O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está contando com o fechamento do acordo com a China para manter o TikTok funcionando no país. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18), o republicano afirmou que espera “finalizar alguma coisa” sobre venda da rede social durante a conversa com o líder chinês, Xi Jinping, na sexta-feira (19).
Trump destacou que, com o acordo, a operação do TikTok nos EUA será de “propriedade exclusivamente de investidores totalmente americanos” e que o país vai receber uma taxa por isso.
Trump quer fechar a venda do TikTok ainda nesta semana
O prazo para venda do TikTok nos Estados Unidos deveria se encerrar esta semana, mas Trump adiou novamente. Agora, as negociações envolvendo o caso estão em ritmo acelerado e, na segunda-feira (15), o secretário do Tesouro, Scott Bessent, revelou que há um “acordo inicial” fechado entre as partes, que deverá ser finalizado no encontro entre Trump e Xi Jinping na sexta-feira.
Durante coletiva de imprensa junto do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, Trump confirmou que espera acertar a venda do TikTok ainda nesta semana. Ele também destacou que a rede social chinesa passará para as mãos dos americanos (nos Estados Unidos, apenas):
Eu vejo grande valor no TikTok. Os investidores na unidade americana do TikTok estão entre os maiores investidores. Ela será de propriedade exclusivamente de investidores totalmente americanos.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, durante coletiva de imprensa
Ainda segundo o republicano, apesar da negociação ser em conjunto com a China, os EUA receberão uma “tremenda taxa extra” para viabilizar o acordo.
TikTok ‘americano’ terá mudanças radicais
O acordo ainda não foi fechado e, portanto, não há termos oficiais divulgados. No entanto, pessoas familiarizadas com o assunto falaram anonimamente ao jornal Wall Street Journal sobre o que está por vir.
Para começar, 80% das ações do TikTok nos EUA iriam para empresas americanas, em um consórcio de investidores que inclui Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz. Apenas 20% ficariam com os chineses. Além disso, um dos membros do conselho seria designado a dedo pelo governo dos EUA.
Outro ponto é que os 170 milhões de usuários do TikTok no país teriam que migrar para um novo aplicativo, que já foi desenvolvido e está sendo testado pela empresa. A Oracle, gigante de software americana, será a responsável por gerir os dados em uma base no Texas, tirando isso das mãos dos chineses. O uso de dados dos estadunidenses foi um dos motivos que levaram à suspensão da rede social por lá.
Os algoritmos que funcionam dentro da plataforma também serão criados e operados por empresas norte-americanas. Este é considerado um dos pontos mais trabalhosos do acordo, já que o algoritmo é visto como a parte mais lucrativa do TikTok para a ByteDance.
A posição da China e da ByteDance sobre o TikTok
O TikTok foi banido dos Estados Unidos por supostamente violar a segurança nacional. A rede social chegou a ser suspensa por um dia, mas voltou a funcionar quando Trump assumiu o mandato.
A única forma de manter a plataforma funcionando por lá sem restrições seria vender a operação nos Estados Unidos. Desde então, o republicano está adiando o prazo para a venda, para dar às empresas mais tempo para negociarem.
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E a China?
- O governo chinês sempre se posicionou contra a venda forçada da rede para investidores norte-americanos;
- Pequim vê essa exigência como uma violação de regras de concorrência justa e uma forma de pressão política;
- A ByteDance, dona do TikTok, também contesta as acusações de que compartilha dados de usuários com o governo chinês. A empresa insiste que mantém a privacidade das informações e busca alternativas para continuar operando nos Estados Unidos.
Os detalhes do acordo devem ser divulgados após a formalização de Trump com Jinping. Em seguida, autoridades de ambos os países devem analisar a situação, incluindo revisar possíveis implicações à segurança nacional de cada um.
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