A Apple quer dar um novo salto em inteligência artificial (IA). O CEO Tim Cook disse à CNBC que a empresa vai ampliar as parcerias dentro da Apple Intelligence, sistema que reúne os recursos de IA dos produtos da marca.
A próxima grande etapa será uma nova versão da assistente Siri, prevista para chegar em 2026, com capacidade de conversar e responder perguntas complexas com a ajuda de diferentes modelos de IA.
A fala de Cook ocorre num dos melhores momentos financeiros da história da Apple. Impulsionada pelo sucesso do iPhone 17 e pelo crescimento de 15% na divisão de serviços, a companhia registrou US$ 102,5 bilhões em receita no último trimestre fiscal.
Agora, a big tech aposta na IA para liderar a próxima fase de inovação. Mas sem abrir mão do discurso de privacidade e controle sobre dados.
Apple quer transformar Siri num buscador com IAs
A próxima geração do Apple Intelligence deve mudar a forma como os usuários interagem com o ecossistema da marca. A empresa trabalha para transformar o Siri numa espécie de buscador conversacional.

Esse motor de busca seria capaz de acessar informações da web, do próprio aparelho e de aplicativos, usando diferentes modelos de IA.
A ideia é unir o que a Apple tem de mais forte – integração e privacidade – com a flexibilidade de parcerias externas, como OpenAI (o que já ocorre, com o ChatGPT), Google, Anthropic e Perplexity.
A estratégia da Apple para IA
A aposta da Apple em IA parte da ideia de combinar tecnologias próprias com modelos de terceiros. O plano é transformar a Siri numa assistente mais autônoma, dividida em três partes:
- Planejador: entende o pedido do usuário;
- Sistema de busca: vasculha informações no aparelho e na internet;
- Resumidor: que organiza e apresenta as respostas de forma direta.
Segundo Cook, o desenvolvimento dessa nova estrutura está “progredindo bem”. E o lançamento está previsto para março de 2026, junto ao iOS 26.4.
Para chegar lá, a empresa vem adotando uma estratégia mais aberta do que em qualquer outro momento da sua história. Além da OpenAI, outras companhias negociam parcerias com a Apple.

O principal acordo em negociação é com o Google. Segundo o CEO Sundar Pichai, o acerto pode ser fechado ainda em 2025. Na prática, permitiria que a Siri usasse o Gemini para responder perguntas mais complexas, de forma semelhante ao que já faz com o ChatGPT, da OpenAI.
A Apple também testou o Claude, da Anthropic, mas descartou a parceria por causa do custo estimado de US$ 1,5 bilhão por ano. E avaliou a startup Perplexity, que acabou virando concorrente direta.
É que, em paralelo, a Apple desenvolve o seu próprio buscador de IA, o World Knowledge Answers, de acordo com a Bloomberg. Ele deve competir com sistemas como ChatGPT e Perplexity.
No geral, a ideia é acelerar o avanço na IA sem perder o controle sobre a experiência do usuário. Parte do processamento continuará sendo feita nos servidores próprios da Apple, o que garante o padrão de privacidade que diferencia a marca.
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O pano de fundo: resultados e mercado
No quarto trimestre fiscal, a Apple registrou US$ 102,5 bilhões em receita, alta de 8% em relação ao ano anterior. E lucro por ação de US$ 1,85, superando as projeções de analistas.
O destaque foi a linha iPhone 17, que impulsionou o desempenho e deve garantir crescimento entre 10% e 12% no trimestre atual. Isso pode levar a Apple ao maior faturamento da sua história.

Outros segmentos também ajudaram a compor o quadro. A divisão de serviços, que inclui o iCloud, o Apple Music e a App Store, cresceu 15%, alcançando US$ 28,8 bilhões e consolidando-se como a principal fonte de lucro recorrente da empresa (o Olhar Digital cantou essa).
As vendas de Macs subiram 13% (US$ 8,72 bilhões), enquanto os iPads ficaram estáveis e os acessórios, como Apple Watch e AirPods, tiveram leve queda.
Mesmo com queda de 4% nas vendas na China, Cook aposta na recuperação puxada pelo iPhone 17. E vê na IA o caminho para sustentar o ritmo de inovação nos próximos anos.
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