Um pequeno laboratório ajudou a Nvidia a valer US$ 4 trilhões

Em 2009, o laboratório de pesquisa da Nvidia contava com pouco mais de uma dezena de funcionários e focava em ray tracing, técnica de renderização usada em gráficos de computador.

Hoje, com mais de 400 pesquisadores, o centro ajudou a transformar a empresa de fabricante de GPUs para videogames nos anos 1990 em um gigante avaliado em US$ 4 trilhões, impulsionando a revolução da inteligência artificial, segundo informações do Techcrunch.

Como surgiu o laboratório de pesquisa da Nvidia

Bill Dally, atual cientista-chefe da Nvidia, começou a colaborar com a empresa em 2003, enquanto era professor em Stanford. Quando deixou o cargo de chefe do departamento de ciência da computação, pretendia tirar um ano sabático.

Mas, o então chefe do laboratório, David Kirk, e o CEO, Jensen Huang, convenceram-no a assumir o comando do centro de pesquisa em tempo integral. Com Dally, o grupo passou a trabalhar em áreas além do ray tracing, como design de circuitos e integração em larga escala de transistores em chips.

Essa mudança abriu caminho para uma aposta precoce: em 2010, a Nvidia começou a adaptar suas GPUs para IA, mais de uma década antes do atual boom, desenvolvendo hardware e software voltados para pesquisadores de todo o mundo.

Imagem: Igal Vaisman/Shutterstock

Para Dally, essa transição foi quase natural. “Acabou sendo um encaixe perfeito para meus interesses e talentos”, disse. “Acho que todo mundo está sempre procurando o lugar na vida onde pode fazer a maior contribuição para o mundo. E, para mim, esse lugar é definitivamente a Nvidia”.

Quando assumiu a liderança do laboratório, a prioridade era expandir o alcance das pesquisas. Rapidamente, os esforços se diversificaram para além do ray tracing, incorporando áreas como projeto de circuitos e VLSI (Very Large-Scale Integration), processo que combina milhões de transistores em um único chip.

Expansão e consolidação

Desde então, o laboratório não parou de crescer. “Tentamos descobrir o que pode gerar o impacto mais positivo para a empresa, porque constantemente surgem áreas novas e empolgantes. Algumas têm grande potencial, mas nem sempre conseguimos prever se terão sucesso estrondoso”, explica Dally.

Empresa de IA agora vale cerca de R$ 19,4 trilhões, com ações subindo a 3% (Imagem: JarTee/Shutterstock)

Por um tempo, a grande aposta foi no desenvolvimento de GPUs cada vez melhores para inteligência artificial. A Nvidia foi pioneira nesse campo e começou a explorar a ideia de GPUs dedicadas à IA ainda em 2010. “Dissemos: isso é incrível, vai mudar completamente o mundo”, lembra Dally. “Precisamos investir pesado nisso. E Jensen acreditou quando falei isso.”

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Com isso, a empresa começou a especializar suas GPUs e a criar muito software para dar suporte. Também passou a interagir com pesquisadores no mundo todo muito antes de o tema se tornar relevante para o mercado.

Essa visão de longo prazo ajudou a posicionar a Nvidia na linha de frente da atual revolução da IA. O laboratório de pesquisa consolidou-se como um dos motores de inovação mais estratégicos da empresa.

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