Uma das formações geológicas mais admiráveis da Terra, o Grand Canyon é um desfiladeiro íngreme esculpido pelo rio Colorado, no estado norte-americano do Arizona, que tem quase cinco km de comprimento, 29 km de largura e até 1,6 km de profundidade.
Muito maior do que ele, no entanto, é o gigantesco sistema de cânions Valles Marineris, em Marte, recentemente flagrado pela Câmera Estéreo de Alta Resolução (HRSC) da espaçonave Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), que orbita o Planeta Vermelho desde 2003.
Imagem capturada pela Câmera Estéreo de Alta Resolução (HRSC) da espaçonave Mars Express, mostra detalhes nunca antes registrados do sistema Valles Marineris, o Grand Canyon de Marte. Imagem: ESA/DLR/FU Berlin, CC BY-SA 3.0 IGO
Mesmo com sua extensão ligeiramente menor do que a do famoso ponto turístico dos EUA, Valles Marineris, o Grand Canyon marciano, formado através do afastamento de placas tectônicas, é considerado o maior complexo de desfiladeiros do Sistema Solar, com mais de 600 km de largura e pontos que chegam a atingir até sete km de profundidade.
A imagem mostra duas trincheiras localizadas na parte oeste de Valles Marineris. À esquerda (Sul), está a chamada Ius Chasma, de 840 km de comprimento, e à direita (Norte), a Tithonium Chasma, com 805 km de extensão. É possível notar uma tonalidade mais escura no topo deste último, que os cientistas acreditam ser poeira da região vulcânica de Tharsis, movidas pelo vento.
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Ao lado das dunas de areia escura estão dois montes de tons claros que sobem mais de três km de altura. Suas superfícies foram fortemente erodidas pelos potentes ventos de Marte, o que indica que elas são feitas de um material mais fraco do que a rocha circundante.
Esta visão de perspectiva oblíqua da trincheira conhecida como Tithonium Chasma, que faz parte da estrutura do cânion Valles Marineris de Marte. Imagem: ESA/DLR/FU Berlin, CC BY-SA 3.0 IGO
Entre os dois montes há uma série de solavancos menores, como é possível visualizar na imagem acima, sob outra perspectiva. Investigações da Mars Express encontraram minerais de sulfato de água nesta região. Isso sugere que essas saliências podem ter se formado quando a água que uma vez encheu a trincheira evaporou, mas tal teoria ainda permanece em discussão.
Outra imagem de perspectiva oblíqua da trincheira conhecida como Tithonium Chasma, que faz parte da estrutura do cânion Valles Marineris de Marte. Imagem: ESA/DLR/FU Berlin, CC BY-SA 3.0 IGO
Na parte inferior direita do monte que vemos por completo na visão de segunda perspectiva, podemos notar linhas paralelas e pilhas de detritos que indicam um deslizamento de terra recente. Isso também é visível como uma grande área roxa na imagem de topografia. O deslizamento de terra foi causado pelo colapso da parede do cânion à direita, e é provável que tenha ocorrido recentemente, já que não foi fortemente erodido.
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O post Veja o gigantesco “Grand Canyon” de Marte em registro feito por satélite da ESA apareceu primeiro em Olhar Digital.