A maior parte dos grandes vazamentos de metano ainda não recebe nenhuma resposta de governos ou empresas. A informação faz parte do documento An Eye on Methane 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
De acordo com o relatório da ONU, os problemas foram identificados por satélites e alertas foram enviados para 33 países. No entanto, em quase 90% dos casos nenhuma atitude foi tomada por parte das autoridades responsáveis.
Reduzir as emissões de metano é fundamental
- A Organização das Nações Unidas destaca que o metano é responsável por cerca de um terço do aquecimento global atual.
- Ele é emitido por operações de petróleo e gás, pela pecuária, pelo cultivo de arroz e pela decomposição de resíduos orgânicos.
- Além disso, o gás tem potencial de aquecimento mais de 80 vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂), embora permaneça menos tempo na atmosfera.
- Isso significa que reduzir suas emissões teria um efeito quase imediato no combate às mudanças climáticas.
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Grande maioria dos alertas é ignorado
O primeiro passo para reduzir os efeitos do metano é identificar vazamentos. Para isso, o sistema de monitoramento Methane Alert and Response System (MARS) combina imagens de satélite da NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e DLR (Centro Aeroespacial Alemão) com inteligência artificial. A tecnologia permite detectar emissões anormais a partir de nuvens de metano que escapam de poços, gasodutos e áreas de exploração, muitas vezes em regiões isoladas e sem fiscalização direta.
Até hoje, já foram emitidos 3,5 mil alertas, mas apenas 12% receberam algum tipo de resposta, uma melhora em relação a 1% no ano passado. “Os progressos na medição são importantes, mas precisam se traduzir em reduções reais”, afirma Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA.
Recentemente, a ONU descobriu vazamentos de alta intensidade em campos de petróleo da Argentina, da Líbia e do Iraque. Em locais como Meseta Espinosa, na província da Patagônia argentina, as emissões chegavam a 4,5 toneladas de metano por hora, o equivalente ao impacto climático de mais de dois mil carros circulando durante um ano.
Já no Turcomenistão, uma das áreas mais críticas, foram identificados vazamentos contínuos desde 2023, ligados à exploração de gás natural. Apesar de alertas repetidos, nenhuma medida foi adotada para solucionar o problema.
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