Desenvolvida para abater helicópteros e caças, a torre de metralhadora antiaérea Predator será utilizada pelo Exército da Ucrânia para defender o país dos drones da Rússia, uma das maiores ameaças no campo de batalha, atualmente. A adaptação do equipamento foi confirmada pelo fabricante ao Business Insider, na última terça-feira (11).
Mirando aeronaves tripuladas, o sistema de defesa aérea foi originalmente implantado em drones navais. Dessa forma, atuou com eficiência em combates no Mar Negro, onde derrubou dois helicópteros e um caça da Rússia no ano passado, de acordo com a UGV Robotics, que desenvolveu a tecnologia.

Mudando de alvos
Com os novos desafios enfrentados pelas forças ucranianas, a torre de metralhadora automatizada passou por testes contra pequenos drones de visão em primeira pessoa (FPV) controlados por cabo de fibra óptica e sinais de rádio. Durante os experimentos, o sistema se mostrou eficiente.
- O CEO da fabricante revelou à reportagem que o Predator atingiu alvos com tamanho de 17 cm a 100 m de distância;
- A versão adaptada para abater drones FPV dispara projéteis de calibre 7.62 e conta com estabilização de giroscópio, sensores ópticos e IA para detecção de alvos;
- O equipamento pode funcionar de maneira totalmente autônoma, porém a UGV Robotics decidiu adicionar restrições para evitar incidentes no campo de batalha;
- Dessa forma, o sistema depende de supervisão humana, com o operador ficando responsável por definir se a metralhadora deve travar em um alvo e iniciar os disparos, após o software de rastreamento identificar a aeronave.
Além de funcionar nos drones navais, o Predator também pode ser montado em veículos rastreados e na traseira de uma caminhonete, realizando os disparos enquanto o automóvel se movimenta. Essa nova versão adicionou telêmetro a laser para maior precisão nos ataques.
Ela deve começar a ser utilizada em breve pelas linhas de frente da Ucrânia operando em terra para se defender dos drones russos, como destacou a fabricante, que espera a mesma eficiência da versão original. O sistema também continuará em uso no mar.

Alternativa para outros países
Diante das atualizações das tecnologias militares e do avanço da guerra eletrônica, a empresa ucraniana pensa em fornecer a torre de metralhadora automatizada para mais países. Até o momento, ela produziu mais de 30 unidades, mas projeta entregar pelo menos 100 torres a cada mês a partir de 2026.
O modelo Predator de primeira geração custa menos de US$ 100 mil para o Exército da Ucrânia, o equivalente a R$ 527 mil pela cotação do dia. Mas segundo a publicação, os preços das unidades vendidas para o exterior serão maiores.
A fabricante realizou demonstrações do sistema em um evento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na França e afirma que alguns países se mostraram interessados. Ela também está desenvolvendo uma torre mais potente, chamada Apex Predator, com balas calibre .50 para aeronaves maiores.
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