O relógio não para! Nesta terça-feira (14), a Microsoft encerrará oficialmente o suporte ao Windows 10, um sistema que equipou milhões de computadores ao redor do mundo. A partir dessa data, o sistema operacional será descontinuado e não receberá mais atualizações de segurança. Os cuidados com a segurança digital precisarão ser redobrados.
Para os milhões de usuários que, por compatibilidade de hardware, custo ou simples preferência, decidirem continuar na versão, a palavra de ordem é cautela porque o sistema se tornará um alvo cada vez mais vulnerável para cibercriminosos.
Agora, se você está consciente do risco de usar um sistema descontinuado, é bom buscar as melhores práticas para se proteger. Embora o Windows 10 deixe de ser atualizado, seu uso não precisa ser um convite ao desastre, mas exige cuidados e uma mudança de comportamento.
Podemos comparar a decisão de permanecer no Windows 10 após sua descontinuação a dirigir um carro clássico. Precisa ter atenção meticulosa à manutenção, afinal as peças de reposição e o suporte oficial já não estão mais disponíveis. O fim das atualizações significa que brechas de segurança (vulnerabilidades) descobertas no futuro não serão corrigidas pela Microsoft.
Qualquer falha que surgir permanecerá aberta para sempre, tornando o sistema um alvo fácil para malware, ransomware e hackers. Portanto, a segurança deixa de ser responsabilidade apenas da fabricante e passa a depender quase que exclusivamente dos hábitos do usuário.
10 cuidados essenciais para quem continuar no Windows 10
A adoção de uma postura de “segurança máxima” não é um exagero, mas uma necessidade. Seguir estas recomendações à risca é a forma mais eficaz de mitigar os riscos inerentes a um sistema sem suporte.
1. Não use o PC sem antivírus atualizado
Com o fim do suporte, o Windows Defender, a solução de segurança nativa do Windows 10, perderá sua eficácia progressivamente. Embora continue funcionando, suas definições de vírus não serão capazes de reconhecer ameaças novas que explorem falhas desconhecidas e não corrigidas.
A solução é investir em um antivírus de terceiros robusto e reputado, como Kaspersky, Bitdefender ou Avast. Essas empresas possuem laboratórios de ameaças que continuarão ativos, identificando e bloqueando novos perigos. Manter a assinatura desses serviços atualizada é tão crucial quanto os ter instalado.
2. Evite navegar em sites ou links suspeitos
A navegação na web será uma das atividades de maior risco. Com brechas de segurança não corrigidas, um simples clique em um link malicioso em um anúncio ou e-mail pode ser suficiente para comprometer todo o sistema.
A regra de ouro é: se não conhece, não clique. Prefira usar navegadores que ainda recebam suporte ativo, como Google Chrome, Mozilla Firefox ou Brave, e verifique se estão configurados para se atualizar automaticamente. O navegador é seu principal portal para a internet; mantê-lo atualizado é uma barreira essencial.
3. Não instale programas piratas ou cracks
Esta é, talvez, a recomendação mais importante. Softwares ilegais e “cracks” são, historicamente, a porta de entrada número um para malware. Muitos vírus e trojans são propositalmente embutidos nesses arquivos, se passando por ativadores ou keygens.
Em um sistema descontinuado como o Windows 10 será, o risco é exponencialmente maior e por isso, os cuidados também devem aumentar. Insista em usar apenas programas oficiais, adquiridos em lojas confiáveis, ou versões gratuitas e de código aberto de repositórios seguros.
4. Não abra anexos de e-mail sem verificar a origem
O phishing, técnica de engenharia social que visa roubar dados sensíveis, é o golpe mais comum e bem-sucedido contra sistemas desatualizados. E-mails fraudulentos se passando por bancos, serviços de entrega ou empresas conhecidas podem conter anexos ou links perigosos.
Antes de abrir qualquer arquivo, confirme minuciosamente o endereço de e-mail do remetente e desconfie de qualquer mensagem que solicitar informações pessoais ou urgência na ação.
5. Faça backup regular dos seus arquivos
Se todas as outras defesas falharem e seu computador for vítima de um ataque de ransomware (que sequestra seus arquivos), o backup será sua única tábua de salvação. Mantenha cópias regulares de seus documentos, fotos e arquivos importantes em um HD externo que fique desconectado do PC após o backup, ou em um serviço de nuvem confiável, como Google Drive, OneDrive ou Dropbox.
A regra dos 3-2-1 é uma boa prática: tenha pelo menos 3 cópias dos dados, em 2 mídias diferentes, com 1 delas fora do local.
6. Evite acessar internet banking diretamente pelo Windows 10
Se continuar usando o Windows 10, no caso de transações financeiras e acessos a contas bancárias, a recomendação é redobrar os cuidados e mudar para um dispositivo mais seguro. Se possível, utilize seu smartphone (com o aplicativo oficial do banco instalado) para essas operações.
Computadores com o sistema descontinuado ficarão progressivamente mais vulneráveis a keyloggers (programas que capturam o que é digitado) e spywares, tornando suas credenciais bancárias um alvo valioso.
7. Não use o mesmo PC desatualizado para tudo
Se você possui um computador mais moderno ou outro dispositivo, repense as funções da máquina com Windows 10 sem suporte. Evite usá-lo para tarefas críticas, como home office que lida com dados sensíveis, compras online com cartão de crédito ou o gerenciamento de documentos importantes.
Prefira destiná-lo a atividades offline, como editar textos, assistir a vídeos já armazenados ou ouvir música. Isolar suas funções reduz a superfície de ataque.
8. Mantenha drivers e softwares extras sempre atualizados
Embora o sistema operacional pare de receber patches, outros componentes do seu PC não devem ser negligenciados. Fabricantes de placas de vídeo (NVIDIA e AMD), impressoras e outros periféricos continuarão lançando atualizados para seus drivers e softwares, que muitas vezes incluem correções de segurança.
Manter todos os outros programas, como o pacote Office e o próprio navegador, na versão mais recente é um cuidado fundamental para fechar brechas em aplicações que ainda têm suporte.
9. Desconfie de supostos “atualizadores” do Windows 10
É inevitável que golpistas se aproveitem da situação. Circulam na internet ferramentas falsas que prometem “prolongar” o suporte do Windows 10 ou instalar “pacotes de segurança pós-fim do suporte”.
Esses programas são, na verdade, malware disfarçado. A regra é clara: nunca baixe atualizadores de terceiros e mantenha os cuidados necessários. O site oficial da Microsoft será a única fonte legítima para qualquer patch lançado até a data em que o Windows 10 será descontinuado.
10. Para uso crítico e offline considere desconectar o PC da internet
Se o Item 7 propõe uma “dieta de risco” para um PC ainda conectado, esta é a medida de “quarentena radical”. Se a função principal do seu Windows 10 for rodar um software antigo específico que não precisa da web, a forma mais poderosa de proteção é desconectá-lo permanentemente da internet.
Ao eliminar fisicamente o acesso à rede, você corta o principal vetor de ataque para a grande maioria dos malwares modernos. É uma solução drástica, mas a mais segura possível para um sistema descontinuado.
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Continuar no Windows 10 após outubro de 2025 é uma decisão que exige maturidade digital. Os cuidados listados aqui devem se tornar um ritual, uma parte intrínseca do uso diário do computador.
Enquanto a migração para o Windows 11 ou para sistemas alternativos como o Linux não for viável, a proteção do usuário dependerá de uma vigilância constante e de hábitos prudentes. A era do uso despreocupado do Windows 10 chegará ao fim, dando lugar a uma nova fase onde a segurança está, literalmente, em suas mãos.
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