Os robôs humanoides são uma das grandes apostas no setor de tecnologia. Estados Unidos e China vivem um verdadeiro embate nesse sentido, lutando para ver quem consegue mais avanços primeiro. Mas, nas fábricas dos EUA, os humanoides não são necessariamente o foco.
Os chamados “cobots”, robôs colaborativos menores, mais flexíveis, inteligentes e baratos, estão chamando atenção. Eles têm trabalhado em colaboração com humanos e trazem uma nova esperança para alavancar a produção nas instalações americanas.
Robôs colaborativos são nova esperança nos EUA
Uma reportagem do Wall Street Journal relatou o caso de Greg LeFevre, CEO e presidente da Raymath, uma empresa de fabricação de metal de Troy, em Ohio.
Quando ele comprou a companhia, em 2019, não havia nenhum tipo de automação. Dois anos depois, em 2021, LeFevre começou a comprar os cobots, esse robô colaborativo mais leve, barato e fácil de programar. Este ano, a Raymath já tem 13.
Os resultados foram positivos. A produtividade por funcionário (humano) aumentou, com cada trabalhador produzindo até quatro vezes mais peças por dia do que antes. Com isso, a empresa triplicou sua receita e aumentou seu quadro de funcionários, subindo de 130 para 145 pessoas.
Nesse caso, os humanos deixaram de realizar atividades braçais, como operação de máquinas, movimentação de peças e soldagem, e começaram a supervisionar os robôs – ou a trabalhar em colaboração com eles.
Modelos são mais fáceis de programar e usar em fábricas
Segundo a reportagem, a escassez de mão de obra nos EUA é um problema. Trabalhadores qualificados estão envelhecendo e os mais novos não conseguem substituí-los. O país está numa tentativa de retomar essa produção – e os robôs são vistos como uma alternativa.
Nisso, há o desafio de não automatizar demais ou pensar que as máquinas são capazes de fazer tudo. Afinal, a adoção ainda depende da supervisão humana.
Nesse sentido, os cobots são vistos positivamente. Josh Pawley, cofundador da Vectis Automation, uma das primeiras empresas americanas a montar robôs de soldagem, relatou ao WSJ que dezenas de empresas já oferecem os tipos de robôs que LeFevre usa.
São robôs de metalurgia, mas que revelam uma tendência mais ampla nas fábricas: robôs especializados que usam sensores para rodar com segurança em ambientes com humanos. Eles também são mais fáceis de programar e, consequentemente, de implementar. Inclusive, esse foi um dos segredos da Amazon para aumentar tanto a produtividade em seus armazéns.
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China avança na adoção de robôs em fábricas e deixa EUA para trás
- Dados da Federação Internacional de Robótica apontam que mais de dois milhões de robôs já estão sendo utilizados em fábricas chinesas. Apenas no ano passado, o país adicionou mais de 300 mil dispositivos à sua força de trabalho;
- Este número é maior do que o restante do mundo combinado. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos, principal rival da China na disputa pela hegemonia tecnológica global, disponibilizaram apenas 34 mil máquinas no mesmo período;
- De acordo com reportagem do New York Times, o levantamento revela um domínio completo do setor pelos chineses – o que tem feito os Estados Unidos correrem atrás.
Confira os detalhes neste link.
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