Finalizando a “turnê” de agosto pelos planetas do Sistema Solar, a Lua visita Marte nesta terça-feira (26), em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica – quando dois ou mais astros compartilham a mesma ascensão reta (coordenada equivalente à latitude terrestre).
Segundo o guia de observação InTheSky.org, isso acontece às 13h41 (horário de Brasília), momento em que a luz do Sol deve ofuscar a dupla. No entanto, ao anoitecer, por volta das 18h25, eles ainda estarão bem próximos um do outro, permanecendo visíveis por cerca de duas horas antes de “mergulharem” na linha do horizonte.
De São Paulo, por exemplo, eles começam a aparecer no céu a 29º na direção oeste. A Lua estará em magnitude de -10.2, enquanto a de Marte estará em 1.6, com ambos na constelação de Virgem. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O par não estará próximo o suficiente para caber no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.
Mas, como saber qual pontinho brilhante próximo da Lua será Marte? Simples. Pela proximidade com a Terra, o planeta sempre aparece bastante luminoso no céu, e sua cor característica – o vermelho – torna bem fácil identificá-lo.
Desta vez, ele estará posicionado ao norte da Lua. Então, olhe para ela, procure uma bolinha brilhante alaranjada logo acima e, pronto – você verá Marte.

Por que Marte é vermelho?
O característico tom avermelhado de Marte sempre chamou atenção, evocando associações com deuses e a operações bélicas. Na mitologia grega, Ares, o deus da guerra, era frequentemente ligado a essa cor. Curiosamente, a estrela mais brilhante da constelação de Escorpião, Antares, ganhou esse nome por sua tonalidade avermelhada, que remete a Ares, significando “Anti-Ares”.
Mais tarde, com o domínio romano na Europa, Ares foi renomeado como Marte, nome que também foi dado ao planeta e permanece em uso até hoje.
A tonalidade vermelha marciana é resultado de uma combinação de fatores complexos. E essa interação se dá entre a composição da superfície do planeta, sua atmosfera e fenômenos geológicos. Saiba mais aqui.

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Lua encerra a semana mais distante da Terra
Enquanto alguns aguardam ansiosos para “sextar” em um barzinho, balada ou mesmo em casa descansando, a Lua vai aproveitar para “dar um tempo” da Terra – confesse: às vezes, dá vontade de fazer isso também, não é mesmo?
Na sexta-feira (29), às 12h33, ela atinge o apogeu, que é o ponto mais distante de sua órbita atual ao redor do planeta.
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância varia 14%, entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu.
“Esses valores são médios porque, na prática, variam bastante devido às influências gravitacionais do Sol e dos outros planetas do Sistema Solar” diz Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital.
O tamanho angular do astro também varia pelo mesmo fator, e seu brilho se altera, embora isso seja difícil de detectar na prática, já que as fases da Lua estão mudando ao mesmo tempo. Nesta sexta, por exemplo, ela estará a dois dias da fase crescente – a segunda do ciclo atual, começando um novo ciclo (ou seja, a fase “nova”) em 21 de setembro.
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