Os Estados Unidos suspenderam restrições à exportação de tecnologia para a China, em uma tentativa de avançar nas negociações comerciais com o país asiático e facilitar um encontro entre o presidente Donald Trump e o presidente Xi Jinping ainda este ano. As informações são do G1.
Segundo o jornal Financial Times, a medida marca uma reviravolta na postura do governo norte-americano, que vinha endurecendo os controles sobre empresas chinesas, especialmente do setor de tecnologia.
A decisão afeta diretamente gigantes como a Nvidia, que havia recebido notificações de que seria impedida de exportar o chip H20 para a China. Após conversas entre Trump e o CEO da empresa, Jensen Huang, o governo recuou e a Nvidia anunciou a retomada das vendas.

Trégua e tensões entre Trump e China
A suspensão das restrições coincide com a prorrogação de uma trégua tarifária entre os dois países por mais 90 dias, segundo o South China Morning Post. A nova rodada de negociações está marcada para Estocolmo, na Suécia, e deve abordar, entre outros pontos, o aumento de tarifas sobre importações relacionadas ao fentanil — droga cuja circulação Trump alega que a China não combateu adequadamente.
A delegação chinesa deve pressionar pela retirada de tarifas adicionais. Segundo fontes ligadas ao governo de Pequim, a China estaria disposta a aceitar uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações, caso as sobretaxas sejam retiradas.
Ponto a ponto: o que está em jogo entre Trump e China
A disputa entre os dois países envolve uma série de pontos críticos:
- Exportação de tecnologia: EUA voltam atrás em bloqueios à China, incluindo chips da Nvidia.
- Trégua comercial: Tarifaço suspenso por mais 90 dias, com expectativa de acordo.
- Fentanil: Trump exige que China aja contra o tráfico da droga.
- Redução temporária de tarifas: EUA caem de 145% para 30%; China de 125% para 10%.
- Acusações: Trump afirmou que a China violou o acordo, gerando tensão nas negociações.
- Resposta da China: Pequim cobra fim das restrições e pede respeito aos consensos firmados.

Críticas à decisão e preocupações com segurança
Apesar da flexibilização, a medida foi duramente criticada por especialistas e ex-funcionários do governo dos EUA. Em carta aberta, ao menos 20 nomes, entre eles o ex-vice-conselheiro de segurança nacional Matt Pottinger, afirmaram que a suspensão representa um “erro estratégico” e pode comprometer a vantagem americana em áreas como inteligência artificial.
Enquanto Trump busca reduzir as tensões, a China respondeu com um comunicado oficial, pedindo o fim de medidas que considera “discriminatórias” e apelando para que ambos os lados mantenham os acordos já discutidos em encontros multilaterais.
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“Desde as negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas respectivas preocupações nos campos econômico e comercial em várias ocasiões bilaterais e multilaterais em vários níveis”, disse o porta-voz da embaixada, Liu Pengyu.
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