa de ser um conceito abstrato (e se afasta também de interpretações míticas) e passa a ser parte da vida cotidiana. É nesse encontro entre conhecimento e território que se constrói uma “cidadania energética”: ativa, crítica e comprometida com o futuro.

Alexandre Beluco, professor da UFRGS

Assunto deveria ser ensinado nas escolas, segundo especialista (Imagem: hxdbzxy/Shutterstock)

O pesquisador observa que isso significa alunos que monitoram o consumo da escola, moradores que discutem eficiência energética em assembleias, vizinhos que decidem juntos sobre investimentos em infraestrutura. A energia, nesse contexto, vira assunto público. E a descentralização se revela como uma ferramenta de formação cidadã, capaz de fortalecer vínculos, ampliar o protagonismo local e democratizar decisões que antes estavam restritas a poucos.

Quanto mais próximo o consumidor estiver da lógica do sistema, maior será sua capacidade de contribuir para o equilíbrio e a eficiência. A descentralização, nesse sentido, não é só uma questão técnica: ela é pedagógica. Ao popularizar conceitos como geração distribuída, prosumidor, eficiência energética e comunidades energéticas, criamos condições para que a sociedade participe ativamente da transição. É no consumo consciente, na gestão local e na apropriação dos saberes energéticos que as energias renováveis encontram sua verdadeira potência. 

Alexandre Beluco, professor da UFRGS

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